Meirelles Duarte (Antonio Augusto Meirelles Duarte): mudanças entre as edições
(Criou página com ''''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do Gaúcho. {| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%" ! colspan="2" |Adair |- align="center" | colspan="2" |semmoldura |- ! colspan="2" |<small>Informações pessoais</small> |- |'''<small>Nome...') |
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''' | '''Antonio Augusto Meirelles Duarte''', também conhecido como '''Meirelles Duarte''' (Passo Fundo, 19 de novembro de 1934 — Passo Fundo, 18 de agosto de 2019), foi um radialista, jornalista, cronista, narrador e apresentador de tevê, além de advogado e político, que atuou durante quase sete décadas na mídia passo-fundense. É considerado o “patrono da crônica esportiva” de Passo Fundo. | ||
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|'''<small>Nome completo</small>''' | |'''<small>Nome completo</small>''' | ||
|<small> | |<small>Antonio Augusto Meirelles Duarte</small> | ||
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|'''<small>Nascimento</small>''' | |'''<small>Nascimento</small>''' | ||
|<small> | |<small>19.11.1934</small> | ||
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|'''<small>Local</small>''' | |'''<small>Local</small>''' | ||
|<small> | |<small>Passo Fundo</small> | ||
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|'''<small>Falecimento</small>''' | |'''<small>Falecimento</small>''' | ||
|<small> | |<small>18.08.2019, aos 84 anos</small> | ||
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|'''<small>Local</small>''' | |'''<small>Local</small>''' | ||
|<small> | |<small>Passo Fundo</small> | ||
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|'''<small>Ocupação</small>''' | |'''<small>Ocupação</small>''' | ||
|<small> | |<small>Radialista e jornalista</small> | ||
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== História == | == História == | ||
Filho do tenente da Brigada Militar Delmar Duarte e da professora de música Zaida Meirelles Duarte, Antonio Augusto Meirelles Duarte nasceu em Passo Fundo no dia 19 de novembro de 1934. Com seis anos, mudou para a cidade de Getúlio Vargas, onde seu pai assumiu a unidade da BM no município durante dez anos. Meirelles Duarte cursou os atuais ensinos fundamental e médio no colégio Cristo Rei (e terminaria os estudos no Colégio Conceição em Passo Fundo, onde recebeu o diploma de contador). | |||
As diversões preferidas de Meirelles eram a bola de futebol e a pesca, mas o garoto sempre participou de atividades ligadas à igreja católica. Foi coroinha, mas logo descobriu sua verdadeira vocação quando percebeu o poder do alto-falante instalado na igreja. Como em todas as cidades do interior, era assim que os recados eram transmitidos numa época em que não havia rádio na maioria dos municípios. | |||
O trabalho no alto-falante da igreja acabou rendendo o primeiro emprego para Meirelles Duarte em janeiro de 1951. Com apenas 16 anos, assumia a locução na Rádio Vera Cruz (hoje Rádio Sideral), emissora recém-fundada em Getúlio Vargas. | |||
Acabou ficando pouco tempo no comando do microfone. Já no ano seguinte recebia uma oferta de Celso Fernandes, gerente da Rádio Passo Fundo, para voltar à cidade natal e assumir uma vaga na equipe. Era o dia 1º de fevereiro de 1952. | |||
=== A carreira na imprensa passo-fundense === | |||
O desafio inicial era grande: ser narrador de jogos de futebol da rádio, com toda a habilidade, experiência e dificuldade técnica que uma transmissão implicava. Ele substituiria o primeiro narrador de futebol em Passo Fundo, José Alcebíades de Oliveira, trazido de Santo Ângelo por Maurício Sirotsky. Alcebíades de Oliveira ficara cinco anos na Rádio Passo Fundo até se transferir para a Rádio Bandeirantes em São Paulo. A primeira narração de Meirelles foi entre Independente e Palmeirense de Palmeira das Missões pelo Campeonato Gaúcho de Amadores de 1952 no Estádio Tingaúna. | |||
Paralelamente ao trabalho na imprensa, durante seis anos trabalhou como gerente numa empresa de eletrodomésticos, valendo-se da sua formação como contador. | |||
Apaixonado por esportes, principalmente por futebol, Meirelles não aceitava a falta de uma editoria específica para o tema nos jornais da cidade. Em 1958, fez então uma proposta para Túlio Fontoura, do Diário da Manhã, para escrever notícias sobre os times locais e regionais. Deu tão certo que o jornal chegou a manter um caderno de esportes publicado no início da semana com a cobertura esportiva dos sábados e domingos. Mas isso não o fez abandonar o rádio. Durante anos trabalhou nos dois veículos (também teve uma breve passagem pela Rádio Municipal), fazendo seu programa e depois escrevendo o texto que seria publicado no jornal, que era buscado por um mensageiro do Diário. Como cronista, publicou a coluna “V-tudo” entre 1963 e 1976. | |||
Em | Em 1972, criou o apelido "Canhão da Serra" para Bebeto, impressionado com a atuação do jogador na partida em que o Gaúcho venceu o Brasil por 2 a 1 em Pelotas pelo Campeonato Gaúcho, com os dois gols alviverdes anotados pelo centroavante. | ||
Foram 21 anos no Diário da Manhã até aceitar um convite de Múcio de Castro em 1980 e se mudar para O Nacional. No jornal, manteve a coluna “Crônica da Cidade”, além de colaborar no noticiário esportivo. | |||
Meirelles ainda aproveitou outro nicho na comunicação na cidade, ao fundar o Agro Jornal em 1974, que durante quase uma década circulou entre dez cooperativas agrícolas. Além disso, era o correspondente da região para os veículos da Companhia Caldas Júnior (Rádio e TV Guaíba e os jornais Correio do Povo, Folha Esportiva e Folha da Tarde). | |||
Enquanto sua saúde permitiu, continuou colaborando no jornal O Nacional com sua coluna de memórias fotográficas e apresentando um programa sobre esportes no canal local 26 da NET, a TV Passo Fundo. | |||
=== A carreira na política === | |||
O reconhecimento e prestígio que obteve ao microfone acabou levando Meirelles para a política. Sempre concorreu a vereador. Sua primeira eleição foi no pleito de 1959. Aos 24 anos, pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), uma dissidência local do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fez 425 votos, a 16ª maior votação no total. Acabou na suplência, mas chegou a exercer o mandato em algumas ocasiões. | |||
Voltou a concorrer em 1963, agora pelo PTB, e se elegeu pela primeira vez, com 831 votos, sendo o sexto mais votado. Durante o mandato, atuou como secretário da Câmara e membro titular da Comissão de Obras Públicas e Nomenclaturas de Ruas. Defensor declarado das ideias de Leonel Brizola "em uma época politicamente complicada", acabou preso com outros cinco vereadores por cerca de 30 dias em Porto Alegre. | |||
Em 1968, a consagração nas urnas. Agora concorrendo pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), devido ao bipartidarismo imposto pelo governo militar, fez 1.235 votos e terminou como o candidato mais votado da cidade para a Câmara de Vereadores. Foi novamente secretário da Câmara e membro titular das suas Comissões Técnicas. Ao final do mandato, anunciou que deixava a política para cursar a faculdade de Direito na Universidade de Passo Fundo, onde se formaria em dezembro de 1979. Obviamente, foi o orador da turma. | |||
Com o ressurgimento dos partidos políticos, ingressou no PMDB e voltou a concorrer no pleito de 1988. Foi eleito pela quarta vez, com 576 votos, ajudado pelo quociente eleitoral. Voltaria a ser eleito, pela última vez, na eleição seguinte. Foram mais 976 votos, o 12º candidato mais votado na cidade. Em 1996, a última participação nas eleições municipais, já aos 61 anos. Foram mais 832 votos, que agora lhe garantiam apenas a suplência. | |||
Por suas ações, Meirelles recebeu o prêmio de vereador destaque em 1990 e 1991 e, em 2007, o título de vereador emérito de Passo Fundo. | |||
=== Vida social e homenagens recebidas === | |||
Religioso, o jornalista sempre foi ligado à igreja católica. Também era defensor dos animais. As ações sociais marcaram sua vida, sendo por 25 anos membro do Lions Internacional e recebendo, em 1987, o título de “presidente exemplar”. Foi delegado regional do Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul e integrante da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Passo Fundo. Em 1992, como parte das comemorações dos seus 40 anos de atuação como jornalista no município, Passo Fundo, Guarany de Cruz Alta, Santa Cruz e São Luiz disputaram o Quadrangular Meirelles Duarte no Estádio Vermelhão da Serra. | |||
Recebeu dezenas de condecorações e homenagens organizadas pelas mais diversas entidades. Entre as principais, estão a maior comenda de Passo Fundo, a Medalha de Grão Mérito Fagundes dos Reis, sendo o único que recebeu a homenagem duas vezes, uma do Legislativo e outra do Executivo, por relevantes serviços prestados na comunicação e como vereador por cinco legislaturas; e as medalhas Negrinho do Pastoreio e Coronel Atílio Escobar, do governo do Rio Grande do Sul, pela atuação como comunicador. | |||
Foi membro e presidente por várias gestões da Academia Passo-Fundense de Letras e homenageado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Passo Fundo. Em 2000, foi eleito o melhor comunicador do interior do Rio Grande do Sul. Em 2007, foi escolhido patrono da Feira do Livro de Passo Fundo. | |||
Meirelles também recebeu condecorações militares da Brigada Militar, dos ex-pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial e do Exército Brasileiro, além de ser membro do Conselho dos Bombeiros em 2010. | |||
=== Condecorações esportivas === | |||
Em 1982, Meirelles Duarte recebeu do então presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Rubens Hoffmeister, o diploma de cronista emérito, único do interior do Rio Grande do Sul. Vinte anos depois, o presidente Francisco Noveletto, da mesma FGF, o condecorou como sócio honorário da Federação. | |||
Dizia que torcia pelo sucesso de todos os clubes da cidade, mas tinha especial simpatia pelo Gaúcho e pelo Internacional de Porto Alegre. Do colorado da capital recebeu o diploma de sócio honorário, também único de todo o interior do estado e entregue em um jantar solene em março de 2006 pelo então presidente do clube Fernando Carvalho. | |||
Da Federação Mundial de Bocha recebeu um diploma especial pela cobertura das três edições dos campeonatos mundiais realizados na cidade. | |||
Ainda, tem mais de 30 diplomas de entidades esportivas de Passo Fundo, incluindo muitos títulos de sócio honorário, patronal ou colaborador emérito. | |||
=== Vida pessoal === | |||
Meirelles teve uma das vozes mais conhecidas e marcantes do rádio em Passo Fundo, mas foi ele quem acabou “fisgado” por uma estudante que ligava todos os domingos à tarde para a Rádio Passo Fundo para pedir músicas. O interesse foi mútuo e logo começava o namoro com a estudante Mary Raymundi. Os dois se casariam e teriam três filhos: Cezar Augusto, Luiz Felipe e Márcio Alexandre. | |||
Em 2012, comemorou com dona Mary suas bodas de ouro, o aniversário de 50 anos de casamento. | |||
Nos seus últimos anos de vida, Meirelles enfrentou um difícil tratamento de linfoma. Disse que ocupou seu maior tempo de internação hospitalar, 92 dias, com “incontáveis horas de conversação com Deus”. | |||
Deixou apenas um projeto inconcluso: a construção de um museu dos esportes na cidade, onde exibiria todo seu acervo. | |||
Antonio Augusto Meirelles Duarte acabou falecendo na manhã de 18 de agosto de 2019, aos 84 anos de idade e 67 de carreira. Era um domingo, dia consagrado ao esporte que tanto amava, o futebol. | |||
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Edição das 22h23min de 4 de julho de 2024
Antonio Augusto Meirelles Duarte, também conhecido como Meirelles Duarte (Passo Fundo, 19 de novembro de 1934 — Passo Fundo, 18 de agosto de 2019), foi um radialista, jornalista, cronista, narrador e apresentador de tevê, além de advogado e político, que atuou durante quase sete décadas na mídia passo-fundense. É considerado o “patrono da crônica esportiva” de Passo Fundo.
História
Filho do tenente da Brigada Militar Delmar Duarte e da professora de música Zaida Meirelles Duarte, Antonio Augusto Meirelles Duarte nasceu em Passo Fundo no dia 19 de novembro de 1934. Com seis anos, mudou para a cidade de Getúlio Vargas, onde seu pai assumiu a unidade da BM no município durante dez anos. Meirelles Duarte cursou os atuais ensinos fundamental e médio no colégio Cristo Rei (e terminaria os estudos no Colégio Conceição em Passo Fundo, onde recebeu o diploma de contador).
As diversões preferidas de Meirelles eram a bola de futebol e a pesca, mas o garoto sempre participou de atividades ligadas à igreja católica. Foi coroinha, mas logo descobriu sua verdadeira vocação quando percebeu o poder do alto-falante instalado na igreja. Como em todas as cidades do interior, era assim que os recados eram transmitidos numa época em que não havia rádio na maioria dos municípios.
O trabalho no alto-falante da igreja acabou rendendo o primeiro emprego para Meirelles Duarte em janeiro de 1951. Com apenas 16 anos, assumia a locução na Rádio Vera Cruz (hoje Rádio Sideral), emissora recém-fundada em Getúlio Vargas.
Acabou ficando pouco tempo no comando do microfone. Já no ano seguinte recebia uma oferta de Celso Fernandes, gerente da Rádio Passo Fundo, para voltar à cidade natal e assumir uma vaga na equipe. Era o dia 1º de fevereiro de 1952.
A carreira na imprensa passo-fundense
O desafio inicial era grande: ser narrador de jogos de futebol da rádio, com toda a habilidade, experiência e dificuldade técnica que uma transmissão implicava. Ele substituiria o primeiro narrador de futebol em Passo Fundo, José Alcebíades de Oliveira, trazido de Santo Ângelo por Maurício Sirotsky. Alcebíades de Oliveira ficara cinco anos na Rádio Passo Fundo até se transferir para a Rádio Bandeirantes em São Paulo. A primeira narração de Meirelles foi entre Independente e Palmeirense de Palmeira das Missões pelo Campeonato Gaúcho de Amadores de 1952 no Estádio Tingaúna.
Paralelamente ao trabalho na imprensa, durante seis anos trabalhou como gerente numa empresa de eletrodomésticos, valendo-se da sua formação como contador.
Apaixonado por esportes, principalmente por futebol, Meirelles não aceitava a falta de uma editoria específica para o tema nos jornais da cidade. Em 1958, fez então uma proposta para Túlio Fontoura, do Diário da Manhã, para escrever notícias sobre os times locais e regionais. Deu tão certo que o jornal chegou a manter um caderno de esportes publicado no início da semana com a cobertura esportiva dos sábados e domingos. Mas isso não o fez abandonar o rádio. Durante anos trabalhou nos dois veículos (também teve uma breve passagem pela Rádio Municipal), fazendo seu programa e depois escrevendo o texto que seria publicado no jornal, que era buscado por um mensageiro do Diário. Como cronista, publicou a coluna “V-tudo” entre 1963 e 1976.
Em 1972, criou o apelido "Canhão da Serra" para Bebeto, impressionado com a atuação do jogador na partida em que o Gaúcho venceu o Brasil por 2 a 1 em Pelotas pelo Campeonato Gaúcho, com os dois gols alviverdes anotados pelo centroavante.
Foram 21 anos no Diário da Manhã até aceitar um convite de Múcio de Castro em 1980 e se mudar para O Nacional. No jornal, manteve a coluna “Crônica da Cidade”, além de colaborar no noticiário esportivo.
Meirelles ainda aproveitou outro nicho na comunicação na cidade, ao fundar o Agro Jornal em 1974, que durante quase uma década circulou entre dez cooperativas agrícolas. Além disso, era o correspondente da região para os veículos da Companhia Caldas Júnior (Rádio e TV Guaíba e os jornais Correio do Povo, Folha Esportiva e Folha da Tarde).
Enquanto sua saúde permitiu, continuou colaborando no jornal O Nacional com sua coluna de memórias fotográficas e apresentando um programa sobre esportes no canal local 26 da NET, a TV Passo Fundo.
A carreira na política
O reconhecimento e prestígio que obteve ao microfone acabou levando Meirelles para a política. Sempre concorreu a vereador. Sua primeira eleição foi no pleito de 1959. Aos 24 anos, pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), uma dissidência local do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fez 425 votos, a 16ª maior votação no total. Acabou na suplência, mas chegou a exercer o mandato em algumas ocasiões.
Voltou a concorrer em 1963, agora pelo PTB, e se elegeu pela primeira vez, com 831 votos, sendo o sexto mais votado. Durante o mandato, atuou como secretário da Câmara e membro titular da Comissão de Obras Públicas e Nomenclaturas de Ruas. Defensor declarado das ideias de Leonel Brizola "em uma época politicamente complicada", acabou preso com outros cinco vereadores por cerca de 30 dias em Porto Alegre.
Em 1968, a consagração nas urnas. Agora concorrendo pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), devido ao bipartidarismo imposto pelo governo militar, fez 1.235 votos e terminou como o candidato mais votado da cidade para a Câmara de Vereadores. Foi novamente secretário da Câmara e membro titular das suas Comissões Técnicas. Ao final do mandato, anunciou que deixava a política para cursar a faculdade de Direito na Universidade de Passo Fundo, onde se formaria em dezembro de 1979. Obviamente, foi o orador da turma.
Com o ressurgimento dos partidos políticos, ingressou no PMDB e voltou a concorrer no pleito de 1988. Foi eleito pela quarta vez, com 576 votos, ajudado pelo quociente eleitoral. Voltaria a ser eleito, pela última vez, na eleição seguinte. Foram mais 976 votos, o 12º candidato mais votado na cidade. Em 1996, a última participação nas eleições municipais, já aos 61 anos. Foram mais 832 votos, que agora lhe garantiam apenas a suplência.
Por suas ações, Meirelles recebeu o prêmio de vereador destaque em 1990 e 1991 e, em 2007, o título de vereador emérito de Passo Fundo.
Vida social e homenagens recebidas
Religioso, o jornalista sempre foi ligado à igreja católica. Também era defensor dos animais. As ações sociais marcaram sua vida, sendo por 25 anos membro do Lions Internacional e recebendo, em 1987, o título de “presidente exemplar”. Foi delegado regional do Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul e integrante da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Passo Fundo. Em 1992, como parte das comemorações dos seus 40 anos de atuação como jornalista no município, Passo Fundo, Guarany de Cruz Alta, Santa Cruz e São Luiz disputaram o Quadrangular Meirelles Duarte no Estádio Vermelhão da Serra.
Recebeu dezenas de condecorações e homenagens organizadas pelas mais diversas entidades. Entre as principais, estão a maior comenda de Passo Fundo, a Medalha de Grão Mérito Fagundes dos Reis, sendo o único que recebeu a homenagem duas vezes, uma do Legislativo e outra do Executivo, por relevantes serviços prestados na comunicação e como vereador por cinco legislaturas; e as medalhas Negrinho do Pastoreio e Coronel Atílio Escobar, do governo do Rio Grande do Sul, pela atuação como comunicador.
Foi membro e presidente por várias gestões da Academia Passo-Fundense de Letras e homenageado pela Ordem dos Advogados do Brasil em Passo Fundo. Em 2000, foi eleito o melhor comunicador do interior do Rio Grande do Sul. Em 2007, foi escolhido patrono da Feira do Livro de Passo Fundo.
Meirelles também recebeu condecorações militares da Brigada Militar, dos ex-pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial e do Exército Brasileiro, além de ser membro do Conselho dos Bombeiros em 2010.
Condecorações esportivas
Em 1982, Meirelles Duarte recebeu do então presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Rubens Hoffmeister, o diploma de cronista emérito, único do interior do Rio Grande do Sul. Vinte anos depois, o presidente Francisco Noveletto, da mesma FGF, o condecorou como sócio honorário da Federação.
Dizia que torcia pelo sucesso de todos os clubes da cidade, mas tinha especial simpatia pelo Gaúcho e pelo Internacional de Porto Alegre. Do colorado da capital recebeu o diploma de sócio honorário, também único de todo o interior do estado e entregue em um jantar solene em março de 2006 pelo então presidente do clube Fernando Carvalho.
Da Federação Mundial de Bocha recebeu um diploma especial pela cobertura das três edições dos campeonatos mundiais realizados na cidade.
Ainda, tem mais de 30 diplomas de entidades esportivas de Passo Fundo, incluindo muitos títulos de sócio honorário, patronal ou colaborador emérito.
Vida pessoal
Meirelles teve uma das vozes mais conhecidas e marcantes do rádio em Passo Fundo, mas foi ele quem acabou “fisgado” por uma estudante que ligava todos os domingos à tarde para a Rádio Passo Fundo para pedir músicas. O interesse foi mútuo e logo começava o namoro com a estudante Mary Raymundi. Os dois se casariam e teriam três filhos: Cezar Augusto, Luiz Felipe e Márcio Alexandre.
Em 2012, comemorou com dona Mary suas bodas de ouro, o aniversário de 50 anos de casamento.
Nos seus últimos anos de vida, Meirelles enfrentou um difícil tratamento de linfoma. Disse que ocupou seu maior tempo de internação hospitalar, 92 dias, com “incontáveis horas de conversação com Deus”.
Deixou apenas um projeto inconcluso: a construção de um museu dos esportes na cidade, onde exibiria todo seu acervo.
Antonio Augusto Meirelles Duarte acabou falecendo na manhã de 18 de agosto de 2019, aos 84 anos de idade e 67 de carreira. Era um domingo, dia consagrado ao esporte que tanto amava, o futebol.