Armando Rebechi

De Futebol de Passo Fundo
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Armando Rebechi
⭐Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho
Informações pessoais
Nome completo Armando Rebechi
Nascimento 25.07.1937
Local Guaporé-RS
Falecimento 19.11.2020, aos 83 anos
Local Porto Alegre-RS
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Lateral esquerdo, centroavante
Equipes 1956-1957 - Gaúcho
1958-1961 - 14 de Julho
1961-1962 - Gaúcho
1963-1968 - 14 de Julho
Técnico
Equipes 1966-1966 - 14 de Julho
1968-1968 - 14 de Julho
1969-1969 - 14 de Julho
1972-1972 - 14 de Julho
2007-2007 - Gaúcho

Armando Rebechi, também conhecido como Rebechi (Guaporé-RS, 25 de julho de 1937 — Porto Alegre-RS, 19 de novembro de 2020), foi um defensor de origem no Gaúcho que logo passou a jogar de centroavante. Depois, passou para o 14 de Julho, onde é o maior goleador da história do clube, e tem seu nome, e o sobrenome da família, gravados na história rubra. Também foi técnico no colorado, onde conquistou o título do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1968, e no alviverde, quando já tinha quase 70 anos.

Pelo Gaúcho, ainda tem a honra de ter feito o primeiro gol da história do Estádio Wolmar Salton no amistoso de inauguração contra o Grêmio em 1957.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Nascido em Guaporé, em 25 de julho de 1937, Armando e seus irmãos vieram a Passo Fundo, ainda na década de 1950, em busca de melhores oportunidades de estudos e trabalho. Armando gostava de futebol e deu seus primeiros chutes na bola foram no Aliança e no Juventude de sua terra natal.

Armando, o segundo mais velho dos irmãos, ao chegar a Passo Fundo buscou o Gaúcho, em 1956, para tentar a sorte no futebol. Na época, os clubes nada ou muito pouco pagavam aos jogadores e ele continuou seus estudos, trabalhando na empresa alimentícia da família.

O futebol era de um razoável lateral-esquerdo. Tinha bom porte físico, marcava bem, mas tinha alguma dificuldade para o passe. Se bem que na época os defensores apenas marcavam. Pouco apoiavam. Em 1957, o Gaúcho inaugurou seu estádio no Boqueirão, na antiga Cancha do Gaúcho. O estádio ainda não tinha nome definido nem arquibancadas, o que foi construído no ano seguinte, e o anfitrião foi o Grêmio porto-alegrense. O Grêmio era campeão estadual e tinha um time muito bom, com destaques para Airton, Ênio Rodrigues, Delém, Milton e outros. O Gaúcho tinha um time caseiro e o craque deste time era Branco, meia de muitas qualidades. E, como centroavante, ele, Armando Rebechi. Naquele jogo, o técnico, Capitão Bueno, mudou a posição de Rebechi. E, ironicamente foi ele quem fez o primeiro gol no novo estádio. Um chute muito potente, de pé esquerdo, da entrada da área. Venceu o bom goleiro Onete. Depois disso o Grêmio passou a jogar efetivamente e goleou, mas, está na história. Rebechi marcou o primeiro gol no que seria conhecido como Estádio Wolmar Salton.

Depois, perdeu espaço no Gaúcho e se mudou para o 14 de Julho. Como irmão mais velho exemplar, levava consigo, sob tutela, seu irmão Rebequinho, arrojado goleiro, que tinha o apelido de Rebequinho.

Adaptado como centroavante, Rebechi deslanchou a fazer gols pelo 14 de Julho. Na verdade, ele achou sua verdadeira posição. Tinha força, explosão muscular e um chute muito forte com o pé esquerdo. Rebechi era um tanque dentro da área. Foi tricampeão da cidade com a camisa rubra, em 1958, 1959, 1960.

Desentendeu-se com a direção do 14 de Julho e retornou ao Gaúcho, levando consigo seu irmão Rebequinho. Mas, em 1961, os dirigentes quatorzeanos, arrependidos, pediram para eles retornarem ao clube, o que efetivamente ocorreu. Mas, naquele mesmo ano, Rebequinho faleceu muito jovem, vítima de acidente de trânsito. Foi um baque sentido pela família e por Armando, que não jogou mais naquele ano.

Depois, Rebechi retornou ao Gaúcho e, posteriormente, ao 14 de Julho, de onde não mais saiu. Aliás, foi emprestado ao Cruzeiro de Porto Alegre, a pedido do técnico Osvaldo Rolla, para uma excursão que o Estrelado realizou pelas américas. Junto com Rebechi estava Daizon Pontes.

Depois da breve passagem pelo Cruzeiro, Rebechi jogou até 1968 no 14 de Julho. Capitão do time e líder, ajudou a levar o alvirrubro ao título regional de 1964. O ataque formado por Mariotti (contratado ao Juventude de Guaporé), Tuta (contratado ao Aimoré), Armando Rebechi e Zoca (oriundo do Glória de Carazinho), era cantado em prosa e verso pelos torcedores. Este time chegou à fase semifinal do estadual da divisão de acesso, perdendo nos pênaltis para o Avenida de Santa Cruz.

Em 1967, veterano, em final de carreira e cuidando dos negócios da família, que abriu o primeiro supermercado de Passo Fundo no modelo self-service, chegou a retornar para a lateral-esquerda a pedido do técnico Verardi. Mas, no final da temporada anunciou sua saída dos campos de futebol.

No ano seguinte seu irmão mais velho Hilário Rebechi foi eleito presidente do 14 de Julho e convidou Armando para ser o treinador. Um grande acerto. Hilário e Armando Rebechi montaram um belo time e o 14 de Julho sagrou-se campeão estadual da segunda divisão, ascendendo à divisão especial. O time era formado por Cavalheiro, Osvaldo, Amâncio, Tomé e Noé; Zé Carlos e Santarém; Mariotti, Pedruca, Abílio e Picão. Um ótimo time.

Em 1969, Rebechi ainda era o técnico, mas, uma série de fatores contribuiu para que os negócios da família ruíssem. Eles largaram tudo e foram embora para Porto Alegre. Se Armando era uma página virada no futebol de Passo Fundo? Ledo engano. Refeito financeiramente, dono de uma grande construtora, Rebechi retornou ao futebol, em 2007, como técnico do Gaúcho, de forma altruísta, sem nada receber. Ao contrário, colocou sua empresa como patrocinadora. Mas durou poucos jogos e “pediu o boné”. Com sérios problemas de saúde, faleceu no final de 2020.

Armando Rebechi, um idealista e um grande artilheiro em prol do futebol.

Honras

  • 1º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (53)
  • 5º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (152)
  • 2º técnico com maior número de jogos pelo 14 de Julho (77)
  • 2º técnico com maior número de vitórias pelo 14 de Julho (32)

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1956 Gaúcho 11 0 0 0
1957 Gaúcho 12 3 0 0
1958 14 de Julho 19 8 0 1
1959 14 de Julho 16 7 0 0
1960 14 de Julho 22 4 0 1
1961 14 de Julho 8 5 0 0
1961 Gaúcho 1 1 0 0
1962 Gaúcho 14 4 0 0
1963 14 de Julho 14 5 0 1
1964 14 de Julho 18 12 0 0
1965 14 de Julho 21 7 0 0
1965 Seleção dos Brancos 1 0 0 0
1966 14 de Julho 11 2 0 0
1967 14 de Julho 21 3 0 0
1968 14 de Julho 2 0 0 0
Total 191 61 0 3

Carreira como técnico

Ano Equipe J V E D A
1966 14 de Julho 1 1 0 0 100%
1968 14 de Julho 32 19 7 6 70%
1969 14 de Julho 35 11 12 12 49%
1972 14 de Julho 9 1 0 8 11%
2007 Gaúcho 9 2 3 4 39%
Total 86 34 22 30 52%