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| '''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]]. | | A '''Liga Desportiva Serrana''' foi a primeira liga de futebol conhecida da qual fez parte uma equipe de futebol de Passo Fundo, embora saiba-se que o {{União (União Sport-Club)}} tenha participado de um campeonato regional disputado em 1913 (ainda que não se tenha a certeza se alguma, ou qual, entidade organizasse a competição). |
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| == História ==
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| *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
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| Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
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| Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
| | Aproximadamente um ano após a criação da Federação Gaúcha de Futebol (então, Federação Rio-Grandense de Desportos), em maio de 1918, começaram a surgir os primeiros passos pela fundação de uma "Liga Serrana de Sport". |
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| Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
| | As primeiras notícias falavam sobre a intenção de reunir equipes de Cruz Alta, Ijuí, Júlio de Castilhos, Passo Fundo, Santa Maria (Brasil, Riograndense e Tamandaré) e Tupanciretã (14 de Julho, 7 de Setembro, Grêmio Gaúcho e Ruy França). |
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| Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
| | No dia 9 de novembro de 1919, era anunciado que a liga teria a participação de clubes de Cruz Alta, Júlio de Castilhos e Passo Fundo. A ideia de ter uma entidade regendo o futebol regional era vista com "enthusiastico acolhimento" (em grafia da época) principalmente por Arranca e Guarany de Cruz Alta e {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} de Passo Fundo. |
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| Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
| | Finalmente, no dia 15 de novembro de 1919, era fundada em Cruz Alta a Liga Serrana de Sport. No dia 20 do mesmo mês, a entidade ganhava o nome de Liga Desportiva Serrana, e eram anunciados os clubes membros: 7 de Setembro, de Tupanciretã; Arranca, de Cruz Alta; Brasil, de Cruz Alta; Gaúcho, de Passo Fundo; Grêmio Ijuhyense, de Ijuí; e Tamandaré, de Santa Maria. |
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| Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
| | A primeira diretoria era formada toda por integrantes dos clubes de Cruz Alta: Ernesto Lacombe, presidente; Waldemar Lima, secretário; e Abel Espellet, tesoureiro. |
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| Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
| | == O "jeitinho" do Gaúcho == |
| | Uma das exigências para se participar da Liga era o clube interessado ter seus estatutos sociais publicados. Foi o que descobriu {{João Junqueira da Rocha}}, representante do Gaúcho, quando chegou a Cruz Alta para a reunião da fundação da Liga. Além disso, foi sugerido que os estatutos da Liga Desportiva Serrana fossem inspirados nos do time passo-fundense. |
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| No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
| | O problema é que o Gaúcho não tinha estatutos. O representante alviverde, em vez de reconhecer o fato, disse então que "havia esquecido o livreto com os estatutos em Passo Fundo". Assim, ele se comunicou o mais rápido possível com seu irmão {{Antonio Junqueira da Rocha}}, então vice-presidente do Gaúcho, contando o que havia acontecido. |
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| Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
| | Antonio, no mesmo instante, foi até as oficinas da Livraria Minerva e "em meia hora" ditou os artigos para o amigo, companheiro de futebol e dono da livraria Antão Chagas, para que fossem impressos o mais rápido possível. |
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| Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
| | Em poucas horas, os estatutos estavam prontos e seguiram de trem no dia seguinte para Cruz Alta, levados por Manuel Rosendo. Assim, ficou a impressão exata do esquecimento para os cruz-altenses. |
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| Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
| | == Competições == |
| | Além de amistosos entre os integrantes da Liga, não há informações de competições específicas realizadas entre seus membros. Também não foi encontrado registro de quando a Liga Desportiva Serrana deixou de existir. |
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| == A aventura na Argentina == | | == Lista de presidentes == |
| Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
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| == Honras ==
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| * 9º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (232)
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| * 3º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (60)
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| * 11º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (56)
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| * 11º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (27)
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| * Melhor jogador do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão de 1966
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como atacante
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho como atacante
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| * Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
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| == Carreira como jogador ==
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| == Carreira como técnico ==
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| | == Estatutos == |
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| | | Os estatutos da Liga não foram encontrados. |
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Liga Desportiva Serrana
|
|
Informações
|
Nome
|
Liga Desportiva Serrana
|
Fundação
|
15.11.1919
|
Atividade
|
1919-?
|
Sede
|
Cruz Alta-RS
|
Situação
|
Extinta
|
Motivo
|
Não disponível
|
A Liga Desportiva Serrana foi a primeira liga de futebol conhecida da qual fez parte uma equipe de futebol de Passo Fundo, embora saiba-se que o União tenha participado de um campeonato regional disputado em 1913 (ainda que não se tenha a certeza se alguma, ou qual, entidade organizasse a competição).
Aproximadamente um ano após a criação da Federação Gaúcha de Futebol (então, Federação Rio-Grandense de Desportos), em maio de 1918, começaram a surgir os primeiros passos pela fundação de uma "Liga Serrana de Sport".
As primeiras notícias falavam sobre a intenção de reunir equipes de Cruz Alta, Ijuí, Júlio de Castilhos, Passo Fundo, Santa Maria (Brasil, Riograndense e Tamandaré) e Tupanciretã (14 de Julho, 7 de Setembro, Grêmio Gaúcho e Ruy França).
No dia 9 de novembro de 1919, era anunciado que a liga teria a participação de clubes de Cruz Alta, Júlio de Castilhos e Passo Fundo. A ideia de ter uma entidade regendo o futebol regional era vista com "enthusiastico acolhimento" (em grafia da época) principalmente por Arranca e Guarany de Cruz Alta e Gaúcho de Passo Fundo.
Finalmente, no dia 15 de novembro de 1919, era fundada em Cruz Alta a Liga Serrana de Sport. No dia 20 do mesmo mês, a entidade ganhava o nome de Liga Desportiva Serrana, e eram anunciados os clubes membros: 7 de Setembro, de Tupanciretã; Arranca, de Cruz Alta; Brasil, de Cruz Alta; Gaúcho, de Passo Fundo; Grêmio Ijuhyense, de Ijuí; e Tamandaré, de Santa Maria.
A primeira diretoria era formada toda por integrantes dos clubes de Cruz Alta: Ernesto Lacombe, presidente; Waldemar Lima, secretário; e Abel Espellet, tesoureiro.
O "jeitinho" do Gaúcho
Uma das exigências para se participar da Liga era o clube interessado ter seus estatutos sociais publicados. Foi o que descobriu João Junqueira da Rocha, representante do Gaúcho, quando chegou a Cruz Alta para a reunião da fundação da Liga. Além disso, foi sugerido que os estatutos da Liga Desportiva Serrana fossem inspirados nos do time passo-fundense.
O problema é que o Gaúcho não tinha estatutos. O representante alviverde, em vez de reconhecer o fato, disse então que "havia esquecido o livreto com os estatutos em Passo Fundo". Assim, ele se comunicou o mais rápido possível com seu irmão Antonio Junqueira da Rocha, então vice-presidente do Gaúcho, contando o que havia acontecido.
Antonio, no mesmo instante, foi até as oficinas da Livraria Minerva e "em meia hora" ditou os artigos para o amigo, companheiro de futebol e dono da livraria Antão Chagas, para que fossem impressos o mais rápido possível.
Em poucas horas, os estatutos estavam prontos e seguiram de trem no dia seguinte para Cruz Alta, levados por Manuel Rosendo. Assim, ficou a impressão exata do esquecimento para os cruz-altenses.
Competições
Além de amistosos entre os integrantes da Liga, não há informações de competições específicas realizadas entre seus membros. Também não foi encontrado registro de quando a Liga Desportiva Serrana deixou de existir.
Lista de presidentes
Ano
|
Presidente
|
1919
|
Ernesto Lacombe
|
*A relação está, possivelmente, incompleta.
Estatutos
Os estatutos da Liga não foram encontrados.