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| | colspan="2" align="center" |<small>🇧🇷 Seleção Brasileira<br>🏆Campeão da Copa do Mundo (1958-1962)<br>🥇🥈🥉 Medalha de Ouro/Prata/Bronze em Jogos Olímpicos (1980-2012)<br>🧉Seleção Gaúcha do Interior<br>⭐Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho<br></small><small>⭐Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo<br>⭐Calçada da Fama da FGF<br>👤2º Patrono do Gaúcho<br>🏟️Nome de estádio</small>
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| |'''<small>Equipes</small>''' | | |'''<small>Equipes</small>''' |
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| '''Adair Lopes Bicca''' (São Gabriel-RS, 5 de janeiro de 1946 — Sertão-RS, 5 de outubro de 2017), também conhecido como '''Adair''', foi centromédio e técnico do [[Sport Clube Gaúcho|Gaúcho]]. | | '''Jamir Geraldo da Silva''', também conhecido como '''Jamir''' (Itabira-MG, 16 de julho de 1947 — Vitória-ES, 16 de junho de 2015), foi um lateral esquerdo do {{Gaúcho (Sport Clube Gaúcho)}}. |
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| == História == | | == História == |
| *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol'' | | *''Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol'' |
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| Em 1965, chegou ao Gaúcho um grande centromédio. Veio emprestado pelo Grêmio porto-alegrense, com boas credenciais, que se confirmaram em campo. Adair tinha muita técnica, marcador duro, porém leal e saía para o ataque com maestria, com bom arremate de fora da área. Jogador combativo e técnico. Chegou para ser titular e efetivamente o foi. Ao lado do experiente [[Gitinha (Manoel Bonifácio Porciúncula Nunez)|Gitinha]], formou meio de campo de luxo no alviverde. Foi campeão regional e vice-campeão estadual da segunda divisão, tendo jogado muito bem as duas partidas finais contra o Rio-Grandense de Rio Grande. | | O Sport Club Gaúcho vivia a melhor fase em sua história de clube de futebol profissional. Havia vencido a segunda divisão e entrava no seleto clube da elite do futebol do Rio Grande do Sul. Em sua direção estava {{Gilson Paz}}, então representante comercial de empresas paulistas e com grande afinidade com Wadih Helu, presidente do Corinthians. Essa amizade proporcionou que Gilson se arvorasse a solicitar o empréstimo de jogadores, saídos da base do Timão, para atuarem no Gaúcho. |
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| Adair era natural de São Gabriel e em sua terra jogou no time amador do Olaria. Era titular do time adulto com 14 anos de idade, em razão de seu bom porte físico. Levado à categoria de base do Grêmio, era tido como promessa de craque.
| | Assim foi feito. Vieram, inicialmente o lateral Jamir e o ponteiro Wilsinho (também conhecido como {{Wilson Canhoto (Uilson Ferreira da Silva)}}). Muito bons jogadores. Mas, vamos falar de Jamir. Tratava-se de um jogador de excepcionais qualidades. Tinha baixa estatura, mas era um negro forte. Em campo, tinha enorme senso de leal marcação. Desarmava na bola. Possuía classe e categoria para o apoio. Passes precisos. Em seu primeiro ano de clube foi considerado o melhor lateral-esquerdo do campeonato. Jogou muita bola nos campeonatos de 1967 a 1969. |
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| Em 1966, ano em que o Gaúcho foi campeão estadual, Adair não estava no grupo. O Grêmio exigira sua devolução e, pelo tricolor, sagrou-se campeão gaúcho daquele ano. Mas, Adair não era feliz no Grêmio. Deixara em Passo Fundo seu grande amor, sua namorada, que virou sua esposa, e também tinha saudade da idolatria que alcançara entre os torcedores alviverdes.
| | Fora de campo era a elegância em pessoa. Vestia-se com roupas da moda, e desfilava sua elegância com seu caminhar ereto, cabeça erguida, assim como era dentro de campo. Estudava. Era aluno do curso científico do Colégio Conceição. Foi eleito pelo cronista social Décio Ilha, como um dos dez homens mais elegantes de Passo Fundo. Jamir era ídolo da torcida alviverde. |
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| Retornou ao [[Estádio Wolmar Salton (1957)|Estádio Wolmar Salton]] em 1967, mais uma vez emprestado pelo Grêmio. Adair forçou sua volta ao clube do Boqueirão. Desta feita, ficou poucos meses. Era mais uma vez titular do time, jogando com [[Roberto (Manoel Roberto Antonello)|Roberto]] no meio de campo, quando o Newell’s Old Boys, de Rosário, Argentina, veio buscá-lo (leia mais abaixo). Os argentinos levaram Adair, do Grêmio e Carlos Castro, do Internacional.
| | Em 1969, o Campeonato Gaúcho foi tumultuado. A dupla Grenal disputava concomitantemente ao Gauchão o campeonato Roberto Gomes Pedrosa, embrião do Campeonato Brasileiro. No mês de setembro os clubes do interior haviam concluído suas participações na competição, com algumas poucas exceções e uma delas era o Gaúcho. Faltava uma partida a disputar, contra o Grêmio. Mas, fazer o que, sem jogar e com o elenco à disposição? E, pagando salários, naquele histórico quadro de penúria? Simples, dispensou seu elenco. Quem residia em Passo Fundo ficou por aqui. Os demais tomaram seus rumos. |
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| Voltou ao futebol gaúcho para defender o Cachoeira. Ficou pouco tempo e foi contratado pelo Esportivo, de Bento Gonçalves. Atuou no grande time montado pelo clube no começo dos anos de 1970. Jogou na lateral-direita, pois o meio de campo era povoado por Paulo Araújo e Adilson, dois excelentes jogadores. Vestiam também a camisa alvianil talentos como Décio, Lairton, Gonha, Marcos e José, sendo treinado pelo mestre Ênio Andrade.
| | No final de novembro o Internacional, que tinha interesse no jogo Gaúcho vs. Grêmio, a ser disputado no {{Estádio Wolmar Salton (1957)}} em dezembro, colocou seu staff à disposição do alviverde. O Gaúcho não tinha mais técnico. {{Marco Eugênio (Antônio Marco Eugênio Gomes da Silva)}}, treinador do juvenil colorado aportou em Passo Fundo para dirigir o time. {{Ernesto Guedes (Ernesto Rosa Guedes)}}, a pedido da direção do Internacional, ficou à disposição do Gaúcho, com dinheiro, para buscar os jogadores aonde estivessem. Aos poucos eles foram retornando a Passo Fundo e juntando-se àqueles que aqui permaneceram. Na semana do jogo, que se realizou no dia 7 de dezembro, todos estavam à disposição para treinamentos, exceto Jamir. |
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| Seu último clube profissional foi o Encantado. Encerrou a carreira ainda jovem e com muita bola no corpo. Veio residir em Passo Fundo, terra de sua esposa. Foi treinador do Gaúcho, AESA, Santo Ângelo e São Borja. Enquanto estava na cidade, Adair jogava futebol pelos veteranos e futebol sete em clubes sociais. Ao mesmo tempo era funcionário público municipal, pois prestara concurso para tal.
| | Onde está Jamir? Procurado em São Paulo ou em outro lugar, simplesmente não foi localizado. Cronistas de Porto Alegre falavam em sequestro. |
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| Na década de 1990, quando o Gaúcho extinguiu seu departamento de futebol profissional, seus dirigentes montaram um bem-sucedido projeto de categorias de base. Suas várias categorias tiveram absoluto sucesso, conquistando títulos estaduais e até internacionais. Ao mesmo tempo revelou bons jogadores. O coordenador-técnico era Adair Bicca.
| | Jamir desapareceu, sumiu. |
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| No ano 2000, o Gaúcho voltou ao futebol profissional e inacreditavelmente desmanchou todas as vitoriosas categorias de base. E Adair deixou o clube pela última vez.
| | Chegou o domingo, dia do jogo e nada de Jamir. O negócio foi escalar o velho {{Maneca (Darci da Silva Lopes)}}, reserva de Jamir, que praticamente não treinava mais. Estava abandonando o futebol e dedicando-se ao seu emprego na revendedora Ford de Passo Fundo, Buccholz & Scheibe, onde era o gerente do setor de peças. |
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| Amigo de todos, frequentava rodas de “boleiros” no centro da cidade, após ter se aposentado do cargo público que exercia. Presidiu a [[Associação dos Veteranos de Futebol de Passo Fundo]] e estava sempre presente em diretorias, participando de festas e churrascos com os amigos, embora jamais tenha ingerido bebida alcoólica.
| | O Grêmio entrou em campo com um propósito. Jogar ofensivamente apenas pelo lado direito, em cima de Maneca. Assim, foi feito. Em 15 minutos, Flexa marcou duas vezes, com passes de João Severiano nas costas de Maneca. Grêmio 2 a 0. Refeito do susto e mais habituado com o jogo, Maneca cresceu e até jogou muito bem o restante da partida. Mas, o resultado final foi aquele: 2 a 0 para o Grêmio. |
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| Num sábado de 2017, Adair esteve num churrasco na chácara do ex-jogador [[Vando (Wandenir Baptista Marques)|Vando]] e pegou uma carona até a cidade com o professor Carlos Alberto Romero. Desceu do carro e ninguém mais o viu. Adair ganhou todas as manchetes de jornais, matérias na televisão e em redes sociais. O seu misterioso desaparecimento causou comoção. Mesmo não fazendo transparecer, Adair estava com enorme depressão. Familiares, amigos e policiais realizaram várias buscas para encontrá-lo, mas tudo foi infrutífero.
| | E Jamir? |
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| Muitos meses depois, uma ossada foi encontrada próximo a um riacho na cidade de Sertão. O advogado da família, Ivens Ribas, reconheceu, após perícia na arcada dentária, a ossada de Adair. Uma morte sinistra e triste de um ídolo do futebol.
| | Na terça-feira apareceu Jamir em Porto Alegre, concedendo entrevista aos jornais, dizendo que o Gaúcho o “sacaneara” e que jamais vestiria a camisa alviverde. Como seu contrato terminara, e não tinha passe estipulado, ele poderia fazer de sua carreira o que bem quisesse. É claro que assinou contrato com o Grêmio. Jogou no tricolor, em 1970, muitas vezes como titular. Jamir era muito bom de bola e mandou o grande Everaldo, titular da seleção brasileira, naquele ano, para a lateral-direita. |
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| == A aventura na Argentina ==
| | Em Passo Fundo se comentava "onde esteve Jamir"? A resposta veio a público alguns dias depois. O cônsul gremista em Passo Fundo, Arthur Berthier de Almeida, escondeu Jamir em sua fazenda, a pedido da direção gremista, e o levou a Porto Alegre, de automóvel, na segunda-feira. |
| Em 1968, Adair se transferiu do Gaúcho para Rosário, na Argentina, para jogar no Newell's Old Boys. Foram dois jogos pelos "leprosos", apelido do time da província de Santa Fé, no Campeonato Metropolitano (o "Argentinão" tinha dois campeões, porque também era disputado o Campeonato Nacional). Nas duas partidas, Adair atuou como lateral-esquerdo sob a orientação do técnico brasileiro Roberto Belangero. O grande nome da equipe era o zagueiro e capitão Daniel Musante. O Newell's terminaria o campeonato em sétimo lugar. O vencedor foi o San Lorenzo. Ainda em 1968, Adair jogaria no Deportivo Italia da Venezuela. Depois, passaria pelo Cachoeira (1969), Esportivo (1970-1975) e Encantado, onde encerraria a carreira em 1975. | |
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| == Honras ==
| | Após um ano de Grêmio, Jamir foi jogar em clubes do Espírito Santo. Ao deixar os gramados tornou-se treinador e faleceu naquele estado, de pneumonia, em 2015, aos 67 anos. |
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| * 9º jogador com maior número de jogos pelo Gaúcho (232)
| | {{Aniello D'Arienzo}}, que era o presidente do Gaúcho, falou em entrevista, que em muitos anos de futebol tivera uma só decepção. Esta história do Jamir. |
| * 3º jogador com maior número de gols pelo Gaúcho (60)
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| * 11º jogador com maior número de jogos pelo 14 de Julho (56)
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| * 11º jogador com maior número de gols pelo 14 de Julho (27)
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| * Melhor jogador do Campeonato Gaúcho 2ª Divisão de 1966
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do Gaúcho como atacante
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| * Integrante da Seleção de Todos os Tempos do 14 de Julho como atacante
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| * Integrante do Hall da Fama do Futebol de Passo Fundo
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| == Carreira como jogador == | | == Carreira como jogador == |
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| == Carreira como técnico ==
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| __NOTOC__ | | __NOTOC__ |
Jamir
|
|
Informações pessoais
|
Nome completo
|
Jamir Geraldo da Silva
|
Nascimento
|
16.07.1947
|
Local
|
Itabira-MG
|
Falecimento
|
16.06.2015, aos 67 anos
|
Local
|
Vitória-ES
|
Carreira em Passo Fundo
|
Jogador
|
Posição
|
Lateral esquerdo
|
Equipes
|
1967-1969 - Gaúcho
|
Jamir Geraldo da Silva, também conhecido como Jamir (Itabira-MG, 16 de julho de 1947 — Vitória-ES, 16 de junho de 2015), foi um lateral esquerdo do Gaúcho.
História
- Por Marco Antonio Damian, historiador e pesquisador de futebol
O Sport Club Gaúcho vivia a melhor fase em sua história de clube de futebol profissional. Havia vencido a segunda divisão e entrava no seleto clube da elite do futebol do Rio Grande do Sul. Em sua direção estava Gilson Paz, então representante comercial de empresas paulistas e com grande afinidade com Wadih Helu, presidente do Corinthians. Essa amizade proporcionou que Gilson se arvorasse a solicitar o empréstimo de jogadores, saídos da base do Timão, para atuarem no Gaúcho.
Assim foi feito. Vieram, inicialmente o lateral Jamir e o ponteiro Wilsinho (também conhecido como Wilson Canhoto). Muito bons jogadores. Mas, vamos falar de Jamir. Tratava-se de um jogador de excepcionais qualidades. Tinha baixa estatura, mas era um negro forte. Em campo, tinha enorme senso de leal marcação. Desarmava na bola. Possuía classe e categoria para o apoio. Passes precisos. Em seu primeiro ano de clube foi considerado o melhor lateral-esquerdo do campeonato. Jogou muita bola nos campeonatos de 1967 a 1969.
Fora de campo era a elegância em pessoa. Vestia-se com roupas da moda, e desfilava sua elegância com seu caminhar ereto, cabeça erguida, assim como era dentro de campo. Estudava. Era aluno do curso científico do Colégio Conceição. Foi eleito pelo cronista social Décio Ilha, como um dos dez homens mais elegantes de Passo Fundo. Jamir era ídolo da torcida alviverde.
Em 1969, o Campeonato Gaúcho foi tumultuado. A dupla Grenal disputava concomitantemente ao Gauchão o campeonato Roberto Gomes Pedrosa, embrião do Campeonato Brasileiro. No mês de setembro os clubes do interior haviam concluído suas participações na competição, com algumas poucas exceções e uma delas era o Gaúcho. Faltava uma partida a disputar, contra o Grêmio. Mas, fazer o que, sem jogar e com o elenco à disposição? E, pagando salários, naquele histórico quadro de penúria? Simples, dispensou seu elenco. Quem residia em Passo Fundo ficou por aqui. Os demais tomaram seus rumos.
No final de novembro o Internacional, que tinha interesse no jogo Gaúcho vs. Grêmio, a ser disputado no Estádio Wolmar Salton em dezembro, colocou seu staff à disposição do alviverde. O Gaúcho não tinha mais técnico. Marco Eugênio, treinador do juvenil colorado aportou em Passo Fundo para dirigir o time. Ernesto Guedes, a pedido da direção do Internacional, ficou à disposição do Gaúcho, com dinheiro, para buscar os jogadores aonde estivessem. Aos poucos eles foram retornando a Passo Fundo e juntando-se àqueles que aqui permaneceram. Na semana do jogo, que se realizou no dia 7 de dezembro, todos estavam à disposição para treinamentos, exceto Jamir.
Onde está Jamir? Procurado em São Paulo ou em outro lugar, simplesmente não foi localizado. Cronistas de Porto Alegre falavam em sequestro.
Jamir desapareceu, sumiu.
Chegou o domingo, dia do jogo e nada de Jamir. O negócio foi escalar o velho Maneca, reserva de Jamir, que praticamente não treinava mais. Estava abandonando o futebol e dedicando-se ao seu emprego na revendedora Ford de Passo Fundo, Buccholz & Scheibe, onde era o gerente do setor de peças.
O Grêmio entrou em campo com um propósito. Jogar ofensivamente apenas pelo lado direito, em cima de Maneca. Assim, foi feito. Em 15 minutos, Flexa marcou duas vezes, com passes de João Severiano nas costas de Maneca. Grêmio 2 a 0. Refeito do susto e mais habituado com o jogo, Maneca cresceu e até jogou muito bem o restante da partida. Mas, o resultado final foi aquele: 2 a 0 para o Grêmio.
E Jamir?
Na terça-feira apareceu Jamir em Porto Alegre, concedendo entrevista aos jornais, dizendo que o Gaúcho o “sacaneara” e que jamais vestiria a camisa alviverde. Como seu contrato terminara, e não tinha passe estipulado, ele poderia fazer de sua carreira o que bem quisesse. É claro que assinou contrato com o Grêmio. Jogou no tricolor, em 1970, muitas vezes como titular. Jamir era muito bom de bola e mandou o grande Everaldo, titular da seleção brasileira, naquele ano, para a lateral-direita.
Em Passo Fundo se comentava "onde esteve Jamir"? A resposta veio a público alguns dias depois. O cônsul gremista em Passo Fundo, Arthur Berthier de Almeida, escondeu Jamir em sua fazenda, a pedido da direção gremista, e o levou a Porto Alegre, de automóvel, na segunda-feira.
Após um ano de Grêmio, Jamir foi jogar em clubes do Espírito Santo. Ao deixar os gramados tornou-se treinador e faleceu naquele estado, de pneumonia, em 2015, aos 67 anos.
Aniello D'Arienzo, que era o presidente do Gaúcho, falou em entrevista, que em muitos anos de futebol tivera uma só decepção. Esta história do Jamir.
Carreira como jogador
Ano
|
Equipe
|
J
|
G
|
CA
|
CV
|
1967
|
Gaúcho
|
7
|
0
|
0
|
0
|
1968
|
Gaúcho
|
39
|
0
|
0
|
0
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1969
|
Gaúcho
|
30
|
1
|
0
|
0
|
Total
|
|
76
|
1
|
0
|
0
|