Victor Graeff (Victor Oscar Graeff): mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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|<small>1976-1976 - Gaúcho</small>
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'''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]].
'''Victor Oscar Graeff''', também conhecido como '''Victor Graeff''' (Não-Me-Toque-RS, 28 de julho de 1906 Porto Alegre-RS, 28 de março de 1965), foi prefeito de Passo Fundo, deputado estadual e governador substituto. O que pouca gente sabe é que ele também jogou como meia pelo {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}} na década de 1940. Também foi treinador e dirigente do clube. Em 1943, foi disputado um torneio amistoso com seu nome, vencido pelo {{Rio Grandense (Rio Grandense Foot Ball Club)}}.


== História ==
== História ==
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
Victor Graeff se envolveu com esporte e política desde jovem. Quando estudante, jogou pelo Americano Universitário e depois foi ponta-direita no Cruzeiro, ambos de Porto Alegre, onde também foi presidente. Formado em Direito na capital gaúcha em 1930, teve seus direitos políticos cassados em 1932, exilando-se na Argentina com seu chefe político {{Nicolau Vergueiro (Nicolau Araújo Vergueiro)}} por solidarizar-se com o Movimento Constitucionalista. De volta ao Brasil, veio morar em Passo Fundo. Além de advogar, era escritor. Foi um dos membros fundadores da Academia Passo-Fundense de Letras (então Grêmio Passo-Fundense de Letras) em 1938.


Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
Em 17 de dezembro de 1941, aos 35 anos, Victor Graeff foi nomeado prefeito de Passo Fundo pelo interventor federal Cordeiro de Farias. Entre as obras mais conhecidas de sua administração estão o calçamento da Praça Marechal Floriano e a construção do Altar da Pátria (atual escadaria ao lado do Clube Comercial). Em 24 de agosto de 1944, decidiu se afastar do cargo, segundo registros, por desentendimentos com Alberto Pasqualini, então secretário do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul.


Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
No ano seguinte, Victor Graeff foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), partido de oposição ao presidente Getúlio Vargas, o que o fez despontar como uma liderança no estado gaúcho. Acabou concorrendo e sendo eleito deputado estadual por três legislaturas consecutivas entre 1947 e 1959. Foi presidente da Assembleia Legislativa e governador substituto. Ao final do seu terceiro mandato, decidiu não concorrer mais a cargos políticos, passando a morar definitivamente em Porto Alegre com a família. Mesmo assim, foi entusiasta do movimento emancipacionista, participando ativamente na articulação para criação de novos municípios no início dos anos 1960.


Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
O advogado e político morreria em março de 1965, aos 58 anos, no Hospital São José em Porto Alegre. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Santa Casa. Ele deixou a mulher, Ignes Flores Graeff, e cinco filhos. Como homenagem póstuma a seu trabalho pela criação de novos municípios, a comunidade de Vila Cochinho, então pertencente a Não-Me-Toque, passou a se chamar Victor Graeff em outubro do mesmo ano.
 
Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
 
Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
 
Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
 
Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
 
No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
 
Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
 
Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
 
Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
 
== A aventura na Argentina ==
Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
 
== Honras ==
 
* 9º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (232)
* 3º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (60)
* 11º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (56)
* 11º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (27)
* Melhor jogador do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão de 1966
* Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como atacante
* Integrante da Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho como atacante
* Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo


== Carreira como jogador ==
== Carreira como jogador ==
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__NOTOC__
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Edição atual tal como às 21h55min de 10 de julho de 2024

Victor Graeff
Informações pessoais
Nome completo Victor Oscar Graeff
Nascimento 28.07.1906
Local Não-Me-Toque-RS
Falecimento 28.03.1965, aos 58 anos
Local Porto Alegre-RS
Ocupação Advogado, político
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Meia
Equipes 1940-1940 - 14 de Julho
Técnico
Equipes 1928-1929 - 14 de Julho
Dirigente
Equipes 14 de Julho

Victor Oscar Graeff, também conhecido como Victor Graeff (Não-Me-Toque-RS, 28 de julho de 1906 — Porto Alegre-RS, 28 de março de 1965), foi prefeito de Passo Fundo, deputado estadual e governador substituto. O que pouca gente sabe é que ele também jogou como meia pelo 14 de Julho na década de 1940. Também foi treinador e dirigente do clube. Em 1943, foi disputado um torneio amistoso com seu nome, vencido pelo Rio Grandense.

História

Victor Graeff se envolveu com esporte e política desde jovem. Quando estudante, jogou pelo Americano Universitário e depois foi ponta-direita no Cruzeiro, ambos de Porto Alegre, onde também foi presidente. Formado em Direito na capital gaúcha em 1930, teve seus direitos políticos cassados em 1932, exilando-se na Argentina com seu chefe político Nicolau Vergueiro por solidarizar-se com o Movimento Constitucionalista. De volta ao Brasil, veio morar em Passo Fundo. Além de advogar, era escritor. Foi um dos membros fundadores da Academia Passo-Fundense de Letras (então Grêmio Passo-Fundense de Letras) em 1938.

Em 17 de dezembro de 1941, aos 35 anos, Victor Graeff foi nomeado prefeito de Passo Fundo pelo interventor federal Cordeiro de Farias. Entre as obras mais conhecidas de sua administração estão o calçamento da Praça Marechal Floriano e a construção do Altar da Pátria (atual escadaria ao lado do Clube Comercial). Em 24 de agosto de 1944, decidiu se afastar do cargo, segundo registros, por desentendimentos com Alberto Pasqualini, então secretário do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul.

No ano seguinte, Victor Graeff foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), partido de oposição ao presidente Getúlio Vargas, o que o fez despontar como uma liderança no estado gaúcho. Acabou concorrendo e sendo eleito deputado estadual por três legislaturas consecutivas entre 1947 e 1959. Foi presidente da Assembleia Legislativa e governador substituto. Ao final do seu terceiro mandato, decidiu não concorrer mais a cargos políticos, passando a morar definitivamente em Porto Alegre com a família. Mesmo assim, foi entusiasta do movimento emancipacionista, participando ativamente na articulação para criação de novos municípios no início dos anos 1960.

O advogado e político morreria em março de 1965, aos 58 anos, no Hospital São José em Porto Alegre. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Santa Casa. Ele deixou a mulher, Ignes Flores Graeff, e cinco filhos. Como homenagem póstuma a seu trabalho pela criação de novos municípios, a comunidade de Vila Cochinho, então pertencente a Não-Me-Toque, passou a se chamar Victor Graeff em outubro do mesmo ano.

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1940 14 de Julho 2 0 0 0
Total 2 0 0 0

Carreira como técnico

Ano Equipe J V E D A
1928 14 de Julho 3 2 0 1 67%
1929 14 de Julho 6 4 2 0 83%
Total 9 6 2 1 78%