Armando Rebechi: mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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'''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]].
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|<small>Centromédio</small>
|<small>Lateral esquerdo, centroavante</small>
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|'''<small>Equipes</small>'''
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|<small>1976-1976: Gaúcho</small>
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'''Armando Rebechi''', também conhecido como '''Rebechi''' (Guaporé-RS, 25 de julho de 1937 — Porto Alegre-RS, 19 de novembro de 2020), foi um defensor de origem no {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} que logo passou a jogar de centroavante. Depois, passou para o {{14 de Julho (Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho)}}, onde é o maior goleador da história do clube, e tem seu nome, e o sobrenome da família, gravados na história rubra. Também foi técnico no colorado, onde conquistou o título do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1968, e no alviverde, quando já tinha quase 70 anos.
Pelo Gaúcho, ainda tem a honra de ter feito o primeiro gol da história do {{Estádio Wolmar Salton (1957)}} no amistoso de inauguração contra o Grêmio em 1957.


== História ==
== História ==
*''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande.


Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
* ''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''


Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
Nascido em Guaporé, em 25 de julho de 1937, Armando e seus irmãos vieram a Passo Fundo, ainda na década de 1950, em busca de melhores oportunidades de estudos e trabalho. Armando gostava de futebol e deu seus primeiros chutes na bola foram no Aliança e no Juventude de sua terra natal.


Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
Armando, o segundo mais velho dos irmãos, ao chegar a Passo Fundo buscou o Gaúcho, em 1956, para tentar a sorte no futebol. Na época, os clubes nada ou muito pouco pagavam aos jogadores e ele continuou seus estudos, trabalhando na empresa alimentícia da família.


Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
O futebol era de um razoável lateral-esquerdo. Tinha bom porte físico, marcava bem, mas tinha alguma dificuldade para o passe. Se bem que na época os defensores apenas marcavam. Pouco apoiavam. Em 1957, o Gaúcho inaugurou seu estádio no Boqueirão, na antiga Cancha do Gaúcho. O estádio ainda não tinha nome definido nem arquibancadas, o que foi construído no ano seguinte, e o anfitrião foi o Grêmio porto-alegrense. O Grêmio era campeão estadual e tinha um time muito bom, com destaques para Airton, Ênio Rodrigues, Delém, Milton e outros. O Gaúcho tinha um time caseiro e o craque deste time era Branco, meia de muitas qualidades. E, como centroavante, ele, Armando Rebechi. Naquele jogo, o técnico, Capitão Bueno, mudou a posição de Rebechi. E, ironicamente foi ele quem fez o primeiro gol no novo estádio. Um chute muito potente, de pé esquerdo, da entrada da área. Venceu o bom goleiro Onete. Depois disso o Grêmio passou a jogar efetivamente e goleou, mas, está na história. Rebechi marcou o primeiro gol no que seria conhecido como Estádio Wolmar Salton.


Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
Depois, perdeu espaço no Gaúcho e se mudou para o 14 de Julho. Como irmão mais velho exemplar, levava consigo, sob tutela, seu irmão Guilherme Rebechi, arrojado goleiro, que tinha o apelido de Rebequinho.


Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
Adaptado como centroavante, Rebechi deslanchou a fazer gols pelo 14 de Julho. Na verdade, ele achou sua verdadeira posição. Tinha força, explosão muscular e um chute muito forte com o pé esquerdo. Rebechi era um tanque dentro da área. Foi tricampeão da cidade com a camisa rubra, em 1958, 1959, 1960.


No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
Desentendeu-se com a direção do 14 de Julho e retornou ao Gaúcho, levando consigo seu irmão Rebequinho. Mas, em 1961, os dirigentes quatorzeanos, arrependidos, pediram para eles retornarem ao clube, o que efetivamente ocorreu. Mas, naquele mesmo ano, Rebequinho faleceu muito jovem, vítima de acidente de trânsito. Foi um baque sentido pela família e por Armando, que não jogou mais naquele ano.


Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
Depois, Rebechi retornou ao Gaúcho e, posteriormente, ao 14 de Julho, de onde não mais saiu. Aliás, foi emprestado ao Cruzeiro de Porto Alegre, a pedido do técnico Osvaldo Rolla, para uma excursão que o Estrelado realizou pelas américas. Junto com Rebechi estava Daizon Pontes.


Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
Depois da breve passagem pelo Cruzeiro, Rebechi jogou até 1968 no 14 de Julho. Capitão do time e líder, ajudou a levar o alvirrubro ao título regional de 1964. O ataque formado por Mariotti (contratado ao Juventude de Guaporé), Tuta (contratado ao Aimoré), Armando Rebechi e Zoca (oriundo do Glória de Carazinho), era cantado em prosa e verso pelos torcedores. Este time chegou à fase semifinal do estadual da divisão de acesso, perdendo nos pênaltis para o Avenida de Santa Cruz.


Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
Em 1967, veterano, em final de carreira e cuidando dos negócios da família, que abriu o primeiro supermercado de Passo Fundo no modelo self-service, chegou a retornar para a lateral-esquerda a pedido do técnico Heitor Verardi. Mas, no final da temporada anunciou sua saída dos campos de futebol.


== A aventura na Argentina ==
No ano seguinte seu irmão mais velho Hilário Rebechi foi eleito presidente do 14 de Julho e convidou Armando para ser o treinador. Um grande acerto. Hilário e Armando Rebechi montaram um belo time e o 14 de Julho sagrou-se campeão estadual da segunda divisão, ascendendo à divisão especial. O time era formado por Cavalheiro, Osvaldo, Amâncio, Tomé e Noé; Zé Carlos e Santarém; Mariotti, Pedruca, Abílio e Picão. Um ótimo time.
Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.


==== Os jogos: ====
Em 1969, Rebechi ainda era o técnico, mas, uma série de fatores contribuiu para que os negócios da família ruíssem. Eles largaram tudo e foram embora para Porto Alegre. Se Armando era uma página virada no futebol de Passo Fundo? Ledo engano. Refeito financeiramente, dono de uma grande construtora, Rebechi retornou ao futebol, em 2007, como técnico do Gaúcho, de forma altruísta, sem nada receber. Ao contrário, colocou sua empresa como patrocinadora. Mas durou poucos jogos e “pediu o boné”. Com sérios problemas de saúde, faleceu no final de 2020.
'''NEWELL'S OLD BOYS 1-0 FERRO CARRIL OESTE'''


* '''Data:''' 24.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio El Coloso del Parque, Rosário (ARG); '''Árbitro:''' Brusca; '''Gol''': Ramírez 4 (1-0); '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair; De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra; '''Ferro Carril Oeste:''' O. Pérez; Vasallo e Sartirana; Allende, Collado e Siles; R. Pérez, Noguera, Vidal, Tartaglia e Aimonetti
Armando Rebechi, um idealista e um grande artilheiro em prol do futebol.


'''LANÚS 2-0 NEWELL'S OLD BOYS'''
== Honras ==


* '''Data''': 31.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio La Fortaleza, Lanús (ARG); '''Árbitro:''' Minutella; '''Gols:''' Garmendia 27 (1-0), Silva 44 (2-0); '''Lanús:''' Ovejero; Lorenzatto e Carnevale; Ostúa, Cornejo e E. Suárez; Minitti, Garmendia, Silva, De Mario e Basurte; '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair, De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra
* 1º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (54)
* 5º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (152)
* 2º técnico com maior número de jogos pelo 14 de Julho (78)
* 2º técnico com maior número de vitórias pelo 14 de Julho (33)


== Carreira como jogador ==
== Carreira como jogador ==
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== Carreira como técnico ==
== Carreira como técnico ==

Edição das 19h54min de 4 de julho de 2024

Armando Rebechi
Informações pessoais
Nome completo Armando Rebechi
Nascimento 25.07.1937
Local Guaporé-RS
Falecimento 19.11.2020, aos 83 anos
Local Porto Alegre-RS
Carreira em Passo Fundo
Jogador
Posição Lateral esquerdo, centroavante
Equipes 1956-1957 - Gaúcho
1958-1961 - 14 de Julho1961-1962 - Gaúcho1963-1968 - 14 de Julho
Técnico
Equipes 1966-1966 - 14 de Julho1968-1968 - 14 de Julho1969-1969 - 14 de Julho1972-1972 - 14 de Julho2007-2007 - Gaúcho

Armando Rebechi, também conhecido como Rebechi (Guaporé-RS, 25 de julho de 1937 — Porto Alegre-RS, 19 de novembro de 2020), foi um defensor de origem no Gaúcho que logo passou a jogar de centroavante. Depois, passou para o 14 de Julho, onde é o maior goleador da história do clube, e tem seu nome, e o sobrenome da família, gravados na história rubra. Também foi técnico no colorado, onde conquistou o título do Campeonato Gaúcho da 2ª Divisão em 1968, e no alviverde, quando já tinha quase 70 anos.

Pelo Gaúcho, ainda tem a honra de ter feito o primeiro gol da história do Estádio Wolmar Salton no amistoso de inauguração contra o Grêmio em 1957.

História

  • Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol

Nascido em Guaporé, em 25 de julho de 1937, Armando e seus irmãos vieram a Passo Fundo, ainda na década de 1950, em busca de melhores oportunidades de estudos e trabalho. Armando gostava de futebol e deu seus primeiros chutes na bola foram no Aliança e no Juventude de sua terra natal.

Armando, o segundo mais velho dos irmãos, ao chegar a Passo Fundo buscou o Gaúcho, em 1956, para tentar a sorte no futebol. Na época, os clubes nada ou muito pouco pagavam aos jogadores e ele continuou seus estudos, trabalhando na empresa alimentícia da família.

O futebol era de um razoável lateral-esquerdo. Tinha bom porte físico, marcava bem, mas tinha alguma dificuldade para o passe. Se bem que na época os defensores apenas marcavam. Pouco apoiavam. Em 1957, o Gaúcho inaugurou seu estádio no Boqueirão, na antiga Cancha do Gaúcho. O estádio ainda não tinha nome definido nem arquibancadas, o que foi construído no ano seguinte, e o anfitrião foi o Grêmio porto-alegrense. O Grêmio era campeão estadual e tinha um time muito bom, com destaques para Airton, Ênio Rodrigues, Delém, Milton e outros. O Gaúcho tinha um time caseiro e o craque deste time era Branco, meia de muitas qualidades. E, como centroavante, ele, Armando Rebechi. Naquele jogo, o técnico, Capitão Bueno, mudou a posição de Rebechi. E, ironicamente foi ele quem fez o primeiro gol no novo estádio. Um chute muito potente, de pé esquerdo, da entrada da área. Venceu o bom goleiro Onete. Depois disso o Grêmio passou a jogar efetivamente e goleou, mas, está na história. Rebechi marcou o primeiro gol no que seria conhecido como Estádio Wolmar Salton.

Depois, perdeu espaço no Gaúcho e se mudou para o 14 de Julho. Como irmão mais velho exemplar, levava consigo, sob tutela, seu irmão Guilherme Rebechi, arrojado goleiro, que tinha o apelido de Rebequinho.

Adaptado como centroavante, Rebechi deslanchou a fazer gols pelo 14 de Julho. Na verdade, ele achou sua verdadeira posição. Tinha força, explosão muscular e um chute muito forte com o pé esquerdo. Rebechi era um tanque dentro da área. Foi tricampeão da cidade com a camisa rubra, em 1958, 1959, 1960.

Desentendeu-se com a direção do 14 de Julho e retornou ao Gaúcho, levando consigo seu irmão Rebequinho. Mas, em 1961, os dirigentes quatorzeanos, arrependidos, pediram para eles retornarem ao clube, o que efetivamente ocorreu. Mas, naquele mesmo ano, Rebequinho faleceu muito jovem, vítima de acidente de trânsito. Foi um baque sentido pela família e por Armando, que não jogou mais naquele ano.

Depois, Rebechi retornou ao Gaúcho e, posteriormente, ao 14 de Julho, de onde não mais saiu. Aliás, foi emprestado ao Cruzeiro de Porto Alegre, a pedido do técnico Osvaldo Rolla, para uma excursão que o Estrelado realizou pelas américas. Junto com Rebechi estava Daizon Pontes.

Depois da breve passagem pelo Cruzeiro, Rebechi jogou até 1968 no 14 de Julho. Capitão do time e líder, ajudou a levar o alvirrubro ao título regional de 1964. O ataque formado por Mariotti (contratado ao Juventude de Guaporé), Tuta (contratado ao Aimoré), Armando Rebechi e Zoca (oriundo do Glória de Carazinho), era cantado em prosa e verso pelos torcedores. Este time chegou à fase semifinal do estadual da divisão de acesso, perdendo nos pênaltis para o Avenida de Santa Cruz.

Em 1967, veterano, em final de carreira e cuidando dos negócios da família, que abriu o primeiro supermercado de Passo Fundo no modelo self-service, chegou a retornar para a lateral-esquerda a pedido do técnico Heitor Verardi. Mas, no final da temporada anunciou sua saída dos campos de futebol.

No ano seguinte seu irmão mais velho Hilário Rebechi foi eleito presidente do 14 de Julho e convidou Armando para ser o treinador. Um grande acerto. Hilário e Armando Rebechi montaram um belo time e o 14 de Julho sagrou-se campeão estadual da segunda divisão, ascendendo à divisão especial. O time era formado por Cavalheiro, Osvaldo, Amâncio, Tomé e Noé; Zé Carlos e Santarém; Mariotti, Pedruca, Abílio e Picão. Um ótimo time.

Em 1969, Rebechi ainda era o técnico, mas, uma série de fatores contribuiu para que os negócios da família ruíssem. Eles largaram tudo e foram embora para Porto Alegre. Se Armando era uma página virada no futebol de Passo Fundo? Ledo engano. Refeito financeiramente, dono de uma grande construtora, Rebechi retornou ao futebol, em 2007, como técnico do Gaúcho, de forma altruísta, sem nada receber. Ao contrário, colocou sua empresa como patrocinadora. Mas durou poucos jogos e “pediu o boné”. Com sérios problemas de saúde, faleceu no final de 2020.

Armando Rebechi, um idealista e um grande artilheiro em prol do futebol.

Honras

  • 1º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (54)
  • 5º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (152)
  • 2º técnico com maior número de jogos pelo 14 de Julho (78)
  • 2º técnico com maior número de vitórias pelo 14 de Julho (33)

Carreira como jogador

Ano Equipe J G CA CV
1956 Gaúcho 11 0 0 0
1957 Gaúcho 12 3 0 0
1958 14 de Julho 19 8 0 1
1959 14 de Julho 16 7 0 0
1960 14 de Julho 22 4 0 1
1961 14 de Julho 8 5 0 0
1961 Gaúcho 1 1 0 0
1962 Gaúcho 14 4 0 0
1963 14 de Julho 14 5 0 1
1964 14 de Julho 18 12 0 0
1965 14 de Julho 21 7 0 0
1965 Seleção dos Brancos 1 0 0 0
1966 14 de Julho 11 2 0 0
1967 14 de Julho 21 3 0 0
1968 14 de Julho 2 0 0 0
Total 191 61 0 3

Carreira como técnico

Ano Equipe J V E D A
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
1976 Gaúcho 29 10 10 9 52%
Total 29 10 10 9 52%