Jair (Jair dos Santos Pacheco): mudanças entre as edições
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Edição das 21h20min de 21 de julho de 2024
Jair dos Santos Pacheco, também conhecido como Jair (Passo Fundo, 20 de julho de 1953), foi um meia famoso pelos seus passes e lançamentos precisos. É um dos jogadores com maior número de partidas disputadas com a camisa do Gaúcho e faz parte do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.
História
- Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol
O ano era 1974. O Sport Club Gaúcho, como era histórico, estava em dificuldades financeiras. Restava ao treinador Santarém reinventar um time competitivo, para a disputa do Gauchão. Assim, foi conversar com um centromédio que estava “gastando a bola” no Independente. Seu nome: Jair.
Jair viera do São Paulo, equipe de futebol varzeano da Vila Xangri-lá, reduto meretrício da cidade. O time era formado por frequentadores assíduos, donos de cabarés e garçons dos estabelecimentos. O idealizador e técnico do time era João Amantino Pimentel da Rocha, popularmente conhecido por Padeiro. Padeiro vendia churrasquinhos defronte ao Cabaré da Carula.
Seu tipo físico não era exatamente de um atleta. Jair era baixinho, atarracado, forte, com boa imposição física e fôlego invejável. Mas, o que chamava a atenção de quem o via jogar era sua técnica. Sempre utilizando o pé esquerdo, não errava um passe. Seus lançamentos eram longos e precisos. Desarmava na bola, cometia raríssimas faltas. E, sua impulsão era fenomenal. Parado, ele pulava e ficava meio corpo acima do seu adversário. Os chutões de tiros de meta paravam normalmente em sua cabeça. Jair foi um fabuloso jogador de futebol.
O meio de campo formado por Jair, Roberto e Pedro foi um dos melhores já vistos no futebol de Passo Fundo. E, às vezes, Jair se arvorava ao ataque e marcava gols.
Quem o viu jogar e se interessou pelo seu magnífico futebol foi o Grêmio. Numa quarta-feira à noite, deslocaram-se para Passo Fundo o gerente tricolor e passo-fundense Antonio Carlos Verardi junto com membros da comissão técnica gremista. Era o jogo Gaúcho vs. Santa Cruz. Jair acabou com o jogo. Foi o grande maestro da vitória alviverde por 2 a 1. Festejado no vestiário, ele e os demais jogadores receberam o “bicho”. Com a grana no bolso e um contrato com o Grêmio que se avizinhava, pois Verardi já conversava com os dirigentes alviverdes, Jair foi para a Xangri-lá. Lá ele era rei. Lá ele sentia-se em casa. Era começo da madrugada e, no cabaré em que Jair estava pagando cervejas aos amigos, irrompeu uma briga entre dois frequentadores. Entrou a “turma do deixa disso” e Jair foi apartar a desavença. Inesperadamente, foi agredido e esfaqueado por um dos brigões. Levado às pressas ao hospital, foi operado e sobreviveu por ser forte e atleta. Mas, o contrato com o Grêmio foi por água abaixo.
Após dois meses convalescendo, voltou a jogar e retornou ao Gaúcho. Mas, não foi mais o mesmo. Ainda era um bom jogador, mas não chegava a ser o protagonista. Jogou mais um tempo no Gaúcho, andou pelo 14 de Julho, Atlético de Carazinho e Novo Hamburgo. Deixou os gramados no Gaúcho, seu time de coração.
A história de um excelente jogador que o destino insistiu em que não chegasse a atingir o estrelato.
Honras
- 6º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (282)
- Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Carreira como jogador
Ano | Equipe | J | G | CA | CV |
---|---|---|---|---|---|
1974 | Gaúcho | 9 | 0 | 0 | 0 |
1975 | Gaúcho | 26 | 1 | 0 | 0 |
1976 | Gaúcho | 45 | 0 | 0 | 0 |
1977 | Seleção de Passo Fundo | 1 | 0 | 0 | 0 |
1977 | Gaúcho | 40 | 4 | 2 | 0 |
1978 | Gaúcho | 34 | 3 | 0 | 0 |
1979 | Gaúcho | 25 | 1 | 0 | 0 |
1980 | Gaúcho | 31 | 1 | 0 | 0 |
1981 | Gaúcho | 15 | 0 | 0 | 0 |
1982 | Gaúcho | 23 | 1 | 0 | 0 |
1983 | 14 de Julho | 3 | 0 | 0 | 0 |
1984 | Gaúcho | 10 | 0 | 1 | 0 |
1985 | Gaúcho | 22 | 0 | 0 | 0 |
1987 | Gaúcho | 2 | 0 | 0 | 0 |
Total | 286 | 11 | 3 | 0 |