Jamegão (Orestes da Rosa Pastorini)

De Futebol de Passo Fundo
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Jamegão

⭐Seleção de Todos os Tempos do Cruzeiro
⭐Seleção de Todos os Tempos do Rio Grandense
⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Informações pessoais
Nome completo Orestes da Rosa Pastorini
Nascimento 27.05.1911
Local Bagé-RS
Falecimento 20.11.1977, aos 66 anos
Local Joaçaba-SC
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Meia, atacante
Equipes 1935-1938 - Cruzeiro
1939-1939 - Rio Grandense
1939-1939 - 3º Regimento de Cavalaria
1939-1940 - 14 de Julho
1940-1941 - Gaúcho
1942-1944 - Rio Grandense
1944-1944 - 14 de Julho
1947-1947 - 14 de Julho
1947-1947 - Rio Grandense

Orestes da Rosa Pastorini, também conhecido como Jamegão (Bagé-RS, 27 de maio de 1911 — Joaçaba-SC, 20 de novembro de 1977), foi um meia habilidoso e goleador com passagens pelo Cruzeiro, Rio Grandense, Grêmio 3º Regimento de Cavalaria, 14 de Julho e Gaúcho. É considerado um dos melhores jogadores da história do futebol passo-fundense e por isso faz parte do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo, além de integrar a Seleção de Todos os Tempos do Cruzeiro e a Seleção de Todos os Tempos do Rio Grandense.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Quando criança, ouvi com atenção estórias que meu pai contava a respeito de um jogador de futebol cuja técnica jamais vira em Passo Fundo. Chamava-se Jamegão. Eu achava que essas estórias eram apenas devaneios de um saudosista. Muitos anos depois, quando realizava pesquisas para a edição de meu primeiro livro, entrevistei algumas pessoas que também viram Jamegão jogar. Entre essas entrevistas, a do jornalista Jarbas Sampaio Corrêa, do ex-jogador Valentim Viana, e, principalmente, a conversa com Custódio, que jogou ao lado de Jamegão no Rio Grandense.

A partir daí, lembrei do meu pai. Suas estórias não eram fantasiosas. Jamegão jogou muita bola mesmo. Cheguei a ouvir que talvez fosse melhor que Pelé ou que Pelé seria igual a Jamegão. Exageros à parte, foi realmente muito bom ouvir pessoas contar essas resenhas.

Valentim Viana, por exemplo contou que "certa feita", em novembro de 1940, o Rio Grandense foi a Erechim jogar contra o Ypiranga. Seria uma partida amistosa. Deixou Passo Fundo de trem até seu destino. Os jogadores trabalhavam na viação férrea e foram trabalhando até lá. Tinha maquinista, foguista, guarda-freio, etc. Cansados, levaram 5 a 0 no primeiro tempo. No intervalo, Jamegão reuniu seus companheiros e pediu: “defendam e joguem a bola para mim, que resolvo”. Final de jogo, 6 a 5 para o Rio Grandense, com Jamegão marcando cinco gols. Em um deles, entrou para dentro do gol com a bola dominada na cabeça.

Jamegão nasceu em Bagé no dia 27 de maio de 1911. Nas várias pesquisas realizadas, jamais encontrei Jamegão jogando por algum time de sua cidade. Cheguei a telefonar para o Jornal Minuano e falar com um antigo jornalista, chamado José Higino. Nunca ouvira falar de Jamegão em Bagé, embora saiba que há pessoas da família Pastorini lá residindo.

Em 1934, Jamegão é localizado no Grêmio Porto-Alegrense. Titular em alguns jogos, marcou um gol contra em um Grenal, jogando pela lateral-esquerda. Depois, desaparece. Em 1935, aportou em Passo Fundo, como praça da Brigada Militar. Jogou então no Cruzeiro, time daquela guarnição, que estava filiado à FRGF. Foi campeão da cidade.

Em 1938, o Cruzeiro foi extinto. Em 1939, ganhou emprego na viação férrea e passou a defender o Rio Grandense. No mesmo ano, Jamegão vestiu então a camisa do 14 de Julho e, entre 1940 e 1941, a do Gaúcho.

Então, voltou para o Rio Grandense. Foi o auge de Jamegão no futebol passo-fundense e, também, do clube ferroviário. Entre 1940 e 1944, o Rio Grandense não foi campeão da cidade, apenas, em 1943. Em 1941, chegou à fase semifinal do campeonato estadual, perdendo para o Internacional em Porto Alegre. Foi exatamente nesse período que Jamegão fez da bola sua amante, absolutamente subserviente aos seus mandos. Jogou muito, realizou dribles desconcertantes que faziam delirar os torcedores, sejam do Rio Grandense ou não, marcou gols antológicos, deu passes geniais. Os articulistas dos jornais vibravam a cada matéria que escreviam sobre o jogo de Jamegão.

O Rio Grandense, porém, era pouco para o craque. Voltou ao 14 de Julho, foi contratado pelo Atlântico e depois vestiu a camisa do 14 de Julho de Erechim. E, como um craque, contado em prosa e verso, não foi para um grande time? Eram outros tempos. O futebol não era para ganhar dinheiro, era para se divertir. E, nada melhor que se divertir fazendo que pequenos clubes se agigantarem, momentaneamente, em razão de sua habilidade com a bola. Ademais, jogadores de futebol trabalhavam paralelamente em outras atividades e gostavam muito da noite. O futebol era lazer e diversão.

Quem contratou Jamegão, em seu derradeiro clube, foi o Joaçaba de Santa Catarina. Jamegão desfilou sua imensa técnica até encerrar a carreira. Depois, transformou-se em treinador lá mesmo em Joaçaba.

Quando estava realizando minhas pesquisas para outros livros e outros trabalhos, tentei localizar Jamegão em Joaçaba ou onde poderia imaginar que estivesse. Tudo em vão. Com o advento das redes sociais, postei um artigo sobre ele na internet. Uma neta entrou em contato comigo, incrédula sobre o que se falava sobre seu avô. Perguntei onde ele estaria ou se havia falecido. Ela confirmou. Jamegão falecera em 20 de novembro de 1977.

Honras

  • Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Cruzeiro como atacante
  • Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Rio Grandense como atacante
  • Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1935 Cruzeiro ND ND ND ND
1936 Cruzeiro ND ND ND ND
1937 Cruzeiro ND ND ND ND
1938 Cruzeiro ND ND ND ND
1939 Rio Grandense ND ND ND ND
1939 3º Regimento ND ND ND ND
1939 14 de Julho 2 2 0 0
1940 14 de Julho 1 0 0 0
1940 Gaúcho 15 4 0 0
1941 Gaúcho 10 6 0 0
1942 Rio Grandense ND ND ND ND
1943 Rio Grandense ND ND ND ND
1944 Rio Grandense ND ND ND ND
1944 14 de Julho 1 0 0 0
1947 14 de Julho 1 0 0 0
1947 Rio Grandense ND ND ND ND
Total 30 12 0 0

*Os jogos do Cruzeiro, Rio Grandense e 3º Regimento de Cavalaria ainda estão em fase de pesquisa.