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| ! colspan="2" |Adair | | ! colspan="2" |AdairEloy Taschetto |
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| | colspan="2" align="center" |<small>🇧🇷Seleção Brasileira<br>🧉Seleção Gaúcha do Interior<br>⭐Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho<br></small><small>⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo<br>👤2º Patrono do Gaúcho<br>🏟️Nome de estádio</small> | | | colspan="2" align="center" |<small>👤Patrono do Passo Fundo</small> |
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| '''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]]. | | '''Eloy Selésio Taschetto''', também conhecido como '''Eloy Taschetto''' ou '''Elói Taschetto''' (Cachoeira do Sul-RS, 29 de novembro de 1933 — Passo Fundo, 15 de setembro de 2020), foi ex-presidente do {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} e do {{Passo Fundo (Esporte Clube Passo Fundo)}}. Principal dirigente por várias gestões do clube tricolor, foi eleito o patrono do clube. |
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| == História == | | == História == |
| *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
| | Nascido em Cachoeira do Sul em 29 de novembro de 1933, Eloy Taschetto chegou a Passo Fundo em 28 de fevereiro de 1961, com 27 anos de idade. Fazia questão de contar que "de tanto que gostava da cidade", lembrava exatamente quando chegou com a sua família. |
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| Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
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| Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
| | Apaixonado por esporte, era ligado ao 14 de Julho . Em 1972, durante uma das tantas crises do colorado, assumiu a presidência do clube uma semana antes do início do Campeonato Gaúcho. Mas as dificuldades eram enormes (a Federação Gaúcha de Futebol adiou a estreia do 14 de Julho porque o time não tinha sequer um jogador inscrito) e, no final do ano, durante uma reunião da diretoria realizada no Centro Social Santa Terezinha, decidiu-se pelo pedido de licença por tempo indeterminado junto à FGF (o 14 de Julho só voltaria em 1976). |
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| Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
| | Taschetto foi um dos principais nomes na criação do Esporte Clube Passo Fundo, nascido da fusão (temporária) com o {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} em 10 de janeiro de 1986. Acabou eleito seu primeiro presidente, cargo que ocuparia até 1991 (e depois em outras duas passagens entre 1999 e 2000 e entre 2006 e 2008). O que pouca gente lembra ou mesmo sabe é que o primeiro escudo do Passo Fundo foi sugestão de Taschetto: ramos de trigo e de soja surgem de mãos entrelaçadas em atitude de união. Ainda em seu primeiro ano, já erguia a taça de campeão gaúcho da Segunda Divisão (hoje a Série A2). |
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| Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
| | Em 1993, no dia do sétimo aniversário do clube, foi escolhido patrono do Passo Fundo e o {{Estádio Vermelhão da Serra}} passou a ter seu nome. Em um momento turbulento no clube, Taschetto pediu para que se voltasse ao nome original, além de renunciar ao título recebido (posteriormente, aceitaria a homenagem). |
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| Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
| | Em 2007, cinco horas antes de encerrar o prazo de inscrições para a disputa da Segunda Divisão de 2007, enviou um fax ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto, onde dizia que “face a problemas financeiros em que o clube se enfrentava”, o Passo Fundo desistia de disputar o campeonato, retornando em 2008”. Na época, Taschetto argumentou que o clube conseguia manter apenas dois funcionários: “um zelador e uma faxineira”. As despesas também eram altas com a utilização dos refletores, além de financiamentos na Caixa Econômica Federal e de uma caminhonete e impostos atrasados, como INSS e FGTS. |
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| Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
| | Ainda com as portas do clube fechadas, Taschetto fez outra mudança naquele ano: recolocou a cor verde no escudo e no uniforme do Passo Fundo, retirada pelo Conselho Deliberativo em 2004. A estreia da nova camisa, contra o São Luiz pelo Gauchão de juvenis, veio com vitória por 2 a 1 no Vermelhão da Serra. |
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| Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
| | Em agosto de 2008, o patrono tinha que encarar mais um grande desafio: o Estádio Vermelhão da Serra seria leiloado para o pagamento da dívida do clube com o FGTS, contraída na época do 14 de Julho. Os dirigentes encaminharam um pedido de embargo da penhora do estádio, que foi avaliado em R$ 2,8 milhões em setembro de 2007. Além disso, o imóvel possuía um débito de IPTU de R$ 14 mil. Taschetto contestou os dois valores: “Se o estádio não vale mais de R$ 5 milhões então estou fora da realidade.” Sobre a dívida municipal, ele alegou equívoco da prefeitura. “Tantas instituições têm isenção da taxa e nós teremos que pagar?”, questionava. Para evitar a perda do estádio, Taschetto disse que recorreria aos torcedores: “Não vamos perder o estádio de jeito nenhum. Faremos rifa de carro, promoção nos jogos da Copa FGF, tudo que estiver ao nosso alcance.” Nada disso foi preciso. O leilão foi suspenso. Cansado, Taschetto encerrava sua história como presidente do clube no mesmo ano, ainda que nunca tenha deixado de participar das decisões do tricolor, mesmo que nos bastidores. |
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| No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
| | Em 2019, na mais nova crise do Passo Fundo, o patrono liderava o Conselho Consultivo, que precisou analisar a renúncia do presidente {{Selvino Ferrão (Selvino Adair Ferrão)}}. Segundo alguns integrantes do conselho, o clube estava prestes a fechar. Emocionado, Taschetto disse: “enquanto eu estiver vivo, o Passo Fundo não acaba.” {{Moisés Alves}}, que assumiu a presidência, renunciaria também, menos de dois meses depois. Em seu lugar assumia um colegiado formado por Taschetto, {{Ivanir Rodighiero}}, {{Luiz Valério}}, {{Alberto Poltronieri}}, {{Rovílio Siviero}} e {{Volnei Strapasson}}. Com Strapasson eleito presidente e o clube estabilizado, Taschetto tinha a certeza que mais uma vez havia salvo o tricolor. |
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| Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
| | == Vida pessoal == |
| | Eloy Taschetto começou trabalhando na agricultura e, posteriormente, no comércio de cereais, sendo pioneiro no recebimento de soja na região. Logo se envolveu com a comunidade do bairro Santa Terezinha, onde morava. Foi um dos fundadores do clube da comunidade, auxiliando primeiro na construção do salão paroquial e depois na do Centro Social Santa Terezinha (que anos mais tarde se tornaria o Campestre Tênis Clube e que, em 1992, se uniria ao Clube Caixeiral). O empresário também teve participação na política e disputou por duas vezes o cargo de prefeito de Passo Fundo pelo extinto Partido Democrático Social (PDS). Em 1988, acabou na segunda colocação. Depois, em 1992, ficou em terceiro lugar. |
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| Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
| | Taschetto casou com Luci Terezinha em 19 de junho de 1958 em Restinga Seca-RS. O casal teve três filhos: Maria Teresa, Ana Rita e Marcos. |
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| Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
| | O patrono e “eterno presidente” do Passo Fundo morreria na manhã do dia 15 de setembro de 2020, aos 86 anos. Taschetto tinha passado recentemente por uma cirurgia numa artéria devido a um problema de visão. Com a saúde bastante debilitada, precisou ser novamente internado, agora com um problema vascular cerebral, falecendo pouco tempo depois. O velório aconteceu no Memorial Vera Cruz e seu corpo foi cremado. |
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| == A aventura na Argentina ==
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| Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
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| == Honras == | | == Honras == |
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| * 9º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (232) | | * Patrono do Passo Fundo |
| * 3º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (60)
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| * 11º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (56)
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| * 11º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (27)
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| * Melhor jogador do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão de 1966
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como atacante
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho como atacante
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| * Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
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| == Carreira como jogador ==
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| == Carreira como técnico ==
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|
| __NOTOC__ | | __NOTOC__ |
AdairEloy Taschetto
|
|
👤Patrono do Passo Fundo
|
Informações pessoais
|
Nome completo
|
Eloy Selésio Taschetto
|
Nascimento
|
29.11.1933
|
Local
|
Cachoeira do Sul-RS
|
Falecimento
|
15.09.2020, aos 86 anos
|
Local
|
Passo Fundo
|
Ocupação
|
Empresário
|
Carreira em Passo Fundo
|
Dirigente
|
Equipes
|
14 de Julho Passo Fundo
|
Eloy Selésio Taschetto, também conhecido como Eloy Taschetto ou Elói Taschetto (Cachoeira do Sul-RS, 29 de novembro de 1933 — Passo Fundo, 15 de setembro de 2020), foi ex-presidente do 14 de Julho e do Passo Fundo. Principal dirigente por várias gestões do clube tricolor, foi eleito o patrono do clube.
História
Nascido em Cachoeira do Sul em 29 de novembro de 1933, Eloy Taschetto chegou a Passo Fundo em 28 de fevereiro de 1961, com 27 anos de idade. Fazia questão de contar que "de tanto que gostava da cidade", lembrava exatamente quando chegou com a sua família.
Apaixonado por esporte, era ligado ao 14 de Julho . Em 1972, durante uma das tantas crises do colorado, assumiu a presidência do clube uma semana antes do início do Campeonato Gaúcho. Mas as dificuldades eram enormes (a Federação Gaúcha de Futebol adiou a estreia do 14 de Julho porque o time não tinha sequer um jogador inscrito) e, no final do ano, durante uma reunião da diretoria realizada no Centro Social Santa Terezinha, decidiu-se pelo pedido de licença por tempo indeterminado junto à FGF (o 14 de Julho só voltaria em 1976).
Taschetto foi um dos principais nomes na criação do Esporte Clube Passo Fundo, nascido da fusão (temporária) com o Gaúcho em 10 de janeiro de 1986. Acabou eleito seu primeiro presidente, cargo que ocuparia até 1991 (e depois em outras duas passagens entre 1999 e 2000 e entre 2006 e 2008). O que pouca gente lembra ou mesmo sabe é que o primeiro escudo do Passo Fundo foi sugestão de Taschetto: ramos de trigo e de soja surgem de mãos entrelaçadas em atitude de união. Ainda em seu primeiro ano, já erguia a taça de campeão gaúcho da Segunda Divisão (hoje a Série A2).
Em 1993, no dia do sétimo aniversário do clube, foi escolhido patrono do Passo Fundo e o Estádio Vermelhão da Serra passou a ter seu nome. Em um momento turbulento no clube, Taschetto pediu para que se voltasse ao nome original, além de renunciar ao título recebido (posteriormente, aceitaria a homenagem).
Em 2007, cinco horas antes de encerrar o prazo de inscrições para a disputa da Segunda Divisão de 2007, enviou um fax ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto Neto, onde dizia que “face a problemas financeiros em que o clube se enfrentava”, o Passo Fundo desistia de disputar o campeonato, retornando em 2008”. Na época, Taschetto argumentou que o clube conseguia manter apenas dois funcionários: “um zelador e uma faxineira”. As despesas também eram altas com a utilização dos refletores, além de financiamentos na Caixa Econômica Federal e de uma caminhonete e impostos atrasados, como INSS e FGTS.
Ainda com as portas do clube fechadas, Taschetto fez outra mudança naquele ano: recolocou a cor verde no escudo e no uniforme do Passo Fundo, retirada pelo Conselho Deliberativo em 2004. A estreia da nova camisa, contra o São Luiz pelo Gauchão de juvenis, veio com vitória por 2 a 1 no Vermelhão da Serra.
Em agosto de 2008, o patrono tinha que encarar mais um grande desafio: o Estádio Vermelhão da Serra seria leiloado para o pagamento da dívida do clube com o FGTS, contraída na época do 14 de Julho. Os dirigentes encaminharam um pedido de embargo da penhora do estádio, que foi avaliado em R$ 2,8 milhões em setembro de 2007. Além disso, o imóvel possuía um débito de IPTU de R$ 14 mil. Taschetto contestou os dois valores: “Se o estádio não vale mais de R$ 5 milhões então estou fora da realidade.” Sobre a dívida municipal, ele alegou equívoco da prefeitura. “Tantas instituições têm isenção da taxa e nós teremos que pagar?”, questionava. Para evitar a perda do estádio, Taschetto disse que recorreria aos torcedores: “Não vamos perder o estádio de jeito nenhum. Faremos rifa de carro, promoção nos jogos da Copa FGF, tudo que estiver ao nosso alcance.” Nada disso foi preciso. O leilão foi suspenso. Cansado, Taschetto encerrava sua história como presidente do clube no mesmo ano, ainda que nunca tenha deixado de participar das decisões do tricolor, mesmo que nos bastidores.
Em 2019, na mais nova crise do Passo Fundo, o patrono liderava o Conselho Consultivo, que precisou analisar a renúncia do presidente Selvino Ferrão. Segundo alguns integrantes do conselho, o clube estava prestes a fechar. Emocionado, Taschetto disse: “enquanto eu estiver vivo, o Passo Fundo não acaba.” Moisés Alves, que assumiu a presidência, renunciaria também, menos de dois meses depois. Em seu lugar assumia um colegiado formado por Taschetto, Ivanir Rodighiero, Luiz Valério, Alberto Poltronieri, Rovílio Siviero e Bebeto. Com Strapasson eleito presidente e o clube estabilizado, Taschetto tinha a certeza que mais uma vez havia salvo o tricolor.
Vida pessoal
Eloy Taschetto começou trabalhando na agricultura e, posteriormente, no comércio de cereais, sendo pioneiro no recebimento de soja na região. Logo se envolveu com a comunidade do bairro Santa Terezinha, onde morava. Foi um dos fundadores do clube da comunidade, auxiliando primeiro na construção do salão paroquial e depois na do Centro Social Santa Terezinha (que anos mais tarde se tornaria o Campestre Tênis Clube e que, em 1992, se uniria ao Clube Caixeiral). O empresário também teve participação na política e disputou por duas vezes o cargo de prefeito de Passo Fundo pelo extinto Partido Democrático Social (PDS). Em 1988, acabou na segunda colocação. Depois, em 1992, ficou em terceiro lugar.
Taschetto casou com Luci Terezinha em 19 de junho de 1958 em Restinga Seca-RS. O casal teve três filhos: Maria Teresa, Ana Rita e Marcos.
O patrono e “eterno presidente” do Passo Fundo morreria na manhã do dia 15 de setembro de 2020, aos 86 anos. Taschetto tinha passado recentemente por uma cirurgia numa artéria devido a um problema de visão. Com a saúde bastante debilitada, precisou ser novamente internado, agora com um problema vascular cerebral, falecendo pouco tempo depois. O velório aconteceu no Memorial Vera Cruz e seu corpo foi cremado.
Honras