Adair (Adair Lopes Bicca): mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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Edição das 21h11min de 25 de junho de 2024

Adair
Informações pessoais
Nome completo Adair Lopes Bicca
Nascimento 2011
Local São Gabriel-RS
Nacionalidade Arquivo:Bandeira-bras.png
Falecimento
Local Sertão
Posição Centromédio
Carreira em Passo Fundo
Jogador Gaúcho (1965-66)
Gaúcho (1966-67)
Técnico Gaúcho (1976)


Nota: Se procura outro jogador com o mesmo nome, consulte: Reinaldo (Desambiguação).

Predefinição:Info Atletas Futebol

Biografia

José Reinaldo de Lima, mais conhecido como Reinaldo, é considerado o maior ídolo da história do Clube Atlético Mineiro. Revelado pelas categorias de base do Galo, o atacante foi um dos jogadores que mais se aproximaram da genialidade de Pelé, o atleta do século XX. Com limitações físicas ao longo da carreira, em razão das entradas duras e desleais dos adversários, o artilheiro pendurou as chuteiras de forma pré-matura, com apenas 31 anos. Ainda garoto, Reinaldo veio para o Atlético após ser observado por Zé das Camisas, que o indicou para o técnico Barbatana. Com apenas 16 anos, o adolescente já figurava na equipe profissional do clube. Sua estreia aconteceu no dia 28 de Janeiro de 1973, na derrota de 2 a 1 para o Valério no estádio do Mineirão. O primeiro gol não demorou a acontecer, e foi no empate por 2 a 2 contra a Caldense no dia 04 de fevereiro do mesmo ano.

Nasce um Artilheiro

Ponte Nova, 11 de janeiro de 1957. Nasce José Reinaldo de Lima, filho de Mário e Maria Coeli, o sexto de oito irmãos, quatro mulheres e quatro homens. A família era humilde, mas os pais não deixavam faltar nada e eram presentes na vida dos filhos. Algumas pessoas nascem com talento para pintura ou falar em público. Outras nascem com uma vida traçada pelos pais bem-sucedidos. Poucas pessoas nascem para majestade, como Reinaldo, que já é rei só pelo nome. Foi um menino obediente que fazia pequenos serviços para conseguir um dinheirinho e ir ao cinema. O futebol era a atividade favorita nas horas vagas. Tinha uma técnica impecável e por isso não podia jogar com os garotos da sua idade já que desequilibrava a partida. Então, Reinaldo treinava com os mais velhos. Até mesmo no colégio ele era dispensado de algumas aulas para jogar bola.

(...) me mandavam ir jogar bola, ao invés de assistir a aula de música, por exemplo... mas eu gostava de música! Só que eles achavam que eu era desafinado, e além disso gostavam de me ver jogando bola! (VIANNA, 1998: 22)

Chegada ao Atlético

Aos 14 anos, Reinaldo jogava no Pontenovense. Em 7 de setembro de 1971, o juvenil do Atlético, comandado por Barbatana, esteve em Ponte Nova para um amistoso. Reinaldo não jogou porque estava participando do desfile de Independência como ciclista. Mas Barbatana estava na cidade também com o interesse de levar um novo jogador para o Atlético. Foi quando soube de Reinaldo: um menino que era um fenômeno e o irmão queria que ele fosse jogar no Botafogo, mas era muito novo. Barbatana assistiu a um jogo de Reinaldo e assim que o viu em campo percebeu que não podia esperar o garoto crescer para trazê-lo para o Atlético e foi logo conversar com os pais do menino para autorizarem a vinda dele para BH. "Desde pequeno eu infernizava a vida dos zagueiros e goleiros. Tinha o apelido de Kaburé e, quando me viram jogar, logo convenceram meus pais de que eu deveria vir para o Atlético." Naquele mesmo dia, Reinaldo estava a caminho da sede alvinegra espremido no fusquinha de Barbatana.

Nessa época, eram comuns treinos do Juvenil contra o profissional, que era o time Campeão Brasileiro de 71 e tinha como técnico Telê Santana. Reinaldo esperou no banco e entrou em campo no 2º tempo. Ele era tranquilo para jogar e se preocupava apenas com a bola, que parecia responder ao seus comandos. Ele driblou jogadores como Dadá, Humberto Ramos, Oldair e Vantuir.

“(...) Reinaldo entrou e aplicou dribles desconcertantes numa das melhores – e mais leais – zagas da história do alvinegro: Grapete e Vantuir. Deu passes perfeitos, se movimentou e fez gol. Da beirada do campo, Telê e Barbatana assistiam perplexos àquilo tudo” (GALUPPO, 2003: 132)

Enquanto não tinha idade para jogar no profissional, Reinaldo ia para onde precisavam dele fosse no juvenil, infanto e dente-de-leite. Ganhava prêmios como melhor jogador em quase todas as partidas e recebeu o apelido baby-craque de Roberto Drummond. Os pais de Reinaldo se preocupavam com a vida escolar dele, mas mesmo com muitas faltas ele conseguiu terminar o colégio e passar no vestibular para Comunicação Social.

Finalmente, Reinaldo começou a jogar no time profissional do Atlético em 1973. Tinha apenas 16 anos e foi eleito revelação de 1973 pela crônica esportiva mineira. Mas em 1974, Reinaldo começou a ter problemas no joelho. De acordo com ele, tudo foi conseqüência de um buraco no campo que pisou e teve torção no joelho esquerdo. Passou por uma cirurgia logo em seguida e teve o menisco interno extraído. Com Paulo isidoro formou uma grande dupla no ataque alvinegro.

Reinaldo já era considerado o rei da torcida atleticana. E rei que é rei não perde a majestade jamais. Estava no auge da carreira de jogador quando passou pela primeira cirurgia de um total de nove.

Como era muito talentoso também sofreu com as agressões dos zagueiros adversários que sempre batiam no seu joelho. Aos poucos Reinaldo tentava resistir à dor para brilhar em campo ao som da torcida alvinegra: “Rei, Rei, Rei! Reinaldo é nosso rei!” E não decepcionava! Suas jogadas sempre impressionavam e deixavam os zagueiros sem reação diante dele, porque era impossível prever o que aquele garoto faria. Como o próprio Telê Santana falou em entrevista:

“E ele ia ficando cada vez mais habilidoso, ao longo dos anos. Com sua habilidade não sei se existiu algum... O único jeito de pará-lo, infelizmente era com a violência! E como ele foi caçado.” (VIANNA, 1998: 42)

Segundo o cronista Roberto Drumond, "Ele não é um Tostão mas pensa como ele; não é um Ademir da Guia, mas tem sua elegância; não é um Gérson, mas mostra a mesma categoria; não é um Dario, mas seus gols fazem a massa vibrar com a mesma intensidade. Reinaldo é Reinaldo."

Em 1977, foi considerado o maior jogador de Minas Gerais. Reinaldo era a alegria dos atleticanos, o rei da massa. O menino simples, que se inspirou em Pelé e Garrincha, saiu do interior de Minas e chegou à Seleção em 1978. Na época, Reinaldo fazia exercícios com um aparelho importado, mas durante a Copa diminuiu os exercícios e usava sempre uma faixa no joelho, a qual escondia até do colega de quarto. Jogou apenas três jogos pela Seleção e depois da Copa foi fazer nova cirurgia nos Estados Unidos. Ficou um ano sem jogar e para comemorar o retorno do rei, o Atlético marcou um amistoso com o Santos no Mineirão. Antes da partida todas as luzes foram apagadas e a torcida acendeu isqueiros para iluminar a volta do Rei.

O entendimento de Reinaldo, Cerezo e cia. vinha desde os tempos de juniores, e o técnico, Barbatana, os treinava à exaustão.

Problemas com o Joelho

Seus joelhos sempre foram um peso para que Reinaldo desse continuidade a seu futebol espetacular. Atacante de grande destaque, tornou seus joelhos alvos preferidos dos zagueiros adversários. Reinaldo praticamente pulou das Categorias de Base para os profissionais e não teve tempo de aprender as malícias da posição. E pagou caro pela sua competência. Por estes problemas, Reinaldo deixou de ser convocado para vários amistosos da Seleção Brasileira na época. Como em 1982, que após ser convocado, seus prolemas no joelho voltaram a lhe causar preocupação e foi cortado da escalação. Em operações sucessivas, Reinaldo sofreu duas intervenções cirúrgicas no joelho esquerdo. Extraiu, na primeira, o menisco interno; na segunda, o externo. Nestas ocasiões foi operado pelo médico Abdo Arges. Logo depois, pelo médico Neylor Lasmar, foram retirados os outros dois meniscos. Com isso, Reinaldo era obrigado a treinar todos os dias sem folga, pois seus músculos podiam tender à atrofia, se parados. Porém, os problemas voltaram a aparecer e Reinaldo foi encaminhado a fazer uma cirurgia no Lenox Hill Hospital, em Nova Iorque, Estados Unidos. Confiando no sucesso da operação, os gastos da viagem foram todos pagos pelo Clube Atlético Mineiro, cerca de quatrocentos mil cruzeiros. Nesta viagem, embarcaram também o então Presidente do Atlético, Valmir Pereira da Silva, o Dr. Neylor Lasmar, a mãe de Reinaldo, Dona Célia, e um dirigente do clube. A cirurgia foi realizada no dia 2 de agosto de 1978 pelo médico James Nicholas, na época, a maior autoridade mundial em Ortopedia Esportiva. Depois de um longo período de recuperação, Reinaldo, de volta ao Brasil, buscou ajuda na religião, na parapsicologia e até no espiritismo, para que acabassem os problemas com seu joelho. Após passagem pela Seleção Brasileira, sofreu dois derrames consecutivos no joelho. Sua musculatura estava perfeita, embora não aguentasse mais as pancadas. A esse ponto, a carreira de Reinaldo já demonstrava sinais que seria curta.

Após o período de recuperação, as cobranças em cima de Reinaldo aumentaram cada vez mais. Todos queriam seus gols magníficos de volta. O Rei já estava bom no ponto de vista médico, porém voltar a jogar normalmente foi algo bastante demorado. E essa cobrança virou dúvida sobre a qualidade de seu futebol para os torcedores e os dirigentes de futebol. A cobrança pela falta de gols e das maravilhosas jogadas que o consagraram veio principalmente por parte da diretoria atleticana. Reinaldo treinava exaustivamente e já se sentia desanimado.

Sem parar com os treinos, aos poucos Reinaldo foi recuperando a beleza e a eficiência de seu futebol, voltando a ser ídolo. Mas já não era um ídolo como antes. Não dava muita importância a distribuir autógrafos e justificava: "O negócio é que eu não quero mais ser consumido como jogador famoso." E despertou seu interesse em atuar em outros clubes. Apesar desse discurso, Reinaldo havia recuperado seu futebol, e todos o queriam de volta na Seleção. A convocação não vinha e a massa atleticana então resolveu fazer uma passeata em pleno centro de Belo Horizonte, carregando o Rei nos ombros, exigindo sua volta à Seleção.

Em entrevista à Revista Placar de 15 de julho de 1984, Reinaldo afirmou não ter ído à Copa do Mundo de 82 pelo fato do então técnico da Seleção, Telê Santana, acreditar que ele estivesse tendo relações sexuais com homossexuais. "Se fosse verdade, seria problema meu. Eu nada tenho contra o homossexualismo, mas meu lance é outro." disse o Rei. Reinaldo lutou contra as dores que sentia no joelho, mas a medicina ainda não era tão avançada para mantê-lo em campo alegrando a massa atleticana. "Não tenho mais os quatro meniscos, mas também não tenho mais debilidades físicas. Meus joelhos são exatamente iguais aos do campeão mundial Paolo Rossi." Devido a esses problemas, sua carreira no futebol foi curta mas inesquecível.

Vida Pós Futebol

Em 1996, Reinaldo se envolveu com drogas e virou escândalo público. Passou por tratamento de desintoxicação física e espiritual. Teve apoio da família, amigas, torcedores, e do chamado trio: o advogado, o médico e psiquiatra que ajudaram durante o processo. Ele diz também que o nascimento de sua filha durante este período foi sua salvação.

Reinaldo sempre se interessou pela política nacional e se posicionou contra a ditadura. O gesto que fazia, braço levantado e punhos cerrados, para comemorar cada gol era motivo de discussão. Para ele era uma mistura de comemoração, resposta ao racismo, força e alegria. Reinaldo "acredita que a política é o campo ideal para o cidadão se posicionar" (SILVEIRA, 2006: 84). Após a carreira de jogador foi eleito Deputado Estadual pelo PT e cumpriu mandato como vereador pelo Partido Verde. Além disso, Reinaldo foi comentarista esportivo na TV Alterosa.

"Jogou mais ou menos 10 anos com 90% cérebro e 10% físico, até o encerramento precoce de sua carreira. Ainda assim, infernizou defesas adversárias, marcou gols e fez jogadas antológicas, estabeleceu o recorde de artilheiro do campeonato nacional que perdurou por mais de 20 anos, em números absolutos, e ainda não foi batido, em números relativos". (CHAGAS & CHAGAS, 2004: 99)

O Gol que valeu uma Placa

Na partida Atlético 6 x 0 América-RN, válida pelo Campeonato Brasileiro de 1977, Reinaldo tabelou com Cerezo e recebeu a bola na entrada da área. Com um balanço de corpo, deixou a bola passar e levou o beque. Sem encostar na bola, Reinaldo tirou o goleiro do gol e tocou por cima dele, cobrindo-o espetacularmente de fora da área marcando o gol. O ex-goleiro e comentarista da Rádio Itatiaia na época, Kafunga, ficou tão maravilhado que mandou fazer uma placa homenageando o gol, hoje afixada no hall de entrada do estádio Mineirão (assista o gol abaixo).

<youtube250>uL3K9zvKBf8</youtube250>

Ficha Técnica

Nome: José Reinaldo de Lima
Posição: Atacante
Data de Nascimento: 11 de janeiro de 1957
Naturalidade: Ponte Nova-MG

Carreira como jogador

Contrato na CBF: 053703/83

Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Atlético - 1973/1985
Predefinição:BRAb Predefinição:SPb Palmeiras-SP - 1986
Predefinição:BRAb Predefinição:AMb Rio Negro-AM - 1987
Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Cruzeiro-MG - 1988
Predefinição:SUEb BK Häcken-SUE - 1988
Predefinição:HOLb Telstar-HOL - 1988

Carreira como treinador

Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Valério-MG - 1999
Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Mamoré-MG - 2001
Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Villa Nova-MG - 2012
Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Ipatinga-MG - 2013

Multimídia

Confira gols feitos por Reinaldo em sua carreira vitoriosa: <youtube250>TjlZWD-tH_Q</youtube250>

Partidas Disputadas

Ano 1981

198124 - 07/06/1981 - Atlético 1 x 1 Villa Nova-MG - Campeonato Mineiro

Ano 1983

198326 - 12/06/1983 - Uberlândia-MG 1 x 3 Atlético - Campeonato Mineiro Predefinição:Bola2

Estatísticas

Ano Total de Jogos Gols Marcados Cartões Amarelos Cartões Vermelhos
1973 34 14 - 0
1974 30 11 - 0
1975 32 17 - 1
1976 49 43 - 4
1977 48 42 - 0
1978 5 9 - 1
1979 26 10 - 0
1980 42 25 - 2
1981 33 14 - 2
1982 50 21 - 2
1983 52 19 - 2
1984 48 20 - 1
1985 26 10 - 2
Total 475 255 - 17

Retrospecto Geral

Jogador
Jogos V E D Gols
Reinaldo 475 289 113 73 255

Títulos

1975 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Taça Minas Gerais - Atlético
1976 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Taça Minas Gerais - Atlético
1976 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1976 - Predefinição:ESPb Torneio Conde de Fenosa - Atlético
1977 - Predefinição:ESPb Torneio de Vigo - Atlético
1978 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1978 - Predefinição:BRAb Campeão dos Campeões do Brasil - Atlético
1979 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1980 - Predefinição:ESPb Torneio Costa do Sol - Atlético
1980 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1981 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1981 - Predefinição:BRAb Predefinição:DFb Torneio Brasília 21 Anos - Atlético
1982 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1982 - Predefinição:FRAb Torneio de Paris - Atlético
1982 - Predefinição:ESPb Torneio de Bilbao - Atlético
1983 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético
1983 - Predefinição:SUIb Torneio de Berna - Atlético
1984 - Predefinição:HOLb Torneio de Amsterdã - Atlético
1985 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Campeonato Mineiro - Atlético

Prêmios

1976 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético
1977 - Predefinição:BRAb Vice-Campeonato Brasileiro - Atlético
1977 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético
1977 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Craque do ano do Troféu Guará - Atlético
1977 - Predefinição:BRAb Bola de Prata da Revista Placar - Atlético
1977 - Predefinição:BRAb Chuteira de Ouro da Revista Placar - Atlético
1980 - Predefinição:BRAb Vice-Campeonato Brasileiro - Atlético
1980 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético
1981 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético
1983 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético
1983 - Predefinição:BRAb Bola de Prata da Revista Placar - Atlético
1984 - Predefinição:BRAb Predefinição:MGb Melhor atacante do Troféu Guará - Atlético

Ligações Externas

Predefinição:Bloco de Navegação


Adair

Nome completo: Adair Lopes Bicca Nascimento: 05.01.1946 Local: São Gabriel-RS Falecimento: 05.10.2017, aos 71 anos Local: Sertão-RS Posição: Centromédio Carreira em Passo Fundo Jogador: Gaúcho (1965-66), Gaúcho (1966-67) Técnico: Gaúcho (1976)

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente Gitinha, formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande. Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque. Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes. Retornou ao Estádio Wolmar Salton em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com Roberto no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional. Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade. Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal. Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca. No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez. Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica. Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador Vando e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero. Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.

A aventura na Argentina Em 1968, Bicca se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Bicca atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Bicca jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.

Os jogos na Argentina Newell's Old Boys 1-0 Ferro Carril Oeste Data: 24.03.1968; Competição: Campeonato Argentino; Local: Estádio El Coloso del Parque, Rosário; Árbitro: Brusca; Gol: Ramírez 4 (1-0) Newell's Old Boys: Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair; De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra Ferro Carril Oeste: O. Pérez; Vasallo e Sartirana; Allende, Collado e Siles; R. Pérez, Noguera, Vidal, Tartaglia e Aimonetti

Lanús 2-0 Newell's Old Boys Data: 31.03.1968; Competição: Campeonato Argentino; Local: Estádio La Fortaleza, Lanús; Árbitro: Minutella; Gols: Garmendia 27 (1-0), Silva 44 (2-0) Lanús: Ovejero; Lorenzatto e Carnevale; Ostúa, Cornejo e E. Suárez; Minitti, Garmendia, Silva, De Mario e Basurte Newell's Old Boys: Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair, De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra

Títulos Jogador Gaúcho 1x Campeonato da Zona Norte do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão (1965) 1x Campeonato Regional do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão (1965) 3x Campeonato Citadino (1965, 1967, 1968) 1x Torneio Dia do Futebol (1965) 1x Torneio Início do Campeonato Citadino (1965)

Técnico Gaúcho

  • Não conquistou