Serginho (Sérgio Rubens Mariano): mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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|'''<small>Equipe</small>'''
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|'''<small>Equipe</small>'''
|<small>Gaúcho</small>
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|'''<small>Entidades</small>'''
|<small>Liga Passo-Fundense de Futebol</small>
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'''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]].
'''Sérgio Rubens Mariano''', também conhecido como '''Serginho''' (Passo Fundo, 24 de fevereiro de 1951 — Passo Fundo, 30 de maio de 2009), foi um ponta-esquerda de grande consciência tática e de entrega ao time. É um dos jogadores que mais vestiram a camisa do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} na história. Também teve uma rápida passagem pelo {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}}, mas acabou voltando ao alviverde.


== História ==
== História ==
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''


Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
Muito jovem, Serginho chamava a atenção ao seu futebol jogando pelo {{Instituto Educacional}} do qual era aluno. Na verdade, era um atleta. Jogava futebol, futebol de salão, vôlei e basquete. Sergio Rubens Mariano, este era seu nome, nasceu em Passo Fundo, no Boqueirão, em 24 de fevereiro de 1951. Filho de pais metodistas, foi criado com a melhor educação. Estudioso e tímido. Assim era Serginho.
 
Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.


Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
Bom jogador, constantemente se dirigia ao {{Estádio Wolmar Salton (1957)}} com as chuteiras debaixo dos braços para treinar no time reserva, aliás, completava o time reserva. Também, paralelamente ao IE, jogava no {{Independente (Independente Grêmio Atlético de Amadores)}}, outro clube do Boqueirão. Em 1967, com seu clube de coração disputando a divisão de honra do futebol gaúcho, assinou o primeiro contrato profissional.


Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
Serginho usava muito a perna esquerda, jogando avançado por aquele setor. Mas, tinha consciência tática. Jogava aberto pela esquerda, mas recuava para ajudar na armação das jogadas e fechar o meio quando seu time não tinha a bola. Possuía muito boa técnica e inteligência para jogar. Exercia com maestria a função que lhe era delegada.


Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
Era reserva de {{Antoninho (Antônio Ávila Neto)}}, depois de {{Adilson (Adilson Ayres)}}, {{Ramiro (Luiz Márcio Ferreira da Silva)}}, {{Wilson Canhoto (Uilson Ferreira da Silva)}} e outros que o clube contratava. Prata da casa, não era muito valorizado. Ficou no Gaúcho, entre titular e reserva, até o começo de 1972. Nesse ano, o alviverde o dispensou. Serginho foi procurado então pelo 14 de Julho, com quem assinou contrato. Porém, o momento dos rubros era péssimo e Serginho não se sentiu bem com a camisa encarnada. Foram poucos jogos, participação breve e modesta. Ainda em 1972, retornou ao Gaúcho, que, percebendo seu equívoco, o recebeu de braços abertos.


Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
Até 1976, Serginho foi titular absoluto do Gaúcho. Já era formado pela faculdade de Educação Física da Universidade de Passo Fundo. Em 1973, o Gaúcho tinha um ataque chamado de "ataque universitário". Composto por {{Leivinha (Valdir Scarsi)}} (aluno de Educação Física), {{Luiz Freire (Luiz Arnoldo Ellwanger Freire)}} (aluno de Medicina), {{Bebeto (Alberto Vilasboas dos Reis)}} (aluno de Educação Física) e Serginho (aluno de Educação Física).


Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
Em 1976, o Gaúcho formou seu último grande time. Sua base titular era: {{Ronaldo (Ronaldo Gomes de Oliveira)}}, {{Betinho (José Valmor dos Santos Rosa)}}, {{Mário Tito (Paulo Francisco Faccio)}}, {{Gringo (Artur Nicolodi de Oliveira)}} e {{Cláudio (Cláudio Roberto Pedroso)}}; {{Jair (Jair dos Santos Pacheco)}}, {{Roberto (Manoel Roberto Antonello)}} e {{Pedro (José Pedro Agapito Rodrigues)}}; {{Mosquito (Santos Ademar Martins)}}, Bebeto e Serginho. Ao final do campeonato gaúcho, o time se desfez. Saíram Pedro, Bebeto, Mosquito e Serginho. Pedro foi para o Internacional, Mosquito para o futebol catarinense, e Bebeto e Serginho para o Caxias.


No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
No Caxias, Serginho foi titular. Jogou o Campeonato Brasileiro da Série A e teve participações brilhantes com a camisa grená. Atuou ao lado de seus ex-companheiros, além de Bebeto, Leivinha e Roberto. Além de grandes nomes do futebol gaúcho, como Cedenir, Clóvis, Paulo César Tatu e outros.


Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
Jogou profissionalmente até 1982 e abandonou o futebol. Passou a exercer a função de professor de Educação Física e passou a jogar no forte futebol amador de Caxias do Sul, defendendo o Vasco da Gama e, depois, o Bangu.


Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
Aposentado, retornou a residir em Passo Fundo. Serginho, além de tímido, não era afeito a festas, às bebidas, à noite. Mas, o mal que dizimou muitos jogadores de futebol, em especial do Gaúcho, o atingiu em cheio. A hepatite tipo C. Após detectar a doença, foi hospitalizado e faleceu pouco tempo após, no dia 30 de maio de 2009.


Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
== Honras ==


== A aventura na Argentina ==
* 7º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (278)
Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
* 12º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (32)
 
* Integrante do {{Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo}}
==== Os jogos: ====
'''NEWELL'S OLD BOYS 1-0 FERRO CARRIL OESTE'''
 
* '''Data:''' 24.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio El Coloso del Parque, Rosário (ARG); '''Árbitro:''' Brusca; '''Gol''': Ramírez 4 (1-0); '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair; De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra; '''Ferro Carril Oeste:''' O. Pérez; Vasallo e Sartirana; Allende, Collado e Siles; R. Pérez, Noguera, Vidal, Tartaglia e Aimonetti
 
'''LANÚS 2-0 NEWELL'S OLD BOYS'''
 
* '''Data''': 31.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio La Fortaleza, Lanús (ARG); '''Árbitro:''' Minutella; '''Gols:''' Garmendia 27 (1-0), Silva 44 (2-0); '''Lanús:''' Ovejero; Lorenzatto e Carnevale; Ostúa, Cornejo e E. Suárez; Minitti, Garmendia, Silva, De Mario e Basurte; '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair, De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra


== Carreira como jogador ==
== Carreira como jogador ==
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== Carreira como técnico ==
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Edição atual tal como às 21h55min de 23 de julho de 2024

Serginho
⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Informações pessoais
Nome completo Sérgio Rubens Mariano
Nascimento 24.02.1951
Local Passo Fundo
Falecimento 30.05.2009, aos 58 anos
Local Passo Fundo
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Atacante
Equipes 1967-1971 - Gaúcho
1972-1972 - 14 de Julho
1972-1977 - Gaúcho

Sérgio Rubens Mariano, também conhecido como Serginho (Passo Fundo, 24 de fevereiro de 1951 — Passo Fundo, 30 de maio de 2009), foi um ponta-esquerda de grande consciência tática e de entrega ao time. É um dos jogadores que mais vestiram a camisa do Gaúcho na história. Também teve uma rápida passagem pelo 14 de Julho, mas acabou voltando ao alviverde.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Muito jovem, Serginho chamava a atenção ao seu futebol jogando pelo Instituto Educacional do qual era aluno. Na verdade, era um atleta. Jogava futebol, futebol de salão, vôlei e basquete. Sergio Rubens Mariano, este era seu nome, nasceu em Passo Fundo, no Boqueirão, em 24 de fevereiro de 1951. Filho de pais metodistas, foi criado com a melhor educação. Estudioso e tímido. Assim era Serginho.

Bom jogador, constantemente se dirigia ao Estádio Wolmar Salton com as chuteiras debaixo dos braços para treinar no time reserva, aliás, completava o time reserva. Também, paralelamente ao IE, jogava no Independente, outro clube do Boqueirão. Em 1967, com seu clube de coração disputando a divisão de honra do futebol gaúcho, assinou o primeiro contrato profissional.

Serginho usava muito a perna esquerda, jogando avançado por aquele setor. Mas, tinha consciência tática. Jogava aberto pela esquerda, mas recuava para ajudar na armação das jogadas e fechar o meio quando seu time não tinha a bola. Possuía muito boa técnica e inteligência para jogar. Exercia com maestria a função que lhe era delegada.

Era reserva de Antoninho, depois de Adilson, Ramiro, Wilson Canhoto e outros que o clube contratava. Prata da casa, não era muito valorizado. Ficou no Gaúcho, entre titular e reserva, até o começo de 1972. Nesse ano, o alviverde o dispensou. Serginho foi procurado então pelo 14 de Julho, com quem assinou contrato. Porém, o momento dos rubros era péssimo e Serginho não se sentiu bem com a camisa encarnada. Foram poucos jogos, participação breve e modesta. Ainda em 1972, retornou ao Gaúcho, que, percebendo seu equívoco, o recebeu de braços abertos.

Até 1976, Serginho foi titular absoluto do Gaúcho. Já era formado pela faculdade de Educação Física da Universidade de Passo Fundo. Em 1973, o Gaúcho tinha um ataque chamado de "ataque universitário". Composto por Leivinha (aluno de Educação Física), Luiz Freire (aluno de Medicina), Bebeto (aluno de Educação Física) e Serginho (aluno de Educação Física).

Em 1976, o Gaúcho formou seu último grande time. Sua base titular era: Ronaldo, Betinho, Mário Tito, Gringo e Cláudio; Jair, Roberto e Pedro; Mosquito, Bebeto e Serginho. Ao final do campeonato gaúcho, o time se desfez. Saíram Pedro, Bebeto, Mosquito e Serginho. Pedro foi para o Internacional, Mosquito para o futebol catarinense, e Bebeto e Serginho para o Caxias.

No Caxias, Serginho foi titular. Jogou o Campeonato Brasileiro da Série A e teve participações brilhantes com a camisa grená. Atuou ao lado de seus ex-companheiros, além de Bebeto, Leivinha e Roberto. Além de grandes nomes do futebol gaúcho, como Cedenir, Clóvis, Paulo César Tatu e outros.

Jogou profissionalmente até 1982 e abandonou o futebol. Passou a exercer a função de professor de Educação Física e passou a jogar no forte futebol amador de Caxias do Sul, defendendo o Vasco da Gama e, depois, o Bangu.

Aposentado, retornou a residir em Passo Fundo. Serginho, além de tímido, não era afeito a festas, às bebidas, à noite. Mas, o mal que dizimou muitos jogadores de futebol, em especial do Gaúcho, o atingiu em cheio. A hepatite tipo C. Após detectar a doença, foi hospitalizado e faleceu pouco tempo após, no dia 30 de maio de 2009.

Honras

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1967 Gaúcho 3 0 0 0
1968 Gaúcho 14 4 0 0
1969 Gaúcho 4 0 0 0
1970 Gaúcho 33 3 0 0
1971 Gaúcho 26 0 0 0
1972 14 de Julho 8 3 0 0
1972 Gaúcho 9 1 0 0
1973 Gaúcho 41 2 0 1
1974 Gaúcho 34 3 0 0
1975 Gaúcho 47 8 1 0
1976 Gaúcho 28 3 0 0
1977 Gaúcho 39 8 0 0
Total 286 35 1 1