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| '''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]]. | | '''Nicolau Araújo Vergueiro''', também conhecido como '''Nicolau Vergueiro''' (Passo Fundo, 7 de março de 1882 — Passo Fundo, 16 de março de 1956), foi presidente de honra do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}} e é o primeiro patrono do clube. |
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| == História == | | == História == |
| *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol''
| | Nicolau Araújo Vergueiro nasceu em Passo Fundo no dia 7 de março de 1882, filho do dono de terras e líder político paulista João de Campos Vergueiro, presidente da câmara de vereadores da cidade em 1878, e de Carolina Araújo Vergueiro. |
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| Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande. | | O Gaúcho passou a fazer parte da vida de Vergueiro na década de 1920. Em um baile na Brigada Militar, sua filha Maria foi apresentada a um jovem levado à festa por {{Victor Issler}}, amigo que o havia conhecido em Porto Alegre. O jovem era {{Honorino Malheiros (Honorino Menna Barreto Malheiros)}}, ex-zagueiro do Botafogo e do Internacional e que marcaria época no Gaúcho como jogador e dirigente. Malheiros e Maria se apaixonaram e casaram tempos depois. |
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| Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
| | Entusiasta do futebol, Vergueiro se tornou torcedor fervoroso do alviverde e foi seu presidente de honra. Cedeu por comodato uma área que pertencia à família para a construção do novo estádio do Gaúcho, que voltava a reorganizar suas atividades em 1937 e não tinha onde jogar. |
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| Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
| | O novo campo, chamado {{Estádio da Montanha}}, ou da Vergueiro, foi inaugurado em 1938 e usado até 1951, quando a família decidiu lotear a área para a construção de casas. |
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| Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
| | '''Vida pessoal''' |
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| Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
| | Alfabetizado em Passo Fundo pelo professor Eduardo de Brito, terminou seus estudos primários em São Leopoldo e, em 1896, foi estudar em Porto Alegre. Em 1903, formou-se em farmácia e, em 1905, concluiu o curso de medicina pela Faculdade Livre de Medicina e Farmácia de Porto Alegre. No ano seguinte voltou a Passo Fundo, atuando como médico até o final da década de 1940 e exercendo por mais de 20 anos, gratuitamente, a função de médico do município na Assistência Pública de Saúde. Ele também idealizou e foi o primeiro presidente da Sociedade Passo-Fundense de Medicina, em 1931. |
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| Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
| | Na política, a participação de Vergueiro começou em 1908, quando foi eleito conselheiro municipal. Um ano depois era eleito deputado estadual, sendo reeleito por cinco vezes. Também foi intendente municipal em 1920 e 1928. Em 1929, chegou à câmara federal, sendo reeleito mais duas vezes até 1945. Suas maiores ações eram nas áreas da saúde e educação. Foi com sua influência, em 1929, que se criou a Escola Complementar, a partir de 1958 chamada de Colégio Estadual Nicolau Araújo Vergueiro (hoje EENAV). |
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| Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
| | Participou ativamente da Revolução Gaúcha de 1923 e da Revolução de 1930, tendo sido preso e exilado na Argentina entre 1933 e 1934 por ser solidário à Revolução Paulista de 1932. Fundou o Partido Social Democrático (PSD) no Rio Grande do Sul e participou como deputado Constituinte em 1945, ajudando na elaboração da Constituição de 1946. Encerrou sua carreira política em 1951. |
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| No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
| | Nicolau Vergueiro ainda foi presidente do Rotary Club de Passo Fundo, sócio-benemérito do Hospital da Providência de Marau, do Hospital São José de Sertão, do Aeroclube de Passo Fundo e do Clube Pinheiro Machado (hoje Academia Passo-Fundense de Letras). Ainda, presidiu a Liga Passo-Fundense de Futebol. O município gaúcho de Nicolau Vergueiro tem seu nome em homenagem aos serviços que prestou como médico à comunidade que atualmente tem cerca de 1,8 mil habitantes e que até então se chamava Arroio dos Portes. |
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| Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
| | Vergueiro foi casado com Jovina Désessard Leite, com quem teve dois filhos: Ruy e Maria. Afastado das suas atividades sociais e políticas, passou os últimos anos em sua casa na Avenida Brasil. |
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| Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
| | Ele morreu no dia 16 de março de 1956, de mal súbito, aos 74 anos. |
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| Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
| | == Honras == |
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| == A aventura na Argentina ==
| | * 1º patrono do Gaúcho |
| Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975.
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| ==== Os jogos: ====
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| '''NEWELL'S OLD BOYS 1-0 FERRO CARRIL OESTE'''
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| * '''Data:''' 24.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio El Coloso del Parque, Rosário (ARG); '''Árbitro:''' Brusca; '''Gol''': Ramírez 4 (1-0); '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair; De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra; '''Ferro Carril Oeste:''' O. Pérez; Vasallo e Sartirana; Allende, Collado e Siles; R. Pérez, Noguera, Vidal, Tartaglia e Aimonetti
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| '''LANÚS 2-0 NEWELL'S OLD BOYS'''
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| * '''Data''': 31.03.1968; '''Competição:''' Campeonato Argentino; '''Local:''' Estádio La Fortaleza, Lanús (ARG); '''Árbitro:''' Minutella; '''Gols:''' Garmendia 27 (1-0), Silva 44 (2-0); '''Lanús:''' Ovejero; Lorenzatto e Carnevale; Ostúa, Cornejo e E. Suárez; Minitti, Garmendia, Silva, De Mario e Basurte; '''Newell's Old Boys:''' Bertoldi; Musante e Kairuz; Ramírez, Aguirre e Adair, De Castro, Punturero, Avallay, J.C. Fernández e Bezerra
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| == Carreira como jogador ==
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| [[Categoria:Imprensa]]
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|
| |
|
| __NOTOC__ | | __NOTOC__ |
Nicolau Vergueiro
|
|
👤1º Patrono do Gaúcho
|
Informações pessoais
|
Nome completo
|
Nicolau Araújo Vergueiro
|
Nascimento
|
07.03.1882
|
Local
|
Passo Fundo
|
Falecimento
|
16.03.1956, aos 74 anos
|
Local
|
Passo Fundo
|
Ocupação
|
Médico, político
|
Carreira em Passo Fundo
|
Dirigente
|
Equipe
|
Gaúcho
|
Entidades
|
Liga Passo-Fundense de Futebol
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Nicolau Araújo Vergueiro, também conhecido como Nicolau Vergueiro (Passo Fundo, 7 de março de 1882 — Passo Fundo, 16 de março de 1956), foi presidente de honra do Gaúcho e é o primeiro patrono do clube.
História
Nicolau Araújo Vergueiro nasceu em Passo Fundo no dia 7 de março de 1882, filho do dono de terras e líder político paulista João de Campos Vergueiro, presidente da câmara de vereadores da cidade em 1878, e de Carolina Araújo Vergueiro.
O Gaúcho passou a fazer parte da vida de Vergueiro na década de 1920. Em um baile na Brigada Militar, sua filha Maria foi apresentada a um jovem levado à festa por Victor Issler, amigo que o havia conhecido em Porto Alegre. O jovem era Honorino Malheiros, ex-zagueiro do Botafogo e do Internacional e que marcaria época no Gaúcho como jogador e dirigente. Malheiros e Maria se apaixonaram e casaram tempos depois.
Entusiasta do futebol, Vergueiro se tornou torcedor fervoroso do alviverde e foi seu presidente de honra. Cedeu por comodato uma área que pertencia à família para a construção do novo estádio do Gaúcho, que voltava a reorganizar suas atividades em 1937 e não tinha onde jogar.
O novo campo, chamado Estádio da Montanha, ou da Vergueiro, foi inaugurado em 1938 e usado até 1951, quando a família decidiu lotear a área para a construção de casas.
Vida pessoal
Alfabetizado em Passo Fundo pelo professor Eduardo de Brito, terminou seus estudos primários em São Leopoldo e, em 1896, foi estudar em Porto Alegre. Em 1903, formou-se em farmácia e, em 1905, concluiu o curso de medicina pela Faculdade Livre de Medicina e Farmácia de Porto Alegre. No ano seguinte voltou a Passo Fundo, atuando como médico até o final da década de 1940 e exercendo por mais de 20 anos, gratuitamente, a função de médico do município na Assistência Pública de Saúde. Ele também idealizou e foi o primeiro presidente da Sociedade Passo-Fundense de Medicina, em 1931.
Na política, a participação de Vergueiro começou em 1908, quando foi eleito conselheiro municipal. Um ano depois era eleito deputado estadual, sendo reeleito por cinco vezes. Também foi intendente municipal em 1920 e 1928. Em 1929, chegou à câmara federal, sendo reeleito mais duas vezes até 1945. Suas maiores ações eram nas áreas da saúde e educação. Foi com sua influência, em 1929, que se criou a Escola Complementar, a partir de 1958 chamada de Colégio Estadual Nicolau Araújo Vergueiro (hoje EENAV).
Participou ativamente da Revolução Gaúcha de 1923 e da Revolução de 1930, tendo sido preso e exilado na Argentina entre 1933 e 1934 por ser solidário à Revolução Paulista de 1932. Fundou o Partido Social Democrático (PSD) no Rio Grande do Sul e participou como deputado Constituinte em 1945, ajudando na elaboração da Constituição de 1946. Encerrou sua carreira política em 1951.
Nicolau Vergueiro ainda foi presidente do Rotary Club de Passo Fundo, sócio-benemérito do Hospital da Providência de Marau, do Hospital São José de Sertão, do Aeroclube de Passo Fundo e do Clube Pinheiro Machado (hoje Academia Passo-Fundense de Letras). Ainda, presidiu a Liga Passo-Fundense de Futebol. O município gaúcho de Nicolau Vergueiro tem seu nome em homenagem aos serviços que prestou como médico à comunidade que atualmente tem cerca de 1,8 mil habitantes e que até então se chamava Arroio dos Portes.
Vergueiro foi casado com Jovina Désessard Leite, com quem teve dois filhos: Ruy e Maria. Afastado das suas atividades sociais e políticas, passou os últimos anos em sua casa na Avenida Brasil.
Ele morreu no dia 16 de março de 1956, de mal súbito, aos 74 anos.
Honras