Santarém (Antonio Carlos Lemos Santarém): mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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(Criou página com ''''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do Gaúcho. {| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%" ! colspan="2" |Adair |- align="center" | colspan="2" |semmoldura |- ! colspan="2" |<small>Informações pessoais</small> |- |'''<small>Nome...')
 
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'''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]].
'''Antonio Carlos Lemos Santarém''', também conhecido como '''Santarém''' (Porto Alegre-RS, 30 de dezembro de 1939 Passo Fundo, 7 de maio de 2019), foi um meia e atacante do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} e do {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}}, famoso pela sua habilidade e considerado o melhor jogador da história do alvirrubro passo-fundense.


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! colspan="2" |<small>Informações pessoais</small>
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|<small>Adair Lopes Bicca</small>
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|'''<small>Nascimento</small>'''
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|<small>05.01.1946</small>
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|'''<small>Falecimento</small>'''
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|<small>05.10.2017, aos 71 anos</small>
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|'''<small>Posição</small>'''
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|<small>Centromédio</small>
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|'''<small>Equipes</small>'''
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|<small>1965-1966: Gaúcho</small><br><small>1966-1967: Gaúcho</small>
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|'''<small>Equipes</small>'''
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|<small>1976-1976: Gaúcho</small>
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*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''


Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.
A bola o procurava em campo. Ela gostava dos pés daquele mulato atarracado. Afinal, ele a tratava com imenso carinho. Era o mesmo amor que Romeu tinha por Julieta. Tal qual um William Shakespeare, ele “escrevia” romances e poemas com a bola em seus pés. Na época em que desfilava sua infinita categoria e habilidade, os campos de jogo não eram como hoje. Especialmente nos pequenos estádios do interior. A grama era algo raro. E, quando tinha, era eivada de touceiras, barba de bode e outras gramíneas. O restante, principalmente o meio de campo, era terrão. E nosso craque jogava ali, no meio do campo, no meio do terrão, com cocurutos, mas mesmo assim, tratava a bola com a intimidade de velhos amantes na alcova.
 
Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
 
Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.


Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
Nascido em Porto Alegre, ganhou o nome de Antonio Carlos. O sobrenome da mãe era Lemos e do pai, Santarém. Desde criança amava a bola. Ao servir o Exército foi descoberto por um oficial numa “pelada” entre os recrutas. Levado ao Cruzeiro, então um grande clube, abafou no primeiro treinamento. Era o ano de 1960 e o clube estrelado realizaria excursão à Europa. O treinador preteriu na delegação o craque Santarém, que, emburrado, largou o clube, se transferindo para o Glória de Carazinho. Este foi apenas seu primeiro erro. Jogou no Veterano, da mesma cidade, e depois veio para Passo Fundo. Jogou no 14 de Julho, Gaúcho, Flamengo de Caxias do Sul e novamente 14 de Julho. No clube alvirrubro permaneceu entre 1965 a 1972, com um pequeno interregno, para defender, por seis meses, o Ypiranga de Erechim.


Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
Com a camisa vermelha jogou tudo o que sabia e o que havia aprendido. Realizou campanhas exuberantes, como a do título do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1968. No jogo em que se sagrou campeão regional, contra o Veterano, marcou dois gols na vitória por 3 a 1, arrasando o adversário com dribles e jogadas geniais. Fez gols antológicos, como aquele contra o Flamengo de Caxias do Sul, em 1967, no velho {{Estádio Celso Fiori}}. Recebeu a bola em sua intermediária e foi driblando todo o adversário que ousasse chegar à sua frente, ao todo, sete flamenguistas, mais o goleiro, que também foi fintado, empurrando a bola para dentro do gol vazio. Feliz daquele que presenciou aquele momento mágico, e eu, com meus 11 anos de idade, fui um deles.


Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
Santarém foi ídolo de uma torcida apaixonada por ele. Santarém foi um craque extraordinário como poucos que passaram pelo futebol de Passo Fundo. Dizem que se jogasse hoje estaria em um grande clube. Possivelmente seja verdade, caso ele levasse a sério sua profissão. Mas, em Passo Fundo ele tinha tudo, não precisava de mais nada. Era amado, reconhecido e ganhava dinheiro, evidentemente que ninguém ganhava os valores que se paga nos dias atuais. Santarém sabia que era craque. Talvez, hoje, com a abertura do mercado do futebol, ele pudesse estar num clube europeu, encantando a milhões de pessoas, pela TV por assinatura, mas Santarém nasceu numa outra época.


Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
Jogou no final da carreira em pequenos clubes, como o Colorado de Não-Me-Toque e Independente, ambos amadores, e foi trabalhar na Caixa Econômica Estadual, onde se aposentou.


No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
A lembrança de suas jogadas geniais está na memória de quem o viu jogar. E, aqueles privilegiados, podem bater no peito e dizer que viram Santarém, um craque, jogar futebol.


Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
Seus dias de aposentado, em Passo Fundo eram gastos com longos bate-papos com seus fãs e nos bares e dancings. Caminhava a passos lentos, sorrindo ao cumprimentar os amigos, que se esmeravam em lembrar seus tempos de glórias como jogador. Quando o amigo saia, falava com aquela ironia que só ele tinha:


Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
– Contando uma "novidade".


Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
Esse era Santarém. O craque morreu no dia 7 de maio de 2019, aos 79 anos. Ele ficou internado por cerca de 15 dias no Hospital São Vicente de Paulo, onde tratava um câncer no fígado, quando teve uma parada cardíaca.
 
== A aventura na Argentina ==
Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
 
==== Os jogos: ====
'''NEWELL'S OLD BOYS 1-0 FERRO CARRIL OESTE'''
 
* '''Data:''' 24.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio El Coloso del Parque, Rosário (ARG); '''Árbitro:''' Brusca; '''Gol''': Ramírez 4 (1-0); '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair; De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra; '''Ferro Carril Oeste:''' O. Pérez; Vasallo e Sartirana; Allende, Collado e Siles; R. Pérez, Noguera, Vidal, Tartaglia e Aimonetti
 
'''LANÚS 2-0 NEWELL'S OLD BOYS'''
 
* '''Data''': 31.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio La Fortaleza, Lanús (ARG); '''Árbitro:''' Minutella; '''Gols:''' Garmendia 27 (1-0), Silva 44 (2-0); '''Lanús:''' Ovejero; Lorenzatto e Carnevale; Ostúa, Cornejo e E. Suárez; Minitti, Garmendia, Silva, De Mario e Basurte; '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair, De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra


== Carreira como jogador ==
== Carreira como jogador ==
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Edição das 22h09min de 4 de julho de 2024

Antonio Carlos Lemos Santarém, também conhecido como Santarém (Porto Alegre-RS, 30 de dezembro de 1939 — Passo Fundo, 7 de maio de 2019), foi um meia e atacante do Gaúcho e do 14 de Julho, famoso pela sua habilidade e considerado o melhor jogador da história do alvirrubro passo-fundense.

Santarém
Informações pessoais
Nome completo Antonio Carlos Lemos Santarém
Nascimento 30.12.1939
Local Porto Alegre-RS
Falecimento 07.05.2019, aos 79 anos
Local Passo Fundo
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Meia e atacante
Equipes 1962-1962 - Gaúcho
1963-1963 - 14 de Julho
1964-1964 - Gaúcho
1965-1972 - 14 de Julho
1972-1972 - Gaúcho
Técnico
Equipes 1974-1975 - Gaúcho
1977-1977 - 14 de Julho
1987-1987 - Gaúcho

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

A bola o procurava em campo. Ela gostava dos pés daquele mulato atarracado. Afinal, ele a tratava com imenso carinho. Era o mesmo amor que Romeu tinha por Julieta. Tal qual um William Shakespeare, ele “escrevia” romances e poemas com a bola em seus pés. Na época em que desfilava sua infinita categoria e habilidade, os campos de jogo não eram como hoje. Especialmente nos pequenos estádios do interior. A grama era algo raro. E, quando tinha, era eivada de touceiras, barba de bode e outras gramíneas. O restante, principalmente o meio de campo, era terrão. E nosso craque jogava ali, no meio do campo, no meio do terrão, com cocurutos, mas mesmo assim, tratava a bola com a intimidade de velhos amantes na alcova.

Nascido em Porto Alegre, ganhou o nome de Antonio Carlos. O sobrenome da mãe era Lemos e do pai, Santarém. Desde criança amava a bola. Ao servir o Exército foi descoberto por um oficial numa “pelada” entre os recrutas. Levado ao Cruzeiro, então um grande clube, abafou no primeiro treinamento. Era o ano de 1960 e o clube estrelado realizaria excursão à Europa. O treinador preteriu na delegação o craque Santarém, que, emburrado, largou o clube, se transferindo para o Glória de Carazinho. Este foi apenas seu primeiro erro. Jogou no Veterano, da mesma cidade, e depois veio para Passo Fundo. Jogou no 14 de Julho, Gaúcho, Flamengo de Caxias do Sul e novamente 14 de Julho. No clube alvirrubro permaneceu entre 1965 a 1972, com um pequeno interregno, para defender, por seis meses, o Ypiranga de Erechim.

Com a camisa vermelha jogou tudo o que sabia e o que havia aprendido. Realizou campanhas exuberantes, como a do título do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1968. No jogo em que se sagrou campeão regional, contra o Veterano, marcou dois gols na vitória por 3 a 1, arrasando o adversário com dribles e jogadas geniais. Fez gols antológicos, como aquele contra o Flamengo de Caxias do Sul, em 1967, no velho Estádio Celso Fiori. Recebeu a bola em sua intermediária e foi driblando todo o adversário que ousasse chegar à sua frente, ao todo, sete flamenguistas, mais o goleiro, que também foi fintado, empurrando a bola para dentro do gol vazio. Feliz daquele que presenciou aquele momento mágico, e eu, com meus 11 anos de idade, fui um deles.

Santarém foi ídolo de uma torcida apaixonada por ele. Santarém foi um craque extraordinário como poucos que passaram pelo futebol de Passo Fundo. Dizem que se jogasse hoje estaria em um grande clube. Possivelmente seja verdade, caso ele levasse a sério sua profissão. Mas, em Passo Fundo ele tinha tudo, não precisava de mais nada. Era amado, reconhecido e ganhava dinheiro, evidentemente que ninguém ganhava os valores que se paga nos dias atuais. Santarém sabia que era craque. Talvez, hoje, com a abertura do mercado do futebol, ele pudesse estar num clube europeu, encantando a milhões de pessoas, pela TV por assinatura, mas Santarém nasceu numa outra época.

Jogou no final da carreira em pequenos clubes, como o Colorado de Não-Me-Toque e Independente, ambos amadores, e foi trabalhar na Caixa Econômica Estadual, onde se aposentou.

A lembrança de suas jogadas geniais está na memória de quem o viu jogar. E, aqueles privilegiados, podem bater no peito e dizer que viram Santarém, um craque, jogar futebol.

Seus dias de aposentado, em Passo Fundo eram gastos com longos bate-papos com seus fãs e nos bares e dancings. Caminhava a passos lentos, sorrindo ao cumprimentar os amigos, que se esmeravam em lembrar seus tempos de glórias como jogador. Quando o amigo saia, falava com aquela ironia que só ele tinha:

– Contando uma "novidade".

Esse era Santarém. O craque morreu no dia 7 de maio de 2019, aos 79 anos. Ele ficou internado por cerca de 15 dias no Hospital São Vicente de Paulo, onde tratava um câncer no fígado, quando teve uma parada cardíaca.

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1962 Gaúcho 1 0 0 0
1963 14 de Julho 14 2 0 0
1964 Gaúcho 10 0 0 1
1965 14 de Julho 20 6 0 0
1965 Seleção dos Pretos 1 0 0 0
1966 14 de Julho 25 3 0 0
1967 14 de Julho 34 8 0 0
1968 14 de Julho 25 8 0 0
1969 14 de Julho 31 2 0 0
1970 14 de Julho 35 4 0 0
1971 14 de Julho 20 4 0 0
1972 14 de Julho 7 1 0 0
1972 Gaúcho 3 0 0 0
Total 226 38 0 1

Carreira como técnico

Ano Equipe J V E D A
1974 Gaúcho 5 2 0 3 40%
1975 Gaúcho 29 14 7 8 60%
1977 14 de Julho 21 8 5 8 50%
1987 Gaúcho 1 0 0 1 0%
Total 56 24 12 20 54%