Nadir (Nadir Antonio Smaniotto)

Nadir
⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Informações pessoais
Nome completo Nadir Antonio Smaniotto
Nascimento 05.05.1938
Local Erechim-RS
Falecimento 21.07.1997, aos 59 anos
Local Passo Fundo
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Goleiro
Equipes 1961-1961 - 14 de Julho
1961-1970 - Gaúcho
1974-1975 - Gaúcho

Nadir Antonio Smaniotto, também conhecido como Nadir (Erechim-RS, 5 de maio de 1938 — Passo Fundo, 21 de julho de 1997), foi um dos maiores goleiros da história do futebol passo-fundense. Começou a carreira profissional no 14 de Julho, mas entrou para a história defendendo o Gaúcho. É um dos imortais do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Estava na prorrogação da final da segunda divisão de 1966, no abarrotado Estádio Wolmar Salton, em Passo Fundo, com muita chuva e muito barro. O Uruguaiana, que fora goleado inapelavelmente no tempo normal, jogava sua vida nos 30 minutos do tempo complementar. Decorriam os primeiros quinze minutos e o zero a zero deixava tenso os encharcados torcedores. Num contra-ataque o centroavante Abeguar, do time fronteiriço, forte, atarracado e artilheiro, escapa pela esquerda e na frente de Nadir chuta por cima do gol. Foi mal Abeguar ou saiu bem Nadir? Esta pergunta não quer calar. Mas, possivelmente Abeguar errou porque Nadir cresceu na sua frente. Se agigantou e fechou as possibilidades de êxito do atacante. Ao final o alviverde venceu pelo placar mínimo e sagrou-se campeão.

Esse foi um dos muitos lances emblemáticos de Nadir Smaniotto defendendo o gol do Sport Club Gaúcho. Nadir não era alto, mas em sua época, poucos goleiros eram altos. Porém, tinha uma frieza glacial. Nenhum atacante que chegasse na sua frente o assustava, ele fechava o ângulo e, com um arrojo intrépido jogava-se aos pés do adversário. Suas outras características eram o posicionamento e a agilidade. Os chutes de longa distância normalmente paravam em suas mãos sem luvas e, nos chutes à queima-roupa, voava como um felino para impedir o gol. Enfim, Nadir foi um estupendo goleiro. Em pesquisa realizada pelo jornal Diário da Manhã, no ano 2000, que elegeu a Seleção Passo-fundense de Futebol do Século 20, Nadir foi escolhido o melhor goleiro de todos os tempos.

No começo dos anos de 1960, foi tentar a sorte no Independente, do futebol amador. Destacou-se pelas qualidades antes descritas, embora não tivesse a mesma experiência que adquiriu com a camisa alviverde. O 14 de Julho o convidou para um período de testes, em 1961, e Nadir chegou a atuar em duas partidas amistosas, vestindo seu indefectível uniforme negro. O incrível erro do 14 de Julho foi tê-lo convidado a realizar testes, ao invés de contratá-lo imediatamente. Nadir estava em sua casa, no Bairro Boqueirão, quando os dirigentes do Gaúcho bateram na porta e ofereceram um contrato profissional. Não foi sequer necessário avisar os dirigentes do rival, pois o goleiro ainda não havia se comprometido com o clube.

Passou à titularidade do gol alviverde a partir de então. Foi campeão regional, em 1965, e vice-campeão estadual da segunda divisão, naquele fatídico jogo contra o Riograndense, em Rio Grande, que acabou campeão na decisão por pênaltis. Esse jogo realizou-se em março de 1966. E, no final daquela temporada, o clube sagrou-se bicampeão regional e, após deixar o Tamoio e o São José de Porto Alegre para trás, tornou-se campeão estadual da segunda divisão, tendo Nadir como uma das lideranças. Nadir, Machado, Amâncio, Daizon Pontes e Maneca; Gitinha e Honorato; Arthur, Meca, Raul Matté e Antoninho. Os torcedores falavam a escalação como se declama uma poesia. Até hoje, os antigos torcedores ainda lembram a escalação na ponta da língua.

Nos quatro primeiros anos na divisão especial o Gaúcho realizou ótimas campanhas e passou a ser reconhecido como uma das forças do futebol do interior Gaúcho. Em 1971, o time passou por uma renovação de nomes do seu quadro titular. Nadir continuaria como goleiro, mas recebeu o convite para defender o Juventude de Caxias do Sul. Mais uma vez brilhou, desta feita com outra camisa esmeraldina. Posteriormente foi para o Pelotas, e, em 1974, retornou ao Gaúcho, para encerrar a brilhante carreira. Seu irmão, Antoninho Smaniotto, que jogava futebol de salão, também vestiu o mando do Gaúcho, como centroavante rompedor, por um breve período.

Após deixar os gramados, não trabalhou com futebol. Nadir passou a função de representante comercial, bem sucedido. O erechinense Nadir Smaniotto, nascido em 5 de maio de 1938, assim como muitos dos seus colegas da geração alviverde dos anos 60 e 70, contraiu a maldita hepatite tipo C, adoeceu e acabou falecendo no dia 21 de julho de 1997, e está sepultado em nossa cidade.

Honras

  • 8º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (267)
  • Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo

Carreira como jogador

Ano Equipe J GS CA CV
1961 14 de Julho 2 -5 0 0
1961 Gaúcho 3 -1 0 0
1962 Gaúcho 2 -3 0 0
1963 Gaúcho 9 -6 0 0
1964 Gaúcho 20 -17 0 0
1965 Gaúcho 26 -15 0 0
1965 Seleção dos Brancos 1 -1 0 0
1966 Gaúcho 38 -45 0 0
1967 Gaúcho 35 -42 0 0
1968 Gaúcho 40 -61 0 0
1969 Gaúcho 33 -46 0 0
1970 Gaúcho 31 -31 0 0
1974 Gaúcho 12 -7 0 0
1975 Gaúcho 18 -20 0 0
Total 270 -300 0 0