2018 - O centenário do Gaúcho: mudanças entre as edições

De Futebol de Passo Fundo
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A exemplo do confronto com o Inter, a vantagem do jogo de ida ficava ainda maior quando o Gaúcho saía na frente, com {{Gabriel (Gabriel Vieira de Oliveira)}} abrindo o placar já aos 5 minutos do segundo tempo. A partida parecia definida, quando Jackson empatou aos 29 e, dois minutos depois, Frontini colocou o Ypiranga na frente em cobrança de pênalti. Mais um gol classificaria o Ypiranga, e o time de Erechim partiu para a pressão total em um campo encharcado e debaixo de uma chuva fina. Mas o Gaúcho conseguiu suportar e passou para a final, onde enfrentaria o Avenida de Santa Cruz do Sul, que despachou o São José de Porto Alegre na outra semifinal.
A exemplo do confronto com o Inter, a vantagem do jogo de ida ficava ainda maior quando o Gaúcho saía na frente, com {{Gabriel (Gabriel Vieira de Oliveira)}} abrindo o placar já aos 5 minutos do segundo tempo. A partida parecia definida, quando Jackson empatou aos 29 e, dois minutos depois, Frontini colocou o Ypiranga na frente em cobrança de pênalti. Mais um gol classificaria o Ypiranga, e o time de Erechim partiu para a pressão total em um campo encharcado e debaixo de uma chuva fina. Mas o Gaúcho conseguiu suportar e passou para a final, onde enfrentaria o Avenida de Santa Cruz do Sul, que despachou o São José de Porto Alegre na outra semifinal.


=== Novamente, escapa o título da Copa FGF ===
== Novamente, escapa o título da Copa FGF ==
Não seria exagero nem injusto dizer que o Gaúcho deixou o título da Copa Wianey Carlet escapar pela segunda vez (a primeira foi em 2004, perdendo a final para o Esportivo). O jogo de ida da final foi numa quarta-feira, dia 21 de novembro, sob muito calor e um sol que castigou os 1,8 mil torcedores (878 pagantes oficialmente pelo borderô da FGF) que foram à BSBios Arena.
Não seria exagero nem injusto dizer que o Gaúcho deixou o título da Copa Wianey Carlet escapar pela segunda vez (a primeira foi em 2004, perdendo a final para o Esportivo). O jogo de ida da final foi numa quarta-feira, dia 21 de novembro, sob muito calor e um sol que castigou os 1,8 mil torcedores (878 pagantes oficialmente pelo borderô da FGF) que foram à BSBios Arena.



Edição atual tal como às 18h57min de 29 de julho de 2024

Tinha tudo para ser um centenário com pelo menos uma taça no armário. O Gaúcho se preparou bem para a disputa da Segundona. O técnico era Gelson Conte, goleador do Gauchão em 1991 e que havia ganho a competição pelo Aimoré em 2012 justamente superando o alviverde na final. O clube também anunciava uma parceria com a RG Sports, do empresário de futebol Rogério Garcia, que ajudou a trazer vários jogadores.

Foram quase dois meses até o início do campeonato, já que a estreia marcada para o dia 15 de abril passou para o dia 28, uma vez que a maioria dos clubes não tinha condições legais de participar da competição.

Alheio a tudo isso, o Gaúcho anunciava a formação de um grupo de apoio ao centenário do clube, chamado de "Conselheiros Executivos do Centenário", composto por torcedores, admiradores, empresários e conselheiros e a cargo do prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo.

Finalmente, a estreia. Na manhã do dia 29 de abril, um domingo, o Gaúcho vencia o São Borja por 3 a 1. Era o início de uma campanha invicta na primeira fase, passando por Elite (2 a 1 e 1 a 1), Santo Ângelo (2 a 0 e 3 a 0), Cruz Alta (2 a 0 e 0 a 0) e empatando sem gols com o São Borja na última rodada em jogo na fronteira do estado.

A comemoração do centenário

O aniversário dos 100 anos do Gaúcho foi comemorado em um jantar especial no dia 11 de maio, no Clube Comercial. Durante a confraternização, o presidente Gilmar Rosso falou sobre a alegria de viver esse momento tão especial na vida do clube. Também discursaram o ex-prefeito Airton Dipp e o atual, Luciano Azevedo, dois grandes torcedores alviverdes, além do empresário Erasmo Battistella, da BSBios, em nome dos patrocinadores. Houve também uma homenagem ao jornalista Meirelles Duarte.

Ainda no complemento da programação festiva foi lançado o livro do jornalista Lucas Scherer, que conta a história do clube, além de ser exibido um vídeo retratando os períodos de dificuldades da década passada até a chegada à nova casa.

Os convidados receberam um diploma de participação no jantar. O clube ganhou uma placa da Federação Gaúcha de Futebol, representada pelo vice-presidente Luciano Hocsman.

Mas sentiu-se a falta de atletas, treinadores e presidentes, além de familiares daqueles jogadores que já morreram, mas sempre serão os verdadeiros ídolos do alviverde.

O jogo que marcou o primeiro centenário do Gaúcho valeu pelo campeonato estadual da Segunda Divisão e foi disputado na tarde de domingo, dia 13 de maio. O alviverde venceu o Santo Ângelo por 2 a 0. Os torcedores compareceram em bom número à BSBios Arena, "nome fantasia" do novo Estádio Wolmar Salton. Os gols da partida foram de Rafinha Magalhães e Lio.

Com um toque de bola envolvente, o Gaúcho dominou completamente o jogo. O primeiro gol veio aos 30 minutos. Depois de uma tabela rápida na entrada da área, Rafinha Magalhães recebeu e bateu cruzado, rasteiro, no canto direito do goleiro Welwerson. O alviverde ampliou a vantagem aos 18 minutos da etapa final. Rafinha Magalhães deu um lençol no marcador, cruzou e encontrou Lio dentro da área, que completou de cabeça e fechou o placar. Com o resultado, o Gaúcho mantinha a liderança do grupo.

Na segunda-feira, dia 14 de maio, uma sessão solene na Câmara de Vereadores de Passo Fundo homenageou o centenário alviverde. A solenidade foi requerida pela mesa diretora com o objetivo de exaltar a história construída pelo clube. O evento contou com a participação dos vereadores, do ex-prefeito Fernando Carrion, do então presidente do clube, Gilmar Rosso, e do presidente do Conselho Deliberativo, AlberiRibeiro.

A sessão teve início às 19 horas, após as formalidades da abertura, contando com a palavra do vereador Leandro Rosso (PRB), escolhido pelos demais parlamentares para discursar sobre a data comemorativa ao centenário do Gaúcho.

A cerimônia seguiu com a entrega da placa comemorativa ao centenário do Gaúcho. Logo, em seguida, ocorreu o momento cultural da sessão, tendo como protagonistas integrantes do grupo teatral Timbre de Galo, que prestaram suas homenagens tocando o hino do clube.

Fiasco fora de campo e o fim da era Gilmar Rosso

Passadas as comemorações de aniversário e encerrada a primeira fase da Segundona, já no mês de julho, o adversário nas quartas-de-finais era um antigo conhecido, o Rio Grande. Empate por 1 a 1 fora de casa, e a vantagem no jogo de volta na BSBios Arena. O Gaúcho fez mais. Antes dos 20 minutos, já vencia por 4 a 0, fechando o jogo em 7 a 1 e garantindo a vaga. Ao menos, dentro de campo.

Três dias depois da partida, o Rio Grande denunciava ao Tribunal de Justiça Desportiva da FGF que o lateral-direito Boni jogara sem contrato as duas partidas das quartas-de-finais e pedia os pontos dos jogos. O Gaúcho tentou se defender. Em vão. A Segunda Junta Disciplinar do TJD excluiu por unanimidade o alviverde do campeonato. Além da desclassificação, o clube teve que pagar uma multa de R$ 100. Com a decisão, a vaga nas semifinais para enfrentar o São Borja ficava com o Rio Grande.

Um golpe duríssimo na torcida, que já contava com a volta para a Divisão de Acesso e um título no centenário do clube.

Dias depois, o presidente Gilmar Rosso reunia a imprensa e anunciava que deixava a direção do alviverde depois de cerca de nove anos. O cargo passava a ser ocupado, momentaneamente, pelo prefeito e presidente da Comissão do Centenário, Luciano Azevedo. Mas Rosso não deixaria o clube, passando a atuar como diretor de patrimônio. Segundo ele, o Gaúcho tomaria "novos rumos, saindo do semiamadorismo". Ainda, revelou que o clube tinha uma dívida de R$ 128 mil.

Mais surpreendente foi a decisão de anunciar que o Gaúcho jogaria a Copa FGF no segundo semestre, o que poucos esperavam. A competição daria uma vaga na Copa do Brasil e outra na Série D do Campeonato Brasileiro em 2019.

Um sonho distante para quem iniciara o ano querendo apenas deixar o inferno da Segundona.

A homenagem do Governo do RS

No dia 21 de maio foi a vez do Gaúcho ser homenageado no Palácio Piratini, em Porto Alegre, ao lado de outros 35 clubes gaúchos de futebol que completaram ou já passaram dos cem anos de história, durante a festa dos 100 anos completados no mesmo ano pela Federação Gaúcha de Futebol.

O governador José Ivo Sartori e o secretário da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo, entregaram uma salva de prata (tradicional ornamento em formato de bandeja) para os presidentes e representantes dos times centenários.

Entre os 36 clubes centenários, apenas um não está mais em atividade, e oito disputaram as quatro principais divisões nacionais do esporte (séries A, B, C e D) em 2018: Brasil, Caxias, Grêmio, Internacional, Juventude, Novo Hamburgo, São José e Ypiranga.

Clubes homenageados e suas datas de fundação

  • 1900, Rio Grande (Rio Grande)
  • 1902, 14 de Julho (Santana do Livramento)
  • 1903, Grêmio (Porto Alegre)
  • 1907, Guarany (Bagé)
  • 1908, Pelotas (Pelotas), São Paulo (Rio Grande)
  • 1909, Internacional (Porto Alegre)
  • 1910, Vitoriense (Santa Vitória do Palmar)
  • 1911, Brasil (Pelotas), Lajeadense (Lajeado), Montenegro (Montenegro), Novo Hamburgo (Novo Hamburgo) e Taquarense (Taquara)
  • 1912, Lombagrandense (Novo Hamburgo), Rio Branco (Santa Vitória do Palmar), Riograndense (Santa Maria), São Lourenço (São Lourenço do Sul) e Uruguaiana (Uruguaiana)
  • 1913, Brasil (Júlio de Castilhos), Colorado (Não-Me-Toque), Cruzeiro (Porto Alegre), Grêmio (Santana do Livramento), Guarany (Cruz Alta), Juventude (Caxias do Sul), Santa Cruz (Santa Cruz do Sul) e São José (Porto Alegre)
  • 1914, Cachoeira (Cachoeira do Sul) e Esperança (Novo Hamburgo)
  • 1916, Ferro Carril (Uruguaiana), Fortes e Livres (Muçum) e Guarani (São Sebastião do Caí)
  • 1917, Armour (Santana do Livramento) e Guarany (Cachoeira do Sul)
  • 1918, Brasil (Arroio dos Ratos), Gaúcho (Passo Fundo) e Pradense (Antônio Prado)

A vaga no Campeonato Brasileiro

Para a Copa FGF no segundo semestre, uma mudança inesperada pelo torcedor. O Gaúcho anunciou a dispensa do treinador Gelson Conte, do preparador físico Marco Aurélio e do auxiliar Jéferson Câmara. Conte deixava o comando do clube invicto, com 6 vitórias e 4 empates em 10 jogos. O novo técnico do alviverde era Fabiano Borba, ex-Tupi de Crissiumal.

Em agosto, a renovação chegava à presidência. O empresário Augusto Ghion Júnior, filho do ex-presidente Augusto Ghion (1984-1985 e 1987-1988), tomava posse com os vice-presidentes Jerônimo Fragomeni e Erasmo Battistella.

Finalmente, a estreia. E um devastador 3 a 0 para o Ypiranga em Erechim. Nada que abalasse o alviverde. A primeira vitória viria na rodada seguinte, sobre o São Borja, campeão da Segunda Divisão, aquela que o Gaúcho deixou escapar entre os dedos no primeiro semestre. Um empate sem gols no final de outubro com o Ypiranga na BSBios Arena marcou o último jogo pela primeira fase da Copa Wianey Carlet.

O alviverde terminava em segundo lugar no grupo, apenas um ponto atrás do Internacional B, e enfrentaria o Soledade, que coincidentemente estava no mesmo grupo na primeira fase, pelas oitavas-de-finais da competição.

No jogo de ida pelas oitavas-de-finais da Copa Wianey Carlet, o Gaúcho foi a Soledade e empatou por 1 a 1 com o time da casa. O gol dos soledadenses colocou fim a uma incrível sequência do goleiro William Lago de 639 minutos sem sofrer gol. Na história alviverde, ele está apenas atrás de Orso, com 936 minutos em 1982, e Juarez (671 minutos, em 1984). Na volta, um 3 a 1 nem tão tranquilo na BSBios Arena e a garantia de um encontro com o Internacional B nas quartas-de-finais.

Mesmo jogando em uma quarta à tarde, um bom público foi até a BSBios Arena ver o Gaúcho abrir vantagem com a vitória por 2 a 1 sobre o colorado, com dois gols de Rafael Magalhães. Um empate no jogo da volta garantiria o alviverde nas semifinais da competição. Mas o alviverde ampliou sua vantagem logo aos 6 minutos, com Dartora cobrando uma falta no ângulo do goleiro colorado. Para o Internacional, restava virar o placar para, no mínimo 2 a 1, e levar a decisão para os pênaltis. E foi o que aconteceu. Ainda no primeiro tempo, Pedro Lucas empatou. No segundo, Ramon virou o jogo para o time de Porto Alegre. Na disputa nas penalidades, quem brilhou foi o goleiro William Lago, que defendeu duas cobranças.

Além da classificação, a confirmação de um feito imenso para o futebol da cidade. Como as demais equipes das semifinais (Ypiranga, Avenida e São José) já estavam asseguradas no Campeonato Brasileiro da Série D de 2019, a vaga era do Gaúcho, que ainda poderia optar por jogar a Copa do Brasil caso fosse campeão da Copa Wianey Carlet.

Mais uma vez, o periquito largava em vantagem, agora pelas semifinais, ao vencer o Ypiranga por 2 a 0 em pleno Colosso da Lagoa em Erechim. O destaque da partida foi o atacante Dimitry, autor dos dois gols. O time poderia até perder por um gol de diferença que estaria na final. E foi o que aconteceu.

A exemplo do confronto com o Inter, a vantagem do jogo de ida ficava ainda maior quando o Gaúcho saía na frente, com Gabriel abrindo o placar já aos 5 minutos do segundo tempo. A partida parecia definida, quando Jackson empatou aos 29 e, dois minutos depois, Frontini colocou o Ypiranga na frente em cobrança de pênalti. Mais um gol classificaria o Ypiranga, e o time de Erechim partiu para a pressão total em um campo encharcado e debaixo de uma chuva fina. Mas o Gaúcho conseguiu suportar e passou para a final, onde enfrentaria o Avenida de Santa Cruz do Sul, que despachou o São José de Porto Alegre na outra semifinal.

Novamente, escapa o título da Copa FGF

Não seria exagero nem injusto dizer que o Gaúcho deixou o título da Copa Wianey Carlet escapar pela segunda vez (a primeira foi em 2004, perdendo a final para o Esportivo). O jogo de ida da final foi numa quarta-feira, dia 21 de novembro, sob muito calor e um sol que castigou os 1,8 mil torcedores (878 pagantes oficialmente pelo borderô da FGF) que foram à BSBios Arena.

No duelo dos periquitos alviverdes, Gaúcho e Avenida empataram sem gols. Desfalcado do capitão Adilson, o Gaúcho teve dificuldades para criar jogadas no meio-campo. O Avenida se aproveitou e exigiu boas defesas do goleiro William Lago no início da partida. Os donos da casa reagiram e quase marcaram com Rafael Paraíba.

Nos 45 minutos finais, as chances se alternaram e, na melhor oportunidade, Rafinha Magalhães entrou cara a cara com o goleiro Fabiano, mas chutou para fora. William Lago ainda salvou duas vezes o Gaúcho nos lances finais.

No jogo da volta, em Santa Cruz do Sul, bastaria uma vitória simples ou um empate com gols para erguer a taça. Mas tudo deu errado logo cedo. Yuri marcou de cabeça logo no primeiro minuto. O Gaúcho levou 15 minutos para se organizar e, a partir daí, passou a criar as melhores chances.

Dimitry ainda acertou um chute no travessão de Fabiano e jogadores e torcida reclamaram demais de um pênalti não marcado pelo árbitro Daniel Bins. Mas o Avenida era mais experiente, havia terminado o Gauchão na quarta colocação e estava invicto há 19 jogos na Copa FGF. O vice-campeonato e a vaga no Campeonato Brasileiro Série D em 2019 foram uma saborosa conquista.