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Três anos depois, em 1921, o Grêmio chegaria ao fim, dando origem ao {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} e àquela que ainda é a maior rivalidade do futebol passo-fundense, o clássico "[[Gaúcho vs. 14 de Julho|Ga-Quá]]". | Três anos depois, em 1921, o Grêmio chegaria ao fim, dando origem ao {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} e àquela que ainda é a maior rivalidade do futebol passo-fundense, o clássico "[[Gaúcho vs. 14 de Julho|Ga-Quá]]". | ||
== | == Os primeiros anos do Campeonato Gaúcho == | ||
Enquanto isso, em 1919, começava a ser disputado o primeiro campeonato estadual. Pela inclusão de clubes de todo o Rio Grande do Sul, o Campeonato Gaúcho manteve até 1960 a disputa de fases preliminares, em que participavam os campeões de cada município, divididos em eliminatórias regionais e zonais. Somente o campeão de cada zona se classificava para as finais do campeonato. Ou seja, para jogar o campeonato estadual, era preciso primeiro ser o melhor da cidade. | |||
Entre 1919 e 1922, Passo Fundo não indicou representantes para o Campeonato Gaúcho. A competição parou em 1923 e 1924 devido à Revolução Federalista. Em 1925, pela primeira vez, a cidade faria sua estreia na competição, com o 14 de Julho caindo logo na primeira fase da 5ª Região da Zona Serra, ao ser derrotado por 1 a 0 pelo Guarany de Cruz Alta em um jogo extra. | |||
== A primeira associação == | |||
A Associação Passo-Fundense de Desportos foi fundada em 28 de junho de 1926 pelos então três clubes em atividade na cidade: Gaúcho, 14 de Julho e Rio Grandense (criado um ano antes pelos ferroviários). Em 11 de agosto, a APFD foi reconhecida pela Federação Rio-Grandense de Desportos como afiliada e entidade apta a indicar seu campeão como representante local no Campeonato Gaúcho. | |||
O primeiro campeonato da APFD teve início cerca de três meses depois. E foi emocionante. O Gaúcho precisava vencer sua última partida para não ver o 14 de Julho levantar a taça por antecipação. O alviverde ganhou do Rio Grandense e forçou a realização de um jogo extra, onde goleou os rivais colorados por 4 a 1. Campeão citadino, o Gaúcho estreava no campeonato estadual, sendo eliminado na decisão da Zona da Serra. | |||
A Associação Passo-Fundense de Desportos entraria em decadência no ano seguinte, com a desfiliação do 14 de Julho e a desistência do Rio Grandense da competição municipal. Para ter um jogo valendo pelo título, acabou-se por convidar o América de Carazinho. Apenas uma formalidade. O Gaúcho venceu os visitantes por 9 a 1. | |||
Em 1928, ainda com o 14 de Julho fora da APFD, convidou-se novamente o América, que se juntaria a Gaúcho e Rio Grandense. Mas o campeonato deste ano não chegou ao fim. Em um jogo marcado para o dia 29 de agosto, o time do Rio Grandense foi surpreendido ao chegar para a partida que deveria acontecer na Cancha do Gaúcho e ninguém apareceu, incluindo os árbitros e os representante da APFD. E assim o Rio Grandense decidiu também se desfiliar. O Gaúcho acabaria levantando sua terceira taça. | |||
O Campeonato Citadino seria finalmente interrompido pela falta de filiados. Em 1929, todos os clubes estavam fechados, reflexo da crise econômica da época. | |||
== Campeões sem jogar == | |||
Somente em 1930 o futebol voltou aos gramados de Passo Fundo. Mas apenas com o 14 de Julho. O clube abriu a temporada no dia 16 de março e pôde ser considerado campeão da cidade sem entrar em campo, enquanto o Gaúcho ainda procurava se reerguer dos anos sem jogar bola. Como a FRGD não conseguiu organizar o campeonato estadual, o 14 se inscreveu na Federação Atlética Gaúcha de Esportes Terrestres (Faget), que promoveu a competição nos mesmos formatos. | |||
Foi, até então, a melhor campanha de um passo-fundense no Campeonato Gaúcho. Na fase regional, os rubros passaram pelo Floresta e pelo Militar de Santa Maria, classificando-se para as finais em Porto Alegre. Devido à Revolução de 1930, a fase final foi disputada somente em março de 1931. O 14 perdeu para o Guarany de Alegrete por 3 a 2. Cinco dias depois, o jogo foi anulado ao se descobrirem irregularidades nas inscrições de jogadores dos dois clubes. Tanto o 14 de Julho quanto o Guarany foram eliminados do campeonato. | |||
Depois de uma nova pausa, o futebol de Passo Fundo só voltaria a ter um campeão em 1935. O Rio Grandense, agora único clube da cidade filiado à Federação Rio-Grandense de Desportos, foi declarado campeão no dia 25 de junho por uma circular da FRGD que o apontava como representante local na 8ª Região da fase preliminar do Campeonato Gaúcho, ao lado do Riograndense de Cruz Alta, Glória de Carazinho e 19 de Outubro de Ijuí. O time não conseguiu passar às finais. | |||
Em 1936, surgia uma nova força, o Cruzeiro, equipe formada exclusivamente por integrantes da Brigada Militar na cidade. Por duas vezes, o clube também foi declarado campeão sem jogar, em sessões administrativas da FRGD em Porto Alegre. Em ambas as oportunidades, parou nas fases regionais, perdendo para o Riograndense de Santa Maria. | |||
O time dos militares só não chegou ao tricampeonato municipal porque em 1938 foi obrigado a pedir seu afastamento da Federação devido à criação da Liga de Esportes da Brigada Militar. Sem clubes em atividade, ninguém representou Passo Fundo no Campeonato Gaúcho. | |||
== Os primeiros passos pela Liga == | |||
Ainda em 1936, o advogado e então professor do Instituto Gymnasial (hoje Instituto Educacional) Celso Fiori e o diretor esportivo da escola, Sabino Santos, tentaram criar a Liga Athlética Passofundense, que administraria competições de “tennis, foot-ball, volley-ball e basket”, conforme a grafia da época. Não deu certo. Mas as boas atuações do Cruzeiro nas fases regionais do campeonato estadual despertaram o interesse por se saber novamente quem era o melhor time da cidade no futebol. | |||
A ideia da criação de uma nova liga ganhou força durante todo o ano de 1938. A intenção era contar com a presença do Rio Grandense, do Samriban (formado por funcionários da Samrig, a Moinhos Rio-Grandenses, e bancários) e do 3º Regimento de Cavalaria, nova denominação do Cruzeiro. | |||
A liga não saiu, mas no início de 1939 a Casa Rádio, um dos principais estabelecimentos comerciais da época na cidade, decidiu organizar um campeonato extraoficialmente, que foi chamado de Campeonato da Cidade. Foram convidados o Gaúcho, o Rio Grandense e o 3º Regimento de Cavalaria. | |||
A disputa deveria ser no sistema turno e returno e começar no final de fevereiro, mas acabou sendo adiada quando o Gaúcho criou um impasse quanto à inscrição de jogadores. Como os outros clubes não concordaram com os pedidos do time do Boqueirão, os alviverdes não disputaram a taça. | |||
O título acabou decidido numa melhor de três partidas. Os militares do 3º Regimento levaram a melhor, vencendo os dois primeiros jogos, por 4 a 1 e 5 a 2, ficando com a taça. | |||
Mas o Gaúcho, como único clube da cidade filiado à Federação Rio-Grandense de Desportos, foi declarado oficialmente campeão em 1939, mesmo sem jogar. No campeonato estadual, conseguiu a melhor participação de uma equipe passo-fundense, superando a façanha do 14 de Julho em 1930. | |||
Nas fases preliminares despachou o Riograndense de Cruz Alta em uma epopeia de quatro jogos e o Riograndense de Santa Maria em pleno Estádio dos Eucaliptos. Na fase final, vitória épica por 4 a 3 sobre o Bagé e uma dolorosa derrota, de virada, por 2 a 1 para o Grêmio de Santana do Livramento no campo do 14 de Julho, o Estádio da Vila Cruzeiro. Esse jogo tirou os alviverdes da disputa do título estadual contra o Rio-Grandense de Rio Grande, mas garantiu a terceira colocação no Campeonato Gaúcho. | |||
== O renascimento do futebol local == | |||
Depois do jogo no final de 1939 entre os dois eternos rivais, a criação da liga era questão de tempo. De correr contra o tempo. Se Passo Fundo quisesse ter um representante no Campeonato Gaúcho de 1940, precisaria fundar uma associação com os clubes locais até o dia 30 de abril. De acordo com os estatutos da FRGD, era essa a data final para o registro de jogadores. Caso houvesse mais de dois clubes numa mesma cidade, era obrigatório que se formasse uma liga ou associação para dirigir o campeonato local, sendo o representante definido pelo resultado do campeonato municipal, que deveria acontecer até setembro. Com a confirmação da inscrição do Gaúcho, Rio Grandense e 14 de Julho, obrigou-se a criação de uma liga. | |||
A reunião da criação da Liga Passo-Fundense de Desportos (LPD) foi no Clube Caixeiral, no dia 8 de maio, depois de negociada uma prorrogação no prazo de inscrições com a FRGD. A primeira diretoria da Liga teria como presidente eleito, no dia 12, Celso Fiori, do 14 de Julho. Para a sede da Liga foi alugada uma sala na Rua Moron, no centro. O prefeito Arthur Ferreira Filho ofereceu um auxílio para a instalação da entidade, contribuindo com um conto de réis. | |||
== A dinastia ferroviária == | |||
Ainda em 1940 a LPD romperia com a FRGD. A Federação escolheu Santa Maria como sede do jogo decisivo que valeria uma vaga na fase final do Campeonato Gaúcho entre o Rio Grandense, campeão local, e o Riograndense de Santa Maria. A Liga se recusou a jogar no centro do estado. Baseava seus argumentos no fato de o Gaúcho ter sido campeão regional em 1939 e que por isso o jogo decisivo deveria ser em Passo Fundo. | Ainda em 1940 a LPD romperia com a FRGD. A Federação escolheu Santa Maria como sede do jogo decisivo que valeria uma vaga na fase final do Campeonato Gaúcho entre o Rio Grandense, campeão local, e o Riograndense de Santa Maria. A Liga se recusou a jogar no centro do estado. Baseava seus argumentos no fato de o Gaúcho ter sido campeão regional em 1939 e que por isso o jogo decisivo deveria ser em Passo Fundo. | ||
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O título de 1942 precisou ser decidido em quatro jogos extras. Finalmente, o Rio Grandense venceu mais uma vez o 14 de Julho, desta vez por 2 a 0, gols de Jamegão e Marcondes. Em 1944, a conquista chegou de uma maneira menos nobre. Sem chances na competição, o Independente entregou os pontos do último jogo, garantindo mais uma vitória dos ferroviários. Nesses primeiros cinco anos, o Rio Grandense venceu 22 e empatou 4 dos seus 34 jogos (um aproveitamento de 71% dos pontos), marcando 107 gols, uma média superior a 3 por partida. O clube nunca mais conquistaria um campeonato da cidade. | O título de 1942 precisou ser decidido em quatro jogos extras. Finalmente, o Rio Grandense venceu mais uma vez o 14 de Julho, desta vez por 2 a 0, gols de Jamegão e Marcondes. Em 1944, a conquista chegou de uma maneira menos nobre. Sem chances na competição, o Independente entregou os pontos do último jogo, garantindo mais uma vitória dos ferroviários. Nesses primeiros cinco anos, o Rio Grandense venceu 22 e empatou 4 dos seus 34 jogos (um aproveitamento de 71% dos pontos), marcando 107 gols, uma média superior a 3 por partida. O clube nunca mais conquistaria um campeonato da cidade. | ||
== O fim do jejum alviverde == | |||
Sem vencer um Citadino dentro de campo desde 1928, o Gaúcho decidiu investir grande para sair da fila. Ainda assim, não foi fácil. O mítico time do Rio Grandense era praticamente imbatível nos momentos decisivos do campeonato durante cinco anos. O título viria em 1947, não fosse uma confusão administrativa do alviverde. | Sem vencer um Citadino dentro de campo desde 1928, o Gaúcho decidiu investir grande para sair da fila. Ainda assim, não foi fácil. O mítico time do Rio Grandense era praticamente imbatível nos momentos decisivos do campeonato durante cinco anos. O título viria em 1947, não fosse uma confusão administrativa do alviverde. | ||
No jogo final, o time venceu o 14 de Julho por 2 a 1, mas os colorados protestaram alegando que o Gaúcho havia inscrito seis jogadores profissionais no time, infringindo o artigo 67º do Regulamento Geral da Federação Rio-Grandense de Futebol que limitava em cinco o número de jogadores não amadores permitidos. O Tribunal de Justiça Desportiva da FRGF deu a vitória ao 14 de Julho por | No jogo final, o time venceu o 14 de Julho por 2 a 1, mas os colorados protestaram alegando que o Gaúcho havia inscrito seis jogadores profissionais no time, infringindo o artigo 67º do Regulamento Geral da Federação Rio-Grandense de Futebol que limitava em cinco o número de jogadores não amadores permitidos. O Tribunal de Justiça Desportiva da FRGF deu a vitória ao 14 de Julho por 3 votos a 2. O Gaúcho apelou e acabou perdendo mais uma vez, agora por 5 votos a 0. Com a decisão, o 14 de Julho foi declarado campeão. O Gaúcho ainda propôs ao 14 a realização de uma nova partida, o que os rubros recusaram. | ||
A resposta veio com o tricampeonato em 1948, 1949 e 1950. Em 1949, o time foi quase perfeito, fazendo duas das três maiores goleadas da história da competição: 8 a 0 no Rio Grandense e 7 a 0 no Independente, além de uma saborosa vitória sobre o 14 de Julho por 2 a 0 na rodada final. | A resposta veio com o tricampeonato em 1948, 1949 e 1950. Em 1949, o time foi quase perfeito, fazendo duas das três maiores goleadas da história da competição: 8 a 0 no Rio Grandense e 7 a 0 no Independente, além de uma saborosa vitória sobre o 14 de Julho por 2 a 0 na rodada final. | ||
== O único título no último minuto == | |||
Menos de dois anos. Foi o tempo que o Atlético precisou esperar desde a fundação para ganhar seu primeiro, e último, título do Citadino. Criado por jogadores e torcedores dissidentes do 14 de Julho e do Gaúcho em 1949, o Atlético chegou ao auge em 1951. | Menos de dois anos. Foi o tempo que o Atlético precisou esperar desde a fundação para ganhar seu primeiro, e último, título do Citadino. Criado por jogadores e torcedores dissidentes do 14 de Julho e do Gaúcho em 1949, o Atlético chegou ao auge em 1951. | ||
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A decisão foi para um jogo extra, disputado no Estádio Celso Fiori, a Baixada Rubra. Mesmo enfrentando a pressão da torcida dos donos da casa, o Atlético abriu o placar com Carlitos. Celio Barbosa empatou ainda no primeiro tempo. A partida foi para a prorrogação. Se houvesse novo empate, seria marcado outro jogo. Mas aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação outro gol de Carlitos garantiria a vitória do Atlético. | A decisão foi para um jogo extra, disputado no Estádio Celso Fiori, a Baixada Rubra. Mesmo enfrentando a pressão da torcida dos donos da casa, o Atlético abriu o placar com Carlitos. Celio Barbosa empatou ainda no primeiro tempo. A partida foi para a prorrogação. Se houvesse novo empate, seria marcado outro jogo. Mas aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação outro gol de Carlitos garantiria a vitória do Atlético. | ||
E, menos de dois anos depois, o Atlético era obrigado a fechar as portas por falta de dinheiro. | E, menos de dois anos depois, o Atlético era obrigado a fechar as portas por falta de dinheiro. | ||
== O fim da época dourada == | |||
Em 1952 o Campeonato Citadino começou a se esvaziar. Com o 14 de Julho profissionalizado, disputando o Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão, o clube foi representado pela sua equipe de aspirantes. Depois de ser goleado duas vezes, os dirigentes do 14 decidiram abandonar a competição. O Gaúcho também acabou desistindo no segundo turno. | Em 1952 o Campeonato Citadino começou a se esvaziar. Com o 14 de Julho profissionalizado, disputando o Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão, o clube foi representado pela sua equipe de aspirantes. Depois de ser goleado duas vezes, os dirigentes do 14 decidiram abandonar a competição. O Gaúcho também acabou desistindo no segundo turno. | ||
Finalmente, em 1953, o Citadino que já não tinha o 14 de Julho, ainda viu o Atlético encerrar suas atividades durante a competição. Na final, a goleada do Independente por 4 a 1 sobre o Gaúcho, com três gols de Plinio Rosseto e um de Pepino, foi o último jogo daquela que pode ser considerada a época de ouro do Campeonato Citadino de Passo Fundo. | Finalmente, em 1953, o Citadino que já não tinha o 14 de Julho, ainda viu o Atlético encerrar suas atividades durante a competição. Na final, a goleada do Independente por 4 a 1 sobre o Gaúcho, com três gols de Plinio Rosseto e um de Pepino, foi o último jogo daquela que pode ser considerada a época de ouro do Campeonato Citadino de Passo Fundo. | ||
== A dinastia rubra == | |||
Embora o Campeonato Citadino continuasse em sua categoria amadora, com Independente e Rio Grandense na briga pelo título, e depois com a criação de outros times de bairros, passaram a valer mesmo os jogos entre 14 de Julho e Gaúcho. Os dois times, já profissionais, enfrentavam-se pela fase regional do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão. Essas partidas também serviam para apontar o campeão da cidade. | Embora o Campeonato Citadino continuasse em sua categoria amadora, com Independente e Rio Grandense na briga pelo título, e depois com a criação de outros times de bairros, passaram a valer mesmo os jogos entre 14 de Julho e Gaúcho. Os dois times, já profissionais, enfrentavam-se pela fase regional do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão. Essas partidas também serviam para apontar o campeão da cidade. | ||
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O Gaúcho bem que tentou quebrar a hegemonia rubra em 1959 e forçou uma “superdecisão” com dois jogos extras. Em vão. Outra festa do 14, depois de golear o tradicional adversário por 5 a 2 e 5 a 1. | O Gaúcho bem que tentou quebrar a hegemonia rubra em 1959 e forçou uma “superdecisão” com dois jogos extras. Em vão. Outra festa do 14, depois de golear o tradicional adversário por 5 a 2 e 5 a 1. | ||
== A dinastia alviverde == | |||
Cansado de perder, o Gaúcho se reforçou e conseguiu acabar com a rotina rubra de levantar a taça do Citadino. Venceu a edição de 1961 com uma festa inesquecível. Depois de ganhar a decisão no Estádio Celso Fiori, jogadores e torcedores resolveram comemorar com o patrono Wolmar Salton na casa dele, que ficava próximo ao estádio. Alguns torcedores chegaram com fogos de artifício para animar ainda mais a festa. Foi quando a esposa de Salton, dona Irma, pediu que os foguetes não fossem usados, para que “se respeitasse a dor dos derrotados”. | Cansado de perder, o Gaúcho se reforçou e conseguiu acabar com a rotina rubra de levantar a taça do Citadino. Venceu a edição de 1961 com uma festa inesquecível. Depois de ganhar a decisão no Estádio Celso Fiori, jogadores e torcedores resolveram comemorar com o patrono Wolmar Salton na casa dele, que ficava próximo ao estádio. Alguns torcedores chegaram com fogos de artifício para animar ainda mais a festa. Foi quando a esposa de Salton, dona Irma, pediu que os foguetes não fossem usados, para que “se respeitasse a dor dos derrotados”. | ||
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Em 1966, dois jogos épicos. Em ambos o Gaúcho marcou primeiro, sofreu a virada, mas passou novamente à frente para vencer por 3 a 2. Neste ano o alviverde ganhou o Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão, o que lhe garantiu os títulos de 1967 e 1968 mesmo sem jogar, já que era o único da cidade na divisão principal. Em 1968 foi a vez do 14 de Julho vencer a “Segundona”. No ano seguinte, quando os dois se enfrentaram pela primeira vez pela 1ª Divisão, o Gaúcho perdeu o título porque se negou a entrar em campo para um jogo extra, alegando dificuldades para compor o time (o intervalo entre seus dois últimos jogos pelo Gauchão havia sido de dois meses) e acabou vendo o 14 vencer por decisão da Junta Disciplinar da LPF. O título foi recuperado no ano seguinte. | Em 1966, dois jogos épicos. Em ambos o Gaúcho marcou primeiro, sofreu a virada, mas passou novamente à frente para vencer por 3 a 2. Neste ano o alviverde ganhou o Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão, o que lhe garantiu os títulos de 1967 e 1968 mesmo sem jogar, já que era o único da cidade na divisão principal. Em 1968 foi a vez do 14 de Julho vencer a “Segundona”. No ano seguinte, quando os dois se enfrentaram pela primeira vez pela 1ª Divisão, o Gaúcho perdeu o título porque se negou a entrar em campo para um jogo extra, alegando dificuldades para compor o time (o intervalo entre seus dois últimos jogos pelo Gauchão havia sido de dois meses) e acabou vendo o 14 vencer por decisão da Junta Disciplinar da LPF. O título foi recuperado no ano seguinte. | ||
== Em busca de dinheiro == | |||
Oito anos depois, no final de 1978, Gaúcho e 14 de Julho voltaram a se enfrentar pelo título citadino. Desta vez a competição não foi patrocinada pela Liga, mas pelos clubes, que decidiram marcar duas partidas para ver quem era o melhor (e também para tentar arrecadar dinheiro para manter os times em atividade). Os jogos não atraíram um grande público. O 14 venceu o primeiro clássico no Estádio Vermelhão da Serra por 2 a 0 e garantiu o empate por 1 a 1 no Estádio Wolmar Salton, naquele que foi o último título citadino do futebol passo-fundense. | Oito anos depois, no final de 1978, Gaúcho e 14 de Julho voltaram a se enfrentar pelo título citadino. Desta vez a competição não foi patrocinada pela Liga, mas pelos clubes, que decidiram marcar duas partidas para ver quem era o melhor (e também para tentar arrecadar dinheiro para manter os times em atividade). Os jogos não atraíram um grande público. O 14 venceu o primeiro clássico no Estádio Vermelhão da Serra por 2 a 0 e garantiu o empate por 1 a 1 no Estádio Wolmar Salton, naquele que foi o último título citadino do futebol passo-fundense. | ||
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''*1970: Jogos válidos pelo Campeonato Gaúcho.'' | ''*1970: Jogos válidos pelo Campeonato Gaúcho.'' | ||
== Títulos == | == Títulos == | ||
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