1967 - O futebol feminino em Passo Fundo: mudanças entre as edições

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== O clássico Gaúcho vs. 14 de Julho disputado por elas ==
== O clássico Gaúcho vs. 14 de Julho disputado por elas ==
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Em pesquisas nos principais jornais modernos de Passo Fundo, [[O Nacional]] e [[Diário da Manhã]], foram encontrados registros de apenas três clássicos femininos, obviamente, nenhum oficial, valendo pontos por alguma competição.
Em pesquisas nos principais jornais modernos de Passo Fundo, [[O Nacional]] e [[Diário da Manhã]], foram encontrados registros de apenas três clássicos femininos, obviamente, nenhum oficial, valendo pontos por alguma competição.



Edição atual tal como às 17h54min de 29 de julho de 2024

Em mais de cem anos, o futebol feminino em Passo Fundo praticamente inexiste. Além dos jogos entre amigas e colegas de trabalho ou nas aulas de educação física nas escolas, a única participação das mulheres nos principais clubes da cidade se resumiu às torcidas organizadas. Ainda que foram famosas em suas épocas, as Legionárias do Gaúcho e o Estrelário do 14 de Julho representam muito pouco para o potencial feminino.

O clássico Gaúcho vs. 14 de Julho disputado por elas

Gaúcho vs. 14 de Julho
(feminino)
Resumo
Período 1967-1968
Jogos 3
Gols 5 (1,67 gol/jogo)
Números
Vitórias do Gaúcho 0 (0%)
Vitórias do 14 de Julho 1 (33%)
Empates 2 (67%)
Gols do Gaúcho 2 (0,67 gol/jogo)
Gols do 14 de Julho 3 (1,00 gol/jogo)

Em pesquisas nos principais jornais modernos de Passo Fundo, O Nacional e Diário da Manhã, foram encontrados registros de apenas três clássicos femininos, obviamente, nenhum oficial, valendo pontos por alguma competição.

Os clássicos aconteceram no final de 1967, mais como curiosidade e entretenimento, e envolveu apenas estudantes do então CENAV (Colégio Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro, atual EENAV). A iniciativa foi do professor José Bombardelli e as meninas foram preparadas por Genovêncio de Morais, o ex-goleiro Vêncio.

Foram combinados dois jogos, um no Estádio Wolmar Salton e outro no Estádio Celso Fiori. Mas, com dois empates, foi preciso um jogo extra para apontar quem levaria a melhor. E o clássico decisivo foi disputado em Marau!

Os clássicos

# Data Resultado Local Gols Observação
1 18.12.1967 Gaúcho 1-1 14 de Julho Estádio Wolmar Salton Adalzira (0-1), Tânia (1-1) O árbitro da primeira partida foi o zagueiro Daizon Pontes.
2 24.12.1967 14 de Julho 1-1 Gaúcho Estádio Celso Fiori Tânia (G) (0-1) Adalzira (1-1) O árbitro da segunda partida foi o goleiro Cavalheiro.
3 07.01.1968 Gaúcho 0-1 14 de Julho Estádio dos Eucaliptos Noemy (0-1) O jogo "decisivo" foi disputado em Marau. O Gaúcho desperdiçou dois pênaltis.

Gaúcho 1-1 14 de Julho, 18.12.1967

O primeiro encontro aconteceu no dia 18 de dezembro no Estádio Wolmar Salton. Logo nos primeiros minutos de jogo a torcida já aplaudia os dribles, passes, chutes a gol e “muito especialmente o espírito de luta impressionante das contendoras”, como narrou a reportagem do jornal O Nacional da época.

O grande destaque da primeira partida foi a atacante Adalzira, do 14 de Julho, que parecia “um garoto malabarista”. Ela se deslocava por todo o campo, driblando três, quatro adversárias e só perdendo os lances quando sofria faltas. Adalzira conseguiu outro feito inédito: a própria torcida do Gaúcho aplaudia seus lances. Pelo lado do Gaúcho o destaque foi a ponta-esquerda Ione, bem assessorada pela centroavante Lourdes. As goleiras Arcely e Lourdes contribuíram com grandes defesas.

O primeiro tempo do jogo terminou 0 a 0. O prêmio pela atuação de Adalzira veio aos 26 minutos da segunda etapa. Cobrando falta de fora da área, ela mandou a bola no ângulo esquerdo do gol defendido por Arcely. Quatro minutos depois, Tânia aproveitou um rebote da defesa e chutou rasteiro no canto direito para empatar. Outro detalhe curioso do jogo foi a arbitragem do zagueiro Daizon Pontes, considerada correta.

  • Gaúcho 1-1 14 de Julho
  • Data: 18.12.1967; Competição: amistoso; Local: Estádio Wolmar Salton, Passo Fundo; Árbitro: Daizon Pontes; Gols: Adalzira 71 (0-1), Tânia 75 (1-1); Gaúcho: Arcely; Eloí, Izolda, Tânia e Lorena; Carmen e Nadir; Marilda, Olga, Lourdes e Ione; 14 de Julho: Maria de Lourdes; Salete, Maria, Marlene e Suzana; Sirley e Rosa Maria; Adalzira, Tânia, Valdecy e Lourdes

14 de Julho 1-1 Gaúcho, 24.12.1967

O segundo jogo foi disputado uma semana depois, no estádio do 14 de Julho. Apesar do calor, outra vez as meninas fizeram um bonito espetáculo. Desta vez a arbitragem estava a cargo do goleiro do 14, Cavalheiro, que também teve uma boa atuação.

No primeiro tempo, jogando em casa, as coloradas pressionavam. O Gaúcho apostava nos contra-ataques. O ataque alviverde foi parado com um pênalti cometido por Lorena. Tânia fez 1 a 0. O 14 não desanimou. Adalzira, outra vez, comandava o time. Aos 30 minutos de jogo, ela cobrou escanteio do lado direito. Salete devolveu e Adalzira chutou de longe, rasteiro. A bola saiu com efeito e acabou entrando no canto esquerdo do gol de Arcely: 1 a 1.

No segundo tempo, a zaga do Gaúcho, comandada por Nice, Belacy e Nadir impedia todas as tentativas coloradas. Mais uma vez, as goleiras foram grande destaque. E mais uma vez, o clássico feminino terminava empatado.

  • 14 de Julho 1-1 Gaúcho
  • Data: 24.12.1967; Competição: amistoso; Local: Estádio Celso Fiori, Passo Fundo; Árbitro: José Antonio Cavalheiro; Gols: Tânia (1-0), Adalzira 30 (1-1); 14 de Julho: Maria de Lourdes; Rosângela, Lorena, Lourdes e Eva; Rosa Maria e Adalzira; Salete, Noemy, Arcely e Tânia; Gaúcho: Arcely; Vany, Nice, Nadir e Belacy; Izolda e Carmen; Tânia, Olga, Zeca e Ione

Gaúcho 0-1 14 de Julho, 07.01.1968

O terceiro e decisivo clássico foi disputado em Marau. O estádio do Grêmio Esportivo Marau ficou lotado, inclusive com muitos torcedores passo-fundenses. O 14 de Julho levou a melhor. Aos 15 minutos de jogo, Noemy aproveitou o escanteio cobrado por Adalzira para marcar o único gol da partida.

O Gaúcho ainda teve a oportunidade de empatar ou mesmo virar a partida, mas as meninas alviverdes acabaram perdendo dois pênaltis. Na primeira cobrança, aos 18 minutos do segundo tempo, Tânia chutou a bola na trave. Aos 25 minutos, Tânia teve outra chance. Desta vez Maria de Lourdes defendeu.

  • Gaúcho 0-1 14 de Julho
  • Data: 07.01.1968; Competição: amistoso; Local: Estádio dos Eucaliptos, Marau; Árbitro: Irineu Assmann; Gol: Noemy 15 (0-1); Gaúcho: Arcely; Vany, Nice, Nadir e Belacy; Izolda (Célia) e Carmen; Tânia, Zeca, Olga e Anita; 14 de Julho: Maria de Lourdes; Rosângela, Lorena, Noemy e Lourdes; Rosa Maria e Arcely; Adalzira, Ione, Brigite e Tânia

Mylena, a passo-fundense na Seleção Brasileira

Considerada a melhor jogadora de futebol da história da cidade, Mylena Pedroso é uma meia ou atacante pelo lado esquerdo que foi a primeira jogadora nascida em Passo Fundo a ser convocada para a Seleção Brasileira. Em 2024, ela tinha contrato com o Red Bull Bragantino, de Bragança Paulista-SP. É integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.

Copa do Brasil no Vermelhão

Pouca gente lembra, ou mesmo sabe, que o Estádio Vermelhão da Serra já recebeu um jogo pela Copa do Brasil. E foi pela competição feminina. No sábado dia 2 de fevereiro de 2013, às 16 horas, o Atlético Tapejarense, campeão do Rio Grande do Sul em 2012, recebeu as paulistas da Portuguesa para o jogo de ida pela primeira fase da competição.

Aqui, uma confusão. O time aparece na súmula como sendo o Cruzeiro de Cachoeirinha. No papel timbrado do clube com a escalação das jogadoras para a partida no Vermelhão, está o escudo do Rovani. E o clube se apresentava com o nome Atlético Tapejarense/Adergs/Rovani/Mecânica SC.

Bem mais experiente, a Portuguesa, terceira colocada no campeonato paulista, abriu o placar logo aos 5 minutos de jogo e, ao final do primeiro tempo, já tinha a vantagem necessária que eliminava a necessidade do jogo de volta. E foi o que aconteceu, com o placar encerrando em 5 a 0.

A Portuguesa seria eliminada na fase seguinte pelo também paulista Centro Olímpico. O título ficaria com o São José, outra equipe de São Paulo, que nas finais superou o Vitória das Tabocas de Pernambuco empatando por 1 a 1 e vencendo a decisão por 4 a 0.

  • Atlético Tapejarense 0-5 Portuguesa
  • Data: 02.02.2013; Competição: Copa do Brasil de Futebol Feminino; Local: Estádio Vermelhão da Serra, Passo Fundo; Púbico: 50; Renda: R$ 500; Árbitro: Braulio da Silva Machado; Gols: Tiga 5 (0-1), Tiga 22 (0-2), Grazi 41 (0-3), Barata 47 (0-4), Dú 84 (0-5); Atlético Tapejarense: Janete; Bruninha (Cacau), Leti, Érika (Carlinha) e Lili; Ana Flávia (Karen), Taba e Nívia; Kelen, Elisa e Vivi. Técnico: Gringo; Portuguesa: Dida; Di, Nega, Siméia e Júh; Scarlett (Edna), Barata, Grazi e Cinthia (Joyce); Tiga (Dú) e Naty. Técnico: Prisco Palumbo

Categorias de base no Grêmio Petrópolis

Em 2021, o Grêmio Petrópolis, uma das equipes mais tradicionais do futebol amador de Passo Fundo, começou o investimento nas categorias de base femininas. O clube contratou a treinadora Diana (catarinense que chegou a ser campeã sul-americana de futsal pelo Kindermann) e fez uma parceria com o Centro de Formação e Capacitação de Atletas.

Em um primeiro momento, a ideia é trabalhar com atletas com idades entre 7 e 14 anos, com o objetivo voltado à formação. Além de Diana, trabalham no projeto o professor Marco Aurélio e o ex-goleiro Céser.