Meirelles Duarte (Antonio Augusto Meirelles Duarte): mudanças entre as edições
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Meirelles Duarte (Antonio Augusto Meirelles Duarte) (ver código-fonte)
Edição das 22h29min de 4 de julho de 2024
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O trabalho no alto-falante da igreja acabou rendendo o primeiro emprego para Meirelles Duarte em janeiro de 1951. Com apenas 16 anos, assumia a locução na Rádio Vera Cruz (hoje Rádio Sideral), emissora recém-fundada em Getúlio Vargas. | O trabalho no alto-falante da igreja acabou rendendo o primeiro emprego para Meirelles Duarte em janeiro de 1951. Com apenas 16 anos, assumia a locução na Rádio Vera Cruz (hoje Rádio Sideral), emissora recém-fundada em Getúlio Vargas. | ||
Acabou ficando pouco tempo no comando do microfone. Já no ano seguinte recebia uma oferta de Celso Fernandes, gerente da Rádio Passo Fundo, para voltar à cidade natal e assumir uma vaga na equipe. Era o dia 1º de fevereiro de 1952. | Acabou ficando pouco tempo no comando do microfone. Já no ano seguinte recebia uma oferta de Celso Fernandes, gerente da {{Rádio Passo Fundo}}, para voltar à cidade natal e assumir uma vaga na equipe. Era o dia 1º de fevereiro de 1952. | ||
=== A carreira na imprensa passo-fundense === | === A carreira na imprensa passo-fundense === | ||
O desafio inicial era grande: ser narrador de jogos de futebol da rádio, com toda a habilidade, experiência e dificuldade técnica que uma transmissão implicava. Ele substituiria o primeiro narrador de futebol em Passo Fundo, José Alcebíades de Oliveira, trazido de Santo Ângelo por Maurício Sirotsky. Alcebíades de Oliveira ficara cinco anos na Rádio Passo Fundo até se transferir para a Rádio Bandeirantes em São Paulo. A primeira narração de Meirelles foi entre Independente e Palmeirense de Palmeira das Missões pelo Campeonato Gaúcho de Amadores de 1952 no Estádio Tingaúna. | O desafio inicial era grande: ser narrador de jogos de futebol da rádio, com toda a habilidade, experiência e dificuldade técnica que uma transmissão implicava. Ele substituiria o primeiro narrador de futebol em Passo Fundo, {{José Alcebíades de Oliveira}}, trazido de Santo Ângelo por {{Maurício Sirotsky}}. Alcebíades de Oliveira ficara cinco anos na Rádio Passo Fundo até se transferir para a Rádio Bandeirantes em São Paulo. A primeira narração de Meirelles foi entre {{Independente (Independente Grêmio Atlético de Amadores)}} e Palmeirense de Palmeira das Missões pelo Campeonato Gaúcho de Amadores de 1952 no {{Estádio Tingaúna}}. | ||
Paralelamente ao trabalho na imprensa, durante seis anos trabalhou como gerente numa empresa de eletrodomésticos, valendo-se da sua formação como contador. | Paralelamente ao trabalho na imprensa, durante seis anos trabalhou como gerente numa empresa de eletrodomésticos, valendo-se da sua formação como contador. | ||
Apaixonado por esportes, principalmente por futebol, Meirelles não aceitava a falta de uma editoria específica para o tema nos jornais da cidade. Em 1958, fez então uma proposta para Túlio Fontoura, do Diário da Manhã, para escrever notícias sobre os times locais e regionais. Deu tão certo que o jornal chegou a manter um caderno de esportes publicado no início da semana com a cobertura esportiva dos sábados e domingos. Mas isso não o fez abandonar o rádio. Durante anos trabalhou nos dois veículos (também teve uma breve passagem pela Rádio Municipal), fazendo seu programa e depois escrevendo o texto que seria publicado no jornal, que era buscado por um mensageiro do Diário. Como cronista, publicou a coluna “V-tudo” entre 1963 e 1976. | Apaixonado por esportes, principalmente por futebol, Meirelles não aceitava a falta de uma editoria específica para o tema nos jornais da cidade. Em 1958, fez então uma proposta para {{Túlio Fontoura}}, do {{Diário da Manhã}}, para escrever notícias sobre os times locais e regionais. Deu tão certo que o jornal chegou a manter um caderno de esportes publicado no início da semana com a cobertura esportiva dos sábados e domingos. Mas isso não o fez abandonar o rádio. Durante anos trabalhou nos dois veículos (também teve uma breve passagem pela {{Rádio Municipal}}), fazendo seu programa e depois escrevendo o texto que seria publicado no jornal, que era buscado por um mensageiro do Diário. Como cronista, publicou a coluna “V-tudo” entre 1963 e 1976. | ||
Em 1972, criou o apelido "Canhão da Serra" para Bebeto, impressionado com a atuação do jogador na partida em que o Gaúcho venceu o Brasil por 2 a 1 em Pelotas pelo Campeonato Gaúcho, com os dois gols alviverdes anotados pelo centroavante. | Em 1972, criou o apelido "Canhão da Serra" para {{Bebeto}}, impressionado com a atuação do jogador na partida em que o {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} venceu o Brasil por 2 a 1 em Pelotas pelo Campeonato Gaúcho, com os dois gols alviverdes anotados pelo centroavante. | ||
Foram 21 anos no Diário da Manhã até aceitar um convite de Múcio de Castro em 1980 e se mudar para O Nacional. No jornal, manteve a coluna “Crônica da Cidade”, além de colaborar no noticiário esportivo. | Foram 21 anos no Diário da Manhã até aceitar um convite de {{Múcio de Castro}} em 1980 e se mudar para {{O Nacional}}. No jornal, manteve a coluna “Crônica da Cidade”, além de colaborar no noticiário esportivo. | ||
Meirelles ainda aproveitou outro nicho na comunicação na cidade, ao fundar o Agro Jornal em 1974, que durante quase uma década circulou entre dez cooperativas agrícolas. Além disso, era o correspondente da região para os veículos da Companhia Caldas Júnior (Rádio e TV Guaíba e os jornais Correio do Povo, Folha Esportiva e Folha da Tarde). | Meirelles ainda aproveitou outro nicho na comunicação na cidade, ao fundar o Agro Jornal em 1974, que durante quase uma década circulou entre dez cooperativas agrícolas. Além disso, era o correspondente da região para os veículos da Companhia Caldas Júnior (Rádio e TV Guaíba e os jornais Correio do Povo, Folha Esportiva e Folha da Tarde). | ||
Enquanto sua saúde permitiu, continuou colaborando no jornal O Nacional com sua coluna de memórias fotográficas e apresentando um programa sobre esportes no canal local 26 da NET, a TV Passo Fundo. | Enquanto sua saúde permitiu, continuou colaborando no jornal O Nacional com sua coluna de memórias fotográficas e apresentando um programa sobre esportes no canal local 26 da NET, a {{TV Passo Fundo}}. | ||
=== A carreira na política === | === A carreira na política === | ||
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=== Vida social e homenagens recebidas === | === Vida social e homenagens recebidas === | ||
Religioso, o jornalista sempre foi ligado à igreja católica. Também era defensor dos animais. As ações sociais marcaram sua vida, sendo por 25 anos membro do Lions Internacional e recebendo, em 1987, o título de “presidente exemplar”. Foi delegado regional do Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul e integrante da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Passo Fundo. Em 1992, como parte das comemorações dos seus 40 anos de atuação como jornalista no município, Passo Fundo, Guarany de Cruz Alta, Santa Cruz e São Luiz disputaram o Quadrangular Meirelles Duarte no Estádio Vermelhão da Serra. | Religioso, o jornalista sempre foi ligado à igreja católica. Também era defensor dos animais. As ações sociais marcaram sua vida, sendo por 25 anos membro do Lions Internacional e recebendo, em 1987, o título de “presidente exemplar”. Foi delegado regional do Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul e integrante da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Passo Fundo. Em 1992, como parte das comemorações dos seus 40 anos de atuação como jornalista no município, Passo Fundo, Guarany de Cruz Alta, Santa Cruz e São Luiz disputaram o {{Quadrangular Meirelles Duarte}} no {{Estádio Vermelhão da Serra}}. | ||
Recebeu dezenas de condecorações e homenagens organizadas pelas mais diversas entidades. Entre as principais, estão a maior comenda de Passo Fundo, a Medalha de Grão Mérito Fagundes dos Reis, sendo o único que recebeu a homenagem duas vezes, uma do Legislativo e outra do Executivo, por relevantes serviços prestados na comunicação e como vereador por cinco legislaturas; e as medalhas Negrinho do Pastoreio e Coronel Atílio Escobar, do governo do Rio Grande do Sul, pela atuação como comunicador. | Recebeu dezenas de condecorações e homenagens organizadas pelas mais diversas entidades. Entre as principais, estão a maior comenda de Passo Fundo, a Medalha de Grão Mérito Fagundes dos Reis, sendo o único que recebeu a homenagem duas vezes, uma do Legislativo e outra do Executivo, por relevantes serviços prestados na comunicação e como vereador por cinco legislaturas; e as medalhas Negrinho do Pastoreio e Coronel Atílio Escobar, do governo do Rio Grande do Sul, pela atuação como comunicador. | ||
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=== Condecorações esportivas === | === Condecorações esportivas === | ||
Em 1982, Meirelles Duarte recebeu do então presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Rubens Hoffmeister, o diploma de cronista emérito, único do interior do Rio Grande do Sul. Vinte anos depois, o presidente Francisco Noveletto, da mesma FGF, o condecorou como sócio honorário da Federação. | Em 1982, Meirelles Duarte recebeu do então presidente da Federação Gaúcha de Futebol, {{Rubens Hoffmeister}}, o diploma de cronista emérito, único do interior do Rio Grande do Sul. Vinte anos depois, o presidente Francisco Noveletto, da mesma FGF, o condecorou como sócio honorário da Federação. | ||
Dizia que torcia pelo sucesso de todos os clubes da cidade, mas tinha especial simpatia pelo Gaúcho e pelo Internacional de Porto Alegre. Do colorado da capital recebeu o diploma de sócio honorário, também único de todo o interior do estado e entregue em um jantar solene em março de 2006 pelo então presidente do clube Fernando Carvalho. | Dizia que torcia pelo sucesso de todos os clubes da cidade, mas tinha especial simpatia pelo Gaúcho e pelo Internacional de Porto Alegre. Do colorado da capital recebeu o diploma de sócio honorário, também único de todo o interior do estado e entregue em um jantar solene em março de 2006 pelo então presidente do clube Fernando Carvalho. |