Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez): mudanças entre as edições
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Seu passe foi adquirido pelo Guarany de Bagé e mais uma vez foi campeão citadino e regional. Retornou a Pelotas, para defender o rival do Brasil, o Esporte Clube Pelotas, mas, por um breve período. Jogou no 14 de Julho de Livramento e foi mais uma vez campeão. Jogou ainda no Cruzeiro de Porto Alegre e, em 1961, foi contratado pelo Grêmio. Permaneceu apenas um ano no Estádio Olímpico e participou de uma excursão do clube à Europa, atuando em diversos jogos como titular. Seguiu a carreira no Flamengo de Caxias do Sul, e, aí, foi convocado para a Seleção Gaúcha no campeonato brasileiro de seleções estaduais, em 1962. | Seu passe foi adquirido pelo Guarany de Bagé e mais uma vez foi campeão citadino e regional. Retornou a Pelotas, para defender o rival do Brasil, o Esporte Clube Pelotas, mas, por um breve período. Jogou no 14 de Julho de Livramento e foi mais uma vez campeão. Jogou ainda no Cruzeiro de Porto Alegre e, em 1961, foi contratado pelo Grêmio. Permaneceu apenas um ano no Estádio Olímpico e participou de uma excursão do clube à Europa, atuando em diversos jogos como titular. Seguiu a carreira no Flamengo de Caxias do Sul, e, aí, foi convocado para a Seleção Gaúcha no campeonato brasileiro de seleções estaduais, em 1962. | ||
Em 1965, aportou em Passo Fundo, contratado pelo Gaúcho. Estava com 29 anos, para a época, um veterano. Assumiu a titularidade do alviverde, formando com {{ | Em 1965, aportou em Passo Fundo, contratado pelo Gaúcho. Estava com 29 anos, para a época, um veterano. Assumiu a titularidade do alviverde, formando com {{Adair (Adair Lopes Bicca)}} um meio de campo muito técnico. Gitinha possuía muita técnica, era inteligente, tinha ampla visão do jogo, passes precisos e uma inata liderança. Era, naturalmente, o capitão do Gaúcho. Neste mesmo ano, o Gaúcho chegou à final do campeonato da segunda divisão e perdeu a decisão para o Rio-Grandense de Rio Grande, em jogo inacreditável, no Estádio Torquato Pontes. O título foi decidido em cobranças de pênaltis. O mesmo jogador batia todas as cinco cobranças. Coube a Gitinha, o batedor oficial, a incumbência de levar o Gaúcho à divisão especial. Gitinha marcou todos os gols na primeira série. Nico, do Rio-Grandense, também. Na segunda série, Nico marcou quatro vezes e Gitinha perdeu dois. O Gaúcho foi derrotado pela enorme pressão psicológica que o adversário impôs ao árbitro e ao próprio Gaúcho. | ||
Esta decisão ocorreu em março de 1966, e, em dezembro do mesmo ano, valendo pela Segundona de 1966, lá estava o Gaúcho, decidindo, agora em sua casa, contra o Uruguaiana. Não foram necessários pênaltis. O Gaúcho goleou, com Gitinha marcando gol e, aí sim, pôs a faixa no peito e sua torcida gritou bem alto que era campeão. Foi bicampeão regional, vice-campeão estadual e campeão estadual em dois anos. | Esta decisão ocorreu em março de 1966, e, em dezembro do mesmo ano, valendo pela Segundona de 1966, lá estava o Gaúcho, decidindo, agora em sua casa, contra o Uruguaiana. Não foram necessários pênaltis. O Gaúcho goleou, com Gitinha marcando gol e, aí sim, pôs a faixa no peito e sua torcida gritou bem alto que era campeão. Foi bicampeão regional, vice-campeão estadual e campeão estadual em dois anos. | ||
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Edição atual tal como às 21h56min de 23 de julho de 2024
Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez, também conhecido como Gitinha (Arroio Grande-RS, 25 de maio de 1936 — Porto Alegre-RS, 28 de janeiro de 1993), foi um atacante e centromédio do Gaúcho e do 14 de Julho no final da década de 1960. Líder e multicampeão, foi campeão estadual pelos dois clubes e técnico alviverde e rubro. Faz parte do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo.
História
- Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol
Em Arroio Grande, sul do Rio Grande do Sul, no Internacional local, surgira um grande meia-esquerda chamado Bonifácio Ubirajara da Porciúncula Nunez, apelidado de Gita. Era estudante e foi morar em Porto Alegre, como aluno interno do Instituto Porto Alegre (IPA). Destacou-se no futebol e foi levado ao Grêmio. Depois jogou em vários outros times gaúchos. Mas, lá em Arroio Grande, que se orgulhava de Gita, diziam que o melhor era seu irmão mais moço, o Gitinha.
Gitinha era meia-armador, o número 10 do Internacional de Arroio Grande. Era sete anos mais jovem que o irmão. Nasceu no dia 25 de maio de 1936. Como sua cidade é próxima a Pelotas, era inevitável que algum clube o observasse. Gitinha foi contratado pelo Brasil. Jogou bem no xavante e foi campeão regional, jogando ao lado de jogadores do porte de Suly, Joaquinzinho, João Borges, Negrito e o veteraníssimo Tibirica.
Seu passe foi adquirido pelo Guarany de Bagé e mais uma vez foi campeão citadino e regional. Retornou a Pelotas, para defender o rival do Brasil, o Esporte Clube Pelotas, mas, por um breve período. Jogou no 14 de Julho de Livramento e foi mais uma vez campeão. Jogou ainda no Cruzeiro de Porto Alegre e, em 1961, foi contratado pelo Grêmio. Permaneceu apenas um ano no Estádio Olímpico e participou de uma excursão do clube à Europa, atuando em diversos jogos como titular. Seguiu a carreira no Flamengo de Caxias do Sul, e, aí, foi convocado para a Seleção Gaúcha no campeonato brasileiro de seleções estaduais, em 1962.
Em 1965, aportou em Passo Fundo, contratado pelo Gaúcho. Estava com 29 anos, para a época, um veterano. Assumiu a titularidade do alviverde, formando com Adair um meio de campo muito técnico. Gitinha possuía muita técnica, era inteligente, tinha ampla visão do jogo, passes precisos e uma inata liderança. Era, naturalmente, o capitão do Gaúcho. Neste mesmo ano, o Gaúcho chegou à final do campeonato da segunda divisão e perdeu a decisão para o Rio-Grandense de Rio Grande, em jogo inacreditável, no Estádio Torquato Pontes. O título foi decidido em cobranças de pênaltis. O mesmo jogador batia todas as cinco cobranças. Coube a Gitinha, o batedor oficial, a incumbência de levar o Gaúcho à divisão especial. Gitinha marcou todos os gols na primeira série. Nico, do Rio-Grandense, também. Na segunda série, Nico marcou quatro vezes e Gitinha perdeu dois. O Gaúcho foi derrotado pela enorme pressão psicológica que o adversário impôs ao árbitro e ao próprio Gaúcho.
Esta decisão ocorreu em março de 1966, e, em dezembro do mesmo ano, valendo pela Segundona de 1966, lá estava o Gaúcho, decidindo, agora em sua casa, contra o Uruguaiana. Não foram necessários pênaltis. O Gaúcho goleou, com Gitinha marcando gol e, aí sim, pôs a faixa no peito e sua torcida gritou bem alto que era campeão. Foi bicampeão regional, vice-campeão estadual e campeão estadual em dois anos.
Em meio à competição, o técnico alviverde Altino Nascimento deixou o clube, pois fora contratado pelo Ypiranga. Gitinha absorveu a função do técnico ao mesmo tempo em que comandava o time dentro de campo. Oficialmente, porém, o treinador era o diretor Flávio Araújo, aquele que ficava na casamata.
Uma vez na Divisão Especial, Gitinha deixou os gramados para assumir a condição exclusiva de técnico do Gaúcho. O clube fez bonito. Foi vice-campeão do Torneio Início e honrada colocação na classificação final.
Em 1968, estava tudo acertado em continuar seu trabalho como treinador, mas eis que surgiu uma proposta tentadora do 14 de Julho. Tentadora em termos financeiros e em mais um desafio. Gitinha voltaria aos gramados como líder e capitão do time rubro em sua luta para conquistar vaga na Divisão Especial. Gitinha topou e foi formado o meio de campo ao lado de Santarém. Um senhor meio de campo. Mas, um pouco sem ritmo de jogo, com mais de 30 anos, Gitinha, que vinha sendo titular absoluto, deu lugar ao recém-contratado Zé Carlos para as finais, embora tenha entrado em vários jogos justamente para cadenciar o jogo com sua larga experiência. Foi campeão regional e estadual pelo 14 de Julho. Mais um título em sua brilhante carreira.
Dirigiu tecnicamente o 14 de Julho nos campeonatos de 1970 e 1971, com boa performance. Em 1972, foi embora de Passo Fundo para residir em Porto Alegre. Foi exercer sua outra profissão, que era a de contabilista. Segundo informações, trabalhava nessa atividade no Hotel San Rafael.
Gitinha viveu seis anos em Passo Fundo, onde era pessoa vastamente relacionada. Homem educado, solícito e com uma impressionante bagagem no futebol. Um estupendo jogador e um estrategista como treinador. Ah! Apenas para registro. Corria uma lenda que, quando técnico, ouvia num radinho de pilhas, nos intervalos dos jogos, os comentários de Jarbas Sampaio Corrêa, e, nele, baseava-se para mudar sua equipe. Lendas, apenas lendas.
Gitinha faleceu em Porto Alegre no dia 28 de janeiro de 1993.
Honras
- 4º técnico com maior número de jogos pelo 14 de Julho (62)
- 7º técnico com maior número de vitórias pelo 14 de Julho (20)
- 10º técnico com maior número de jogos Gaúcho (39)
- Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
Carreira como jogador
Ano | Equipe | J | G | CA | CV |
---|---|---|---|---|---|
1965 | Gaúcho | 23 | 7 | 0 | 0 |
1965 | Seleção dos Brancos | 1 | 0 | 0 | 0 |
1966 | Gaúcho | 37 | 15 | 0 | 0 |
1967 | Gaúcho | 10 | 2 | 0 | 1 |
1968 | 14 de Julho | 20 | 6 | 0 | 0 |
Total | 91 | 30 | 0 | 1 |
Carreira como técnico
Ano | Equipe | J | V | E | D | A |
---|---|---|---|---|---|---|
1967 | Gaúcho | 27 | 13 | 4 | 10 | 56% |
1968 | Gaúcho | 12 | 5 | 2 | 5 | 50% |
1970 | 14 de Julho | 39 | 10 | 11 | 18 | 40% |
1971 | 14 de Julho | 23 | 10 | 5 | 8 | 54% |
Total | 101 | 38 | 22 | 41 | 49% |