Roberto (Manoel Roberto Antonello): mudanças entre as edições
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Edição atual tal como às 21h54min de 23 de julho de 2024
Manoel Roberto Antonello, também conhecido como Roberto (Porto Alegre-RS, 22 de agosto de 1947 — Porto Alegre-RS, 6 de agosto de 2018), foi um meia vindo dos juvenis do Grêmio que se profissionalizou no 14 de Julho, mas que se tornou um dos maiores ídolos da história do Gaúcho. Roberto integra a Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho e o Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.
História
- Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol
Certa feita, não faz muitos anos, encontrei o corretor de seguros Roberto, no centro de Passo Fundo. Chamei-o pelo seu nome completo. Gritei: "Manoel Roberto Antonello!" Ele se virou, olhou para todos os lados e veio falar comigo, dizendo: “porra não me chame de Manoel, me cravaram este nome nas costas, mas não gosto e quase ninguém sabe”.
Roberto ainda jovem era jogador do meio de campo do Cerâmica de Gravataí. Jogador de muita técnica, visão de jogo, passes precisos, de alta estatura, jogava de cabeça erguida. Tinha facilidade de chegar na área, enfim era o famoso meia armador, o camisa 10 de todos os times, exceto do Santos, é claro.
Do Cerâmica, foi para o juvenil do Grêmio. E, quando chegou a hora da profissionalização, o Grêmio tinha Sérgio Lopes na mesma posição de Roberto. Como os times jogavam uma vez por semana, quase ninguém se machucava ou tinha lesões musculares. Roberto ficou um pequeno período na reserva. O dirigente do 14 de Julho, Nery Simão, tinha bom relacionamento com o dirigente gremista Rudy Armin Petry e foi buscar jogadores no tricolor em 1966. O Grêmio liberou Roberto.
No 14 de Julho formou dupla de meio de campo com Lindomar e com Zangão. Jogou muita bola em 1966 e, mesmo que seu clube não conquistasse o título regional, Roberto entrou na seleção do campeonato. Permaneceu no 14 até meados de 1967 e foi contratado pelo Gaúcho, que disputava a divisão especial. Aí o meio de campo era formado por Honorato e Roberto, ou Flávio e Roberto, mais tarde Raul Matté e Roberto e ainda Jair e Roberto. Ficou vários anos no Gaúcho.
Mas, teve passagens pelo Ypiranga, Guarany de Bagé e Caxias. Encerrou a carreira defendendo o Gaúcho. Estava com uma crônica lesão no joelho, que a cada jogo inchava de tal forma que o craque mal podia caminhar.
Roberto foi embora para Porto Alegre, sua cidade natal, onde nasceu no dia 22 de agosto de 1947. Casou com a filha do grande craque do Atlântico de Erechim Borges. Era cunhado de outro craque: Paulo César Carpegiani. Foi auxiliar técnico nos clubes que contratavam Carpegiani e inclusive passou dois anos na Arábia Saudita. Depois, deixou o futebol e passou a ser um bem-sucedido corretor de seguros.
Seu filho foi jogador de meio de campo. Atendia pelo apelido de Juca e foi revelado no Internacional, jogando ainda no Botafogo e em clubes do exterior.
Um dia encontrei Roberto em Osório. Ele vendendo seguros e eu visitando meu irmão que lá residia, o saudoso Romeu Damian, o Zebrinha. Conversando informalmente com ele, falou de seu filho Juca. Não vou mais esquecer o que disse: “O Juca não ata uma botina minha e ganha 50 mil no Botafogo”. Roberto sabia a dimensão de todo o futebol que jogou. Tinha certa mágoa, pois jogou em tempo errado. Sabia que se fosse jogador nessa época, seria rico e famoso.
Roberto faleceu em 6 de agosto de 2018, vitimado por complicações derivadas de uma hepatite C, como aliás, quase todos os times do Gaúcho da década de 1970. Mas esta história contaremos em outra postagem no site.
Honras
- 3º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (318)
- 4º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (47)
- Integrante da Seleção do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão de 1966
- Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como meia
- Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Carreira como jogador
Ano | Equipe | J | G | CA | CV |
---|---|---|---|---|---|
1966 | 14 de Julho | 27 | 1 | 0 | 0 |
1967 | 14 de Julho | 9 | 0 | 0 | 0 |
1967 | Gaúcho | 23 | 1 | 0 | 0 |
1968 | Gaúcho | 21 | 2 | 0 | 1 |
1971 | Gaúcho | 31 | 2 | 0 | 0 |
1972 | Gaúcho | 40 | 2 | 0 | 0 |
1974 | Gaúcho | 22 | 3 | 0 | 0 |
1975 | Gaúcho | 32 | 11 | 3 | 0 |
1976 | Gaúcho | 35 | 7 | 0 | 0 |
1977 | Seleção de Passo Fundo | 1 | 2 | 0 | 0 |
1977 | Gaúcho | 26 | 5 | 3 | 0 |
1978 | Gaúcho | 42 | 7 | 2 | 1 |
1979 | Gaúcho | 24 | 3 | 4 | 0 |
1980 | Gaúcho | 22 | 4 | 2 | 1 |
Total | 355 | 50 | 14 | 3 |