Branco (Luiz Wilson Ughini): mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
Ir para navegação Ir para pesquisar
(Criou página com '{| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%" ! colspan="2" |Adair |- align="center" | colspan="2" |semmoldura<br>semmoldura|113x113px |- | colspan="2" align="center" |<small>🇧🇷Seleção Brasileira<br>🧉Seleção Gaúcha do Interior<br>⭐Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho<br></small><small>⭐H...')
 
mSem resumo de edição
 
(Uma revisão intermediária pelo mesmo usuário não está sendo mostrada)
Linha 1: Linha 1:
{| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%"
{| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%"
! colspan="2" |Adair
! colspan="2" |Branco
|- align="center"
|- align="center"
| colspan="2" |[[Arquivo:Meca (Américo Martins de Oliveira).jpg|semmoldura]]<br>[[Arquivo:Meca (Américo Martins de Oliveira) - Autógrafo.jpg|semmoldura|113x113px]]
| colspan="2" |[[Arquivo:Branco (Luiz Wilson Ughini).jpg|semmoldura]]<br>[[Arquivo:Branco (Luiz Wilson Ughini) - Autógrafo.jpg|semmoldura|113x113px]]
|-
|-
| colspan="2" align="center" |<small>🇧🇷Seleção Brasileira<br>🧉Seleção Gaúcha do Interior<br>⭐Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho<br></small><small>⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo<br>👤2º Patrono do Gaúcho<br>🏟️Nome de estádio</small>
| colspan="2" align="center" |<small>⭐Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho<br></small><small>⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo</small>
|-
|-
! colspan="2" |<small>Informações pessoais</small>
! colspan="2" |<small>Informações pessoais</small>
Linha 16: Linha 16:
|'''<small>Local</small>'''
|'''<small>Local</small>'''
|<small>Passo Fundo</small>
|<small>Passo Fundo</small>
|-
|'''<small>Falecimento</small>'''
|<small>Não disponível</small>
|-
|'''<small>Local</small>'''
|<small>Não disponível</small>
|-
|'''<small>Ocupação</small>'''
|<small>Não disponível</small>
|-
|-
! colspan="2" |<small>Carreira em Passo Fundo</small>
! colspan="2" |<small>Carreira em Passo Fundo</small>
Linha 35: Linha 26:
|'''<small>Equipes</small>'''
|'''<small>Equipes</small>'''
|<small>1952-1963 - Gaúcho</small>
|<small>1952-1963 - Gaúcho</small>
|-
! colspan="2" |<small>Técnico</small>
|-
|'''<small>Equipes</small>'''
|<small>1952-1963 - Gaúcho</small>
|-
! colspan="2" |<small>Comissão Técnica</small>
|-
|'''<small>Equipe</small>'''
|<small>1976-1976 - Gaúcho</small>
|-
! colspan="2" |<small>Dirigente</small>
|-
|'''<small>Equipes</small>'''
|<small>Gaúcho</small>
|-
|'''<small>Entidades</small>'''
|<small>Liga Passo-Fundense de Futebol</small>
|}
|}


'''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]].
'''Luiz Wilson Ughini''', também conhecido como '''Branco''' (Passo Fundo, 25 de agosto de 1937), foi um centromédio e zagueiro que se consagrou com a camisa verde do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}}. Por tudo que representa para o clube, faz parte da {{Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho}}e também do {{Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo}}.


== História ==
== História ==
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''


Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
Luiz Wilson Ughini tinha o futebol no sangue. Corria em suas veias. Gostava de futebol, ouvia futebol no rádio, mas fundamentalmente jogava futebol. As peladas com os amigos na imensidão de campo existente em Passo Fundo no início da década de 1950 era obrigatória.


Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
Numa dessas “peladas”, um dos jogadores gritou ao seu companheiro de time: “marque aquele branco”, referindo-se a Ughini. De fato, ele tinha e ainda tem a pele bastante clara. Não deu outra. O apelido pegou de imediato e Luiz Wilson Ughini virou Branco para o futebol, para a família, para os amigos, para Passo Fundo, para a vida.


Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
Foi levado à equipe juvenil do {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} para jogar em várias posições. Foi zagueiro, meio de campo e atacante. Sempre jogando com muita técnica, bola no chão, passes certeiros, dribles e chutes ao gol. Não era muito de fazer gols, mas seus precisos passes resultavam em vários.


Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
Era estudante e trabalhava no comércio de seu pai. Certo dia, pessoas ligadas ao Gaúcho o convenceram a mudar de cor de camisa. Branco assinou ficha e passou a vestir verde. Em 1954, ainda juvenil, entrando esporadicamente em algum jogo, acabou sendo campeão da cidade.


Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
Mas, depois assumiu a titularidade, jogando como centromédio. Na época, era o jogador mais cerebral quem atuava nessa posição. Paralelamente ao futebol, continuava estudando e trabalhando, pois nada recebia para jogar.


Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
Em 1957, o clube inaugurou festivamente seu estádio, depois chamado {{Estádio Wolmar Salton (1957)}}. O anfitrião foi o Grêmio Porto-Alegrense. Enfrentando craques como Airton, Gessy, Ênio Rodrigues, Delém e outros, Branco se destacou. Foi o grande nome do Gaúcho naquele jogo. Lembrou certa feita o radialista {{Jarbas Sampaio Corrêa}}, sobre Branco. “Naquele jogo contra o Grêmio, Branco comeu a bola. O presidente gremista Ary Delgado perguntou a um dirigente alviverde: Quem é aquele menino, no meio de campo? A resposta foi curta: esse é muito bom, mas de família rica. Não vai sair de Passo Fundo.” Assim, o destino pode ter mudado. Branco sairia de Passo Fundo, para jogar no Grêmio?


Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
O Gaúcho disputava a fase regional da segunda divisão de profissionais. Mas, até 1961, sua estrutura era amadora. A maioria dos jogadores, que era recrutada no futebol varzeano e entre alunos dos colégios, trabalhava paralelamente ao futebol. Tinham pouco tempo para os treinos e fisicamente estavam bem abaixo dos times de Erechim, por exemplo. Assim, era constantemente derrotado. Poucos salvavam-se da mediocridade. Um deles era Branco. Mesmo com o preparo físico deficiente, ele conseguia destacar-se pela técnica apurada. Branco deveria jogar "de terno", como diziam alguns torcedores. Não caía, não cometia faltas, realizava jogadas bonitas, como dribles e lançamentos. Num jogo contra o Ypiranga, viu-se só contra dois atacantes. A bola picou e ele chegou antes, deu um balãozinho no jogador Amarelo, dentro da sua área, e saiu jogando com rara categoria. Algo absolutamente incomum numa época em que os zagueiros davam chutões para onde estavam virados.


No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
Foi campeão da cidade em 1961, atuando na posição de quarto-zagueiro, num esquema tático diferente que havia se adotado no futebol, o 4-2-4. Os compromissos profissionais na empresa da família aumentaram e sua responsabilidade, na mesma proporção. Foi deixando o clube, gradativamente. Participava de alguns jogos, quando não estava viajando para a empresa, até o final de 1964, quando deixou definitivamente o futebol profissional.


Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
Branco jamais foi expulso de campo nos 10 anos de sua atividade como jogador do Gaúcho. Poderia ter reivindicado o Prêmio Belfort Duarte, mas não o fez. Quando estudante, jogou duas vezes as olimpíadas estudantis. Jogava na seleção dos trabalhadores de Passo Fundo, nos torneios do dia 1º de maio. Jogou futebol de salão pelo Atlanta, e sagrou-se campeão da cidade. Jogou futebol sete nos famosos campeonatos intergranjas e em outras competições.


Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
Branco estudou e formou-se na faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo, mas nunca exerceu a advocacia. É empresário e sócio, ao lado dos filhos, da Bravine, uma empresa distribuidora de alimentos em Passo Fundo.


Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
== O amor ao alviverde do Boqueirão ==
Desde que chegou ao Gaúcho, ainda com 15 anos em 1952, até encerrar a carreira nos gramados, em 1963, Branco jamais cobrou para jogar (ainda que o Gaúcho só tenha se tornado profissional em 1954). Pelo contrário, ainda ajudava o clube sempre que podia. Aliás, a fábrica de confecções da família de Branco salvou o Gaúcho justamente num dos episódio mais marcantes da sua história, a inauguração do Estádio Wolmar Salton.


== A aventura na Argentina ==
Na véspera do jogo contra o Grêmio, todas as camisas do time desapareceram. Alguém se lembrou de pedir ajuda à família Ughini, fabricante de roupas, que tinha a Camisaria Combate. A empresa convocou seis costureiras que, às pressas, produziram as novas camisas. No dia seguinte, estava tudo bem, exceto por um detalhe: as camisas eram em estilo social, com uma abertura fechada por botões. Não importava. O modelo entrou para a história.
Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
 
Aos 83 anos, em 2021, Branco resolveu contar sua história em um livro autobiográfico: "Origem, Trabalho e Esporte".


== Honras ==
== Honras ==


* 9º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (232)
* Nunca foi expulso de campo em sua carreira como jogador
* 3º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (60)
* Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como zagueiro
* 11º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (56)
* 11º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (27)
* Melhor jogador do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão de 1966
* Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como atacante
* Integrante da Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho como atacante
* Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
* Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo


Linha 105: Linha 75:
! style="text-align:center;" |CV
! style="text-align:center;" |CV
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1952
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1953
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |2
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1954
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |27
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1965
| style="text-align:left;" |Seleção dos Pretos
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
Linha 168: Linha 96:
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1966
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1956
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1957
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |12
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1958
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |18
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |2
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1959
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |6
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1960
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |20
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1961
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |5
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1962
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |17
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1963
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |7
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1967
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |15
| style="text-align:center;" |1
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
| style="text-align:center;" |0
Linha 268: Linha 154:
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |Total
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |Total
| style="text-align:left;" |
| style="text-align:left;" |
| style="text-align:center;" |'''49'''
| style="text-align:center;" |'''99'''
| style="text-align:center;" |'''8'''
| style="text-align:center;" |'''3'''
| style="text-align:center;" |'''0'''
| style="text-align:center;" |'''0'''
| style="text-align:center;" |'''0'''
| style="text-align:center;" |'''0'''
|}
== Carreira como técnico ==
{| class="wikitable" tyle="text-align:center;"
! style="text-align:left;" |Ano
! style="text-align:left;" |Equipe
! style="text-align:center;" |J
! style="text-align:center;" |V
! style="text-align:center;" |E
! style="text-align:center;" |D
!A
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |1976
| style="text-align:left;" |Gaúcho
| style="text-align:center;" |29
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |10
| style="text-align:center;" |9
|52%
|-
| style="text-align:left; vertical-align:middle; font-weight:bold;" |Total
| style="text-align:left;" |
| style="text-align:center;" |'''29'''
| style="text-align:center;" |'''10'''
| style="text-align:center;" |'''10'''
| style="text-align:center;" |'''9'''
|'''52%'''
|}
|}
[[Categoria:Personagens]]
[[Categoria:Personagens]]
[[Categoria:Nascidos em 1946]]
[[Categoria:Nascidos em 1937]]
[[Categoria:Nascidos em Passo Fundo]]
[[Categoria:Nascidos em Passo Fundo]]
[[Categoria:Nascidos em São Gabriel-RS]]
[[Categoria:Nascidos na Argentina]]
[[Categoria:Falecidos em 2017]]
[[Categoria:Fundadores de clubes]]
[[Categoria:Homenageados em competições]]
[[Categoria:Hall da Fama]]
[[Categoria:Hall da Fama]]
[[Categoria:Patronos]]
[[Categoria:Posição: Defensores]]
[[Categoria:Nomes de estádios]]
[[Categoria:Posição: Meias]]
[[Categoria:Jogadores do 14 de Julho]]
[[Categoria:Jogadores do 3º Regimento de Cavalaria]]
[[Categoria:Jogadores do Atlético]]
[[Categoria:Jogadores do Cruzeiro]]
[[Categoria:Jogadores do Gaúcho]]
[[Categoria:Jogadores do Gaúcho]]
[[Categoria:Jogadores do Independente]]
[[Categoria:Jogadores do Passo Fundo]]
[[Categoria:Jogadores do Rio Grandense]]
[[Categoria:Jogadores da Seleção de Passo Fundo]]
[[Categoria:Jogadores da Seleção da Seleção Gaúcha do Interior]]
[[Categoria:Jogadores da Seleção Brasileira]]
[[Categoria:Jogadores da Seleção dos Brancos]]
[[Categoria:Jogadores da Seleção dos Pretos]]
[[Categoria:Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho]]
[[Categoria:Seleção de Todos os Tempos do Cruzeiro]]
[[Categoria:Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho]]
[[Categoria:Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho]]
[[Categoria:Seleção de Todos os Tempos do Rio Grandense]]
[[Categoria:Técnicos do 14 de Julho]]
[[Categoria:Técnicos do Gaúcho]]
[[Categoria:Técnicos do Passo Fundo]]
[[Categoria:Dirigentes do 14 de Julho]]
[[Categoria:Dirigentes do Gaúcho]]
[[Categoria:Dirigentes do Independente]]
[[Categoria:Dirigentes do Passo Fundo]]
[[Categoria:Dirigentes do Rio Grandense]]
[[Categoria:Dirigentes da Liga Passo-Fundense de Futebol]]
[[Categoria:Árbitros]]
[[Categoria:Médicos]]
[[Categoria:Fisioterapeutas]]
[[Categoria:Imprensa]]
[[Categoria:Torcedores]]


__NOTOC__
__NOTOC__

Edição atual tal como às 21h47min de 23 de julho de 2024

Branco

⭐Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho
⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Informações pessoais
Nome completo Luiz Wilson Ughini
Nascimento 25.08.1937
Local Passo Fundo
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Centromédio, zagueiro
Equipes 1952-1963 - Gaúcho

Luiz Wilson Ughini, também conhecido como Branco (Passo Fundo, 25 de agosto de 1937), foi um centromédio e zagueiro que se consagrou com a camisa verde do Gaúcho. Por tudo que representa para o clube, faz parte da Seleção de Todos os Tempos do Gaúchoe também do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Luiz Wilson Ughini tinha o futebol no sangue. Corria em suas veias. Gostava de futebol, ouvia futebol no rádio, mas fundamentalmente jogava futebol. As peladas com os amigos na imensidão de campo existente em Passo Fundo no início da década de 1950 era obrigatória.

Numa dessas “peladas”, um dos jogadores gritou ao seu companheiro de time: “marque aquele branco”, referindo-se a Ughini. De fato, ele tinha e ainda tem a pele bastante clara. Não deu outra. O apelido pegou de imediato e Luiz Wilson Ughini virou Branco para o futebol, para a família, para os amigos, para Passo Fundo, para a vida.

Foi levado à equipe juvenil do 14 de Julho para jogar em várias posições. Foi zagueiro, meio de campo e atacante. Sempre jogando com muita técnica, bola no chão, passes certeiros, dribles e chutes ao gol. Não era muito de fazer gols, mas seus precisos passes resultavam em vários.

Era estudante e trabalhava no comércio de seu pai. Certo dia, pessoas ligadas ao Gaúcho o convenceram a mudar de cor de camisa. Branco assinou ficha e passou a vestir verde. Em 1954, ainda juvenil, entrando esporadicamente em algum jogo, acabou sendo campeão da cidade.

Mas, depois assumiu a titularidade, jogando como centromédio. Na época, era o jogador mais cerebral quem atuava nessa posição. Paralelamente ao futebol, continuava estudando e trabalhando, pois nada recebia para jogar.

Em 1957, o clube inaugurou festivamente seu estádio, depois chamado Estádio Wolmar Salton. O anfitrião foi o Grêmio Porto-Alegrense. Enfrentando craques como Airton, Gessy, Ênio Rodrigues, Delém e outros, Branco se destacou. Foi o grande nome do Gaúcho naquele jogo. Lembrou certa feita o radialista Jarbas Sampaio Corrêa, sobre Branco. “Naquele jogo contra o Grêmio, Branco comeu a bola. O presidente gremista Ary Delgado perguntou a um dirigente alviverde: Quem é aquele menino, no meio de campo? A resposta foi curta: esse é muito bom, mas de família rica. Não vai sair de Passo Fundo.” Assim, o destino pode ter mudado. Branco sairia de Passo Fundo, para jogar no Grêmio?

O Gaúcho disputava a fase regional da segunda divisão de profissionais. Mas, até 1961, sua estrutura era amadora. A maioria dos jogadores, que era recrutada no futebol varzeano e entre alunos dos colégios, trabalhava paralelamente ao futebol. Tinham pouco tempo para os treinos e fisicamente estavam bem abaixo dos times de Erechim, por exemplo. Assim, era constantemente derrotado. Poucos salvavam-se da mediocridade. Um deles era Branco. Mesmo com o preparo físico deficiente, ele conseguia destacar-se pela técnica apurada. Branco deveria jogar "de terno", como diziam alguns torcedores. Não caía, não cometia faltas, realizava jogadas bonitas, como dribles e lançamentos. Num jogo contra o Ypiranga, viu-se só contra dois atacantes. A bola picou e ele chegou antes, deu um balãozinho no jogador Amarelo, dentro da sua área, e saiu jogando com rara categoria. Algo absolutamente incomum numa época em que os zagueiros davam chutões para onde estavam virados.

Foi campeão da cidade em 1961, atuando na posição de quarto-zagueiro, num esquema tático diferente que havia se adotado no futebol, o 4-2-4. Os compromissos profissionais na empresa da família aumentaram e sua responsabilidade, na mesma proporção. Foi deixando o clube, gradativamente. Participava de alguns jogos, quando não estava viajando para a empresa, até o final de 1964, quando deixou definitivamente o futebol profissional.

Branco jamais foi expulso de campo nos 10 anos de sua atividade como jogador do Gaúcho. Poderia ter reivindicado o Prêmio Belfort Duarte, mas não o fez. Quando estudante, jogou duas vezes as olimpíadas estudantis. Jogava na seleção dos trabalhadores de Passo Fundo, nos torneios do dia 1º de maio. Jogou futebol de salão pelo Atlanta, e sagrou-se campeão da cidade. Jogou futebol sete nos famosos campeonatos intergranjas e em outras competições.

Branco estudou e formou-se na faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo, mas nunca exerceu a advocacia. É empresário e sócio, ao lado dos filhos, da Bravine, uma empresa distribuidora de alimentos em Passo Fundo.

O amor ao alviverde do Boqueirão

Desde que chegou ao Gaúcho, ainda com 15 anos em 1952, até encerrar a carreira nos gramados, em 1963, Branco jamais cobrou para jogar (ainda que o Gaúcho só tenha se tornado profissional em 1954). Pelo contrário, ainda ajudava o clube sempre que podia. Aliás, a fábrica de confecções da família de Branco salvou o Gaúcho justamente num dos episódio mais marcantes da sua história, a inauguração do Estádio Wolmar Salton.

Na véspera do jogo contra o Grêmio, todas as camisas do time desapareceram. Alguém se lembrou de pedir ajuda à família Ughini, fabricante de roupas, que tinha a Camisaria Combate. A empresa convocou seis costureiras que, às pressas, produziram as novas camisas. No dia seguinte, estava tudo bem, exceto por um detalhe: as camisas eram em estilo social, com uma abertura fechada por botões. Não importava. O modelo entrou para a história.

Aos 83 anos, em 2021, Branco resolveu contar sua história em um livro autobiográfico: "Origem, Trabalho e Esporte".

Honras

  • Nunca foi expulso de campo em sua carreira como jogador
  • Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como zagueiro
  • Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1952 Gaúcho 1 0 0 0
1953 Gaúcho 2 0 0 0
1954 Gaúcho 1 0 0 0
1956 Gaúcho 10 0 0 0
1957 Gaúcho 12 0 0 0
1958 Gaúcho 18 2 0 0
1959 Gaúcho 6 0 0 0
1960 Gaúcho 20 0 0 0
1961 Gaúcho 5 0 0 0
1962 Gaúcho 17 1 0 0
1963 Gaúcho 7 0 0 0
Total 99 3 0 0