Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez): mudanças entre as edições
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Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez) (ver código-fonte)
Edição das 19h21min de 21 de julho de 2024
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''' | '''Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez''', também conhecido como '''Gitinha''' (Arroio Grande-RS, 25 de maio de 1936 — Porto Alegre-RS, 28 de janeiro de 1993), foi um atacante e centromédio do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} e do {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} no final da década de 1960. Líder e multicampeão, foi campeão estadual pelos dois clubes e técnico alviverde e rubro. Faz parte do {{Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo}}. | ||
== História == | == História == | ||
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol'' | *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol'' | ||
Em | Em Arroio Grande, sul do Rio Grande do Sul, no Internacional local, surgira um grande meia-esquerda chamado Bonifácio Ubirajara da Porciúncula Nunez, apelidado de Gita. Era estudante e foi morar em Porto Alegre, como aluno interno do Instituto Porto Alegre (IPA). Destacou-se no futebol e foi levado ao Grêmio. Depois jogou em vários outros times gaúchos. Mas, lá em Arroio Grande, que se orgulhava de Gita, diziam que o melhor era seu irmão mais moço, o Gitinha. | ||
Gitinha era meia-armador, o número 10 do Internacional de Arroio Grande. Era sete anos mais jovem que o irmão. Nasceu no dia 25 de maio de 1936. Como sua cidade é próxima a Pelotas, era inevitável que algum clube o observasse. Gitinha foi contratado pelo Brasil. Jogou bem no xavante e foi campeão regional, jogando ao lado de jogadores do porte de Suly, Joaquinzinho, João Borges, Negrito e o veteraníssimo Tibirica. | |||
Seu passe foi adquirido pelo Guarany de Bagé e mais uma vez foi campeão citadino e regional. Retornou a Pelotas, para defender o rival do Brasil, o Esporte Clube Pelotas, mas, por um breve período. Jogou no 14 de Julho de Livramento e foi mais uma vez campeão. Jogou ainda no Cruzeiro de Porto Alegre e, em 1961, foi contratado pelo Grêmio. Permaneceu apenas um ano no Estádio Olímpico e participou de uma excursão do clube à Europa, atuando em diversos jogos como titular. Seguiu a carreira no Flamengo de Caxias do Sul, e, aí, foi convocado para a Seleção Gaúcha no campeonato brasileiro de seleções estaduais, em 1962. | |||
Em 1965, aportou em Passo Fundo, contratado pelo Gaúcho. Estava com 29 anos, para a época, um veterano. Assumiu a titularidade do alviverde, formando com {{Adair (Adair (Adair Lopes Bicca)}} um meio de campo muito técnico. Gitinha possuía muita técnica, era inteligente, tinha ampla visão do jogo, passes precisos e uma inata liderança. Era, naturalmente, o capitão do Gaúcho. Neste mesmo ano, o Gaúcho chegou à final do campeonato da segunda divisão e perdeu a decisão para o Rio-Grandense de Rio Grande, em jogo inacreditável, no Estádio Torquato Pontes. O título foi decidido em cobranças de pênaltis. O mesmo jogador batia todas as cinco cobranças. Coube a Gitinha, o batedor oficial, a incumbência de levar o Gaúcho à divisão especial. Gitinha marcou todos os gols na primeira série. Nico, do Rio-Grandense, também. Na segunda série, Nico marcou quatro vezes e Gitinha perdeu dois. O Gaúcho foi derrotado pela enorme pressão psicológica que o adversário impôs ao árbitro e ao próprio Gaúcho. | |||
Esta decisão ocorreu em março de 1966, e, em dezembro do mesmo ano, valendo pela Segundona de 1966, lá estava o Gaúcho, decidindo, agora em sua casa, contra o Uruguaiana. Não foram necessários pênaltis. O Gaúcho goleou, com Gitinha marcando gol e, aí sim, pôs a faixa no peito e sua torcida gritou bem alto que era campeão. Foi bicampeão regional, vice-campeão estadual e campeão estadual em dois anos. | |||
Em meio à competição, o técnico alviverde {{Altino Nascimento}} deixou o clube, pois fora contratado pelo Ypiranga. Gitinha absorveu a função do técnico ao mesmo tempo em que comandava o time dentro de campo. Oficialmente, porém, o treinador era o diretor {{Flávio Araújo (Flávio Lima de Araújo)}}, aquele que ficava na casamata. | |||
Uma vez na Divisão Especial, Gitinha deixou os gramados para assumir a condição exclusiva de técnico do Gaúcho. O clube fez bonito. Foi vice-campeão do Torneio Início e honrada colocação na classificação final. | |||
Em 1968, estava tudo acertado em continuar seu trabalho como treinador, mas eis que surgiu uma proposta tentadora do 14 de Julho. Tentadora em termos financeiros e em mais um desafio. Gitinha voltaria aos gramados como líder e capitão do time rubro em sua luta para conquistar vaga na Divisão Especial. Gitinha topou e foi formado o meio de campo ao lado de {{Santarém (Antonio Carlos Lemos Santarém)}}. Um senhor meio de campo. Mas, um pouco sem ritmo de jogo, com mais de 30 anos, Gitinha, que vinha sendo titular absoluto, deu lugar ao recém-contratado {{Zé Carlos (José Carlos Cézar Alves)}} para as finais, embora tenha entrado em vários jogos justamente para cadenciar o jogo com sua larga experiência. Foi campeão regional e estadual pelo 14 de Julho. Mais um título em sua brilhante carreira. | |||
Dirigiu tecnicamente o 14 de Julho nos campeonatos de 1970 e 1971, com boa performance. Em 1972, foi embora de Passo Fundo para residir em Porto Alegre. Foi exercer sua outra profissão, que era a de contabilista. Segundo informações, trabalhava nessa atividade no Hotel San Rafael. | |||
Gitinha viveu seis anos em Passo Fundo, onde era pessoa vastamente relacionada. Homem educado, solícito e com uma impressionante bagagem no futebol. Um estupendo jogador e um estrategista como treinador. Ah! Apenas para registro. Corria uma lenda que, quando técnico, ouvia num radinho de pilhas, nos intervalos dos jogos, os comentários de {{Jarbas Sampaio Corrêa}}, e, nele, baseava-se para mudar sua equipe. ''Lendas, apenas lendas.'' | |||
Gitinha faleceu em Porto Alegre no dia 28 de janeiro de 1993. | |||
== Honras == | == Honras == | ||
* | * 4º técnico com maior número de jogos pelo 14 de Julho (62) | ||
* 7º técnico com maior número de vitórias pelo 14 de Julho (20) | |||
* | * 10º técnico com maior número de jogos Gaúcho (39) | ||
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* Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo | * Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo | ||
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== Carreira como técnico == | == Carreira como técnico == |